sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Pobres muçulmanos

Como um porco doméstico se alimenta de restos, como o esperável e corretamente dito, está mais que dito e já começa a chatear, vou dizer.
Foi em Paris. Se fosse em Lisboa era mais perto. Naturalmente que sentimos com mais emoção a tragédia quando ela nos é mais próxima. Mas é preciso não esquecer que a minha vida, nua e crua, não vale mais que a vida dum igual a mim que acabou de morrer na Síria, no Iraque ou na Líbia.

Aparentemente, só os porta vozes da direita mais direita, deitam às claras, achas e cruzadas sobre os povos de onde são originários os terroristas de Paris, de Madrid ou de Nova Iorque. Mas, ela tem cada vez mais votos! Ainda hoje num café por onde passei, a maioria se manifestava assim.

Atentados, se não mais horrendos do que estes, pelo menos maiores em número de vítimas, têm acontecido com tanta frequência que já nem são notícia, em países que ficaram ingovernáveis nem nos lembrem como. 

Que o avesso deste manto de imagens e de jornalismo moderno que cobre o acontecimento, não sirva para ocultar que os principais alvos destes extremismos têm sido os muçulmanos, os cristãos e os ateus dos povos que habitam as terras do médio oriente e do norte de áfrica. Que "o mostrar serviço" dos homens do estado e os condimentos mediáticos que amassam as massas nesta mansa histeria, não sirvam para estimular os padrinhos dos seus autores a generalizar a proeza de pôr  um continente em estado de guerra sem ser com um exército, uma companhia, nem sequer um pelotão, com apenas três homens armados - "parce qu'ils n' avaient rien à perdre, rien à gagner , même la vie".

E, já agora, que isto não sirva de pretexto para deitar mais umas bombas sobre terras habitadas por muçulmanos, cristãos e ateus.

6 comentários:

  1. Oremos
    com a fé que temos

    embora
    nos diga a história
    que na hora de orar
    já pouco há a esperar

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  2. Útil, necessária e urgente reflexão.
    Um grande abraço

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  3. Ainda o sangue das 500 crianças palestinas não havia arrefecido e já Holland lambia as botas dos sionistas. 500 (quinhentas) crianças...

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  4. Há que reflectir mais nas causas destes comportamentos do que nos factos em si, que mais não passam do que crimes condenáveis, crimes de sangue. Estes assassinos não vieram de outras paragens, cresceram entre nós (europeus), e acabaram por fazer isto que agora se viu.
    O mundo ocidental não está isento de culpas...
    Cumps

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  5. "parce qu'ils n' avaient rien à perdre".

    c´est vrai!...

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