Passámos a noite junto à fornalha da caldeira. O último contacto que tivemos, eram cinco da manhã, foi um telefonema da mulher do Cossa a perguntar se queríamos café. Continuava a ser Dia de Portugal. Pelas sete horas, depois de termos saboreado o dito café e da partida da serviçal, começou-nos a bater a lucidez maldita. Não se via vivalma, nem povo, nem guarda, nem TVI!
- Podíamos incendiar tudo e fugir para a Ribeira de Pracana!...
- Pra quê?!...
- Podíamos telefonar para a TVI!...
- Pra quê?!...
- Podíamos ir a casa do patrão e fazê-lo refém!...
- Pra quê?!...
- Podíamos ir cada um para sua casa!...
- Pra quê?!...
- Podíamos ficar aqui por mais uns dias!...
- Pra quê?!...
- Podíamos telefonar para umas companhias?!
- Pra quê?!...
- Podíamos!... Podíamos!... Podíamos!..........
- Ora experimenta dizer, “podíamos”, puxando os cantos da boca com os indicadores!
- Hoje é Dia de Portugal e nós aqui! Portugal não quer saber de nós para nada!...
- Portugal não existe, é uma miragem!
- Calma! Ainda não chegámos ao fim!
- Podíamos ao menos identificar a qual de nós pertence cada uma destas bocas!...
- Pra quê?!
- Podíamos escrever a história desta fábrica!...
- Pra quê?!
- Podíamos fugir naquele carro de mão!...
- Podíamos incendiar tudo e fugir para a Ribeira de Pracana!...
- Pra quê?!...
- Podíamos telefonar para a TVI!...
- Pra quê?!...
- Podíamos ir a casa do patrão e fazê-lo refém!...
- Pra quê?!...
- Podíamos ir cada um para sua casa!...
- Pra quê?!...
- Podíamos ficar aqui por mais uns dias!...
- Pra quê?!...
- Podíamos telefonar para umas companhias?!
- Pra quê?!...
- Podíamos!... Podíamos!... Podíamos!..........
- Ora experimenta dizer, “podíamos”, puxando os cantos da boca com os indicadores!
- Hoje é Dia de Portugal e nós aqui! Portugal não quer saber de nós para nada!...
- Portugal não existe, é uma miragem!
- Calma! Ainda não chegámos ao fim!
- Podíamos ao menos identificar a qual de nós pertence cada uma destas bocas!...
- Pra quê?!
- Podíamos escrever a história desta fábrica!...
- Pra quê?!
- Podíamos fugir naquele carro de mão!...
- Prá…Pró… ai que já ia dizer uma asneira!...
(sei que alguns leitores desejam ardentemente o fim mas isto ainda não acabou)
Tou-te mesmo a ver, alapado no carrinho de mão e o Cossa a empurrar...
ResponderEliminarEi, pera aí, pra onde é que vocês vão? Não vão para aí, catano! Olha que prá semana vocês têm que cá estar!
Agora há que andar com a fábrica para a frente!
ResponderEliminarNão se ver viv'alma, vá que não vá... mas sem ver a TVI... como é que aguentaram?!
ResponderEliminarUm abraço do fundo da mina.
Os vapores dessa fábrica parecem-me ter efeitos secundários! Temo que isso possa influenciar o meu investimento no turismo pós-industrial...
ResponderEliminarDepois da euforia da copofonia vem o desalento... Uma noite de copos,de exaltação e sem dormir, ainda por cima, para nada!O Cossa vai se passar dos carretos!
ResponderEliminaracabar com a fábrica?... o povo unido jamais será vencido...
ResponderEliminarabraço
Pata Negra
ResponderEliminarVim ler mais um episódio da Fábrica que para mim é imperdível e dizer-te que estarei de férias até dia 30.Entretanto já escrevi e endossei o prémio LEMNISCATA.
Abraço
A Revolução continua, já encerrei a TVI.
ResponderEliminarVamos ocupar a Fábrica, eu levo uns chouriços, um pão e uma Acta. Ouviste?
Depois ainda dizem que não és revolucionário.
Viva a Liberdade. Viva o Cossas!
Com tanta fábrica a fechar há quem o esteja a desejar? Insanos!
ResponderEliminarCumps
Viva Majestade,
ResponderEliminartenho passado pelo reino, tarde e à más horas, meio adormecida.
É hoje, finalmente que vou deixar registo meu nesta Fábrica.
Já lhe disseram Majestade que esta Fábrica é como a voz dos cantores de excepção. Dela simplesmente se diz: " a Fábrica "?!
E o Cossa a dar-lhe voz bem pode cantar de galo, afinal se bem notar acabou de revelar a verdadeira revolução do proletariado - o Cossa até conseguia levar " companhias" para a Fábrica ...
Revolucionárias irmãs da sua causa, é claro. Mas que seria uma forma garantida de em pouco tempo ter os olhos de todo o País voltados para a fábrica, lá isso seria...
Todo esse engenho foi mesmo do Cossa ?!...
Que espírito revolucionário...
Comandante Cossa, só na~me voluntarizo para a sua nobre causa, por ter a agenda das guerras, batalhas e revoluções totalmente preenchida pelos próximos 7 anos.
:-)
Uma vénia e dois beijinhos. Um é para o Comandante.
:-)
Pois, bem me parecia que as partes chocantes ainda estavam para chegar!
ResponderEliminarNo caso da fuga em carrinho de mão se ter concretizado, quem seria o passageiro e quem seria o condutor?
Saudações do Marreta.
A propósito, hoje é sexta! A fundição já faliu?!
Para onde é a fuga?
ResponderEliminarTentem safar a fábrica...
Um abraço
Compadre Alentejano
Oh..Alteza!...Entao,a mulher do Cossa ,tao solidâria a levar cafe
ResponderEliminar(que tambêm,ê uma forma de luta),ser mencionada como servical...nao ê bonito!...Lembra-se,no dia 25 de Abril,as mulheres do povo levaram cafê aos soldados.Tantas Marias Revolucionarias deste Paîs...
Um abraco
Quem arruma esses paralelos?
ResponderEliminarAbraço do Zé
P'ra quê? P'ra que sim!
ResponderEliminarUm abraço
Eu bem sabia que a fábrica não fecharia.
ResponderEliminarE de carrinho era este frio que se faz sentir que bem iria,
pois que no mais
tudo permanece
e neste seu Reino
sempre e sua amiga
MARIA.
Um beijinho amigo, Maria
É sim de Majestade essa ternura pelo proletariado. Quem senão um legítimo Rei para sentir o que não mais sente ninguém ?!...
ResponderEliminarAbraço apertado.