domingo, 20 de setembro de 2015

Já nem as tascas resistem aos telemóveis

Para dar tempo ao tempo duma espera de família, entrei na tasca do Buraca, sentei-me na mesa junto à porta e, numa atitude "pessoana", pus-me a bebericar uma imperial e a mordiscar uns tremoços. Ao balcão estavam dois ou três grupos de homens a bebericar umas imperiais e a mordiscar uns tremoços. Reparei que alguns deles falavam ou estavam entretidos com os seus telemóveis. Um desconhecido retirou-se do seu grupo e, de passagem para a rua, dirigiu-me a palavra:
- Os meus amigos não falam comigo! Estão todos com o telemóvel! Estou sozinho! Olhe, vou também fazer uma telefonema! Mas vou lá fora!...
Quando voltou a entrar o homem reparou que os seus amigos continuavam todos ao telemóvel e voltou a dirigir-me a palavra:
- Porra para os gajos! Isto é que eu tenho uns amigos!? O senhor dá-me licença que me sente aqui consigo?!
E então, como não éramos conhecidos nem amigos e aquele era o assunto que nos juntava, começámos a conversar acerca do uso dos telemóveis, até eu receber uma mensagem do familiar a dizer que já estava pronto e, quase ao mesmo tempo, ele receber uma chamada, dum dos amigos que estava ao balcão, a perguntar-lhe onde é que estava. 

7 comentários:

  1. Por vezes é necessário desligar mesmo o telemóvel durante um pedaço, porque é necessário conversar olhos nos olhos com os amigos. Há sempre tempo para depois ver se alguém nos contactou durante esse lapso de tempo.
    Cumps

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  2. Os Coelhos não são todos iguais

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  3. Ó Pata Negra, onde estão os Coelhos? São diferentes em quê? E os Pumas também diferem uns dos outros? Há Pumas estrábicos?

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  4. e assim vamos/ teclando e rindo/ guiados, guiados, sim...

    abraço

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  5. Nem o "cantando e rindo" nem o "avante camarada". Ambos são odiosos.

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  6. ... e o novo uso dos polegares?1
    Boa, Majestade!
    Abraço

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  7. Impossível fugir a esta "ditadura", mas suporta-se melhor assim, com ironia :)))

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