sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Os eleitores do "chega" estão entre nós

Não são os militantes que saíram dos sótãos e das tumbas dos avós que lamberam as botas do fascismo, que por ora devemos enfrentar mas somente os eleitores que os alimentam.

Identificam-se facilmente, sentam-se na mesma mesa  que tu, ouvem a conversa que anima a discussão e, de regresso duma ida à retrete, antes de se sentarem, abrem a gabardine e grunham  num tom murcho e perverso:

- Mas ele diz uma coisa que é verdade!

Em casos mais perigosos podem ainda acrescentar que são todos iguais, que tanto se lhes faz que vão para lá estes como outros, que não há esquerda nem direita ou que não vão com política.. Têm um denominador comum: não se assumem!

São esses, que bebem dos mesmos jarros do que nós, que nesta hora nos devem preocupar. 

- E como combatemos um ser incapaz de interpretar o seu lugar, o tempo que vive ou as suas falsas referências?

De facto são situações em que não valem os argumentos. Eu, levando o dito, ‘Se há dez pessoas numa mesa, um fascista chega, senta-se e nenhuma pessoa se levanta, então existem onze fascistas numa mesa”, faço assim: levanto-me deixando perceber aos presentes as razões porque o faço e saio sussurrando, em modo audível uma quadra popular.  

Portanto, é muito simples: não conviverei, não me relacionarei socialmente com qualquer indivíduo que seja apoiante, simpatizante, eleitor, potencial eleitor, ou defensor dum mentiroso nato, "que diz uma coisa que é verdade"!...

E, por favor, não me atirem que corto relações com pessoas por razões políticas. Só não tenho amigos em todos os partidos porque os partidos são muitos e nunca fiz da política um critério de amizade. Mas não se trata de política, trata-se de valores civilizacionais e racionais, quanto a isso, não pode haver tolerância, o mal tem de ser cortado quando está a nascer.

(legenda: com deus me deito, com deus me agasalho, com uma mão no peito, outra no ...)





3 comentários:

  1. Tive que me rir mesmo sem vontade, pois estou cheio de dores!!!

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  2. Sou leitora assídua, sem comentar.
    Hoje abro uma excepção.
    Na época natalícia esteve em minha casa uma familiar socialista portuense.
    A dada altura de uma discussão sobre o neto do sapateiro, disse para a chatear que ia votar no CHEGA.
    Então, ela me disse: embora não votes no PS, tenho a certeza absoluta que não votas no CHEGA, senão sai imediatamente da tua casa. Nunca ficaria numa casa de um eleitor do CHEGA.
    Esta ladainha, vem a propósito do senhor se levantar de uma mesa, onde estivesse apenas um facista.

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  3. Este texto fez-me lembrar o 'outro' que se dizia não racista usando como argumento que: "tanto aperto a mão a um preto como a um branco"...

    Já eu penso que este falatório todo contra o CHEGA faz lembrar o mesmo medo que dantes havia dos comunistas e do Comunismo, comedores de criancinhas e matadores dos velhos com a tal injecção atrás da orelha. Quanto mais falarem no Ventura mais visibilidade lhe dão, sobretudo, alertam os curiosos para o ouvir e ver.
    Sabe como dizia o Vasquinho lá no Zoo quando o tratador dos animais o confundiu com o veterinário e lhe chamou Doutor? Se não se lembra ou for tão jovem que o não saiba, diga que eu volto cá...

    Fique bem, El Rei D. Pata Negra!

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