sábado, 4 de maio de 2019

A colossal mentira dos 600 milhões

Uma mentira muitas vezes repetida acaba por ser aceite como verdade. Estou assustado porque quase ninguém a desmente. Registo ESTA exceção.


Contas do governo:

600 milhões / 100 000 professores / 14 meses = 428 euros de aumento mensal, em média, para cada professor.

Desmontemos a mentira com cálculos simples: não chegam a 100 mil os professores na carreira; a diferença média líquida entre escalões não chega aos 100 euros; a parte ilíquida retorna na prática aos cofres do Estado; a parte líquida, transformada em consumo ou em depósitos, também terá uma parcela convertida em impostos; os professores do 1º escalão e do 2º não terão todo o tempo para recuperar; existem milhares de docentes travados no 4º e no 6º escalão;  milhares de professores serão aposentados sem usufruir da recontagem porque o "tempo e o modo" é para "arrastar" por alguns anos...
Sem dados técnicos que nos permitam avaliar o valor destas variáveis atenuantes, que será significativo, não os tenhamos em conta. Tomando como referência a progressão máxima que poderá estar em causa e que só tocará a alguns, a subida de dois escalões, façamos um cálculo, acessível a qualquer leigo:

2 escalões x 100 euros x 14 meses x 100000 professores = 280 milhões

Mas atenção, não foi aprovado "o tempo e o modo", isto é, não se compreende onde é  que a lei quer chegar, não se percebem os tons vitoriosos dos representantes da classe, a birra do governo é uma encenação.

Sabe-se uma coisa e essa não se pode admitir: são mentirosos!

Por isso, Senhor António Costa, da minha parte, pode até substituir o Brandão pela Maria de Lurdes: ACABOU!

7 comentários:

Um Jeito Manso disse...

Alguns vícios de raciocínio nos seus cálculos, Caro Pata Negra. Mas passemos adiante e admitamos que não serão 600, serão o que for. Ainda assim, de onde vêm? E não vale dizer que vêm dos bancos porque aí pode ter que ir aos depósitos de meio país e as falências e as casas a terem que ser devolvidas seriam a rodos. Então vai cortar onde? Ou vai pôr a malta que paga impostos a trabalhar mais para pagar esse acréscimo?

E depois não repõe os rendimentos ao resto da malta toda? Ou os professores são uma elite que merece tratamento diferenciado em relação ao resto da malta?

Linda equidade, sim senhor.

cid simoes disse...

E para a banca desde o BPN ao BES, Banco Novo que nos têm levado milhares de milhões, onde estava o PS que sempre foi cúmplice?

JFrade (ainda mexe)) disse...

O Costa é um optimo actor. É, aliás, a sua grande habilidade. Vejamos se os outros partidos conseguem desmistificar os seus argumentos.

zambujal disse...

O comentador Manso diz que há vícios, mas não diz quais. Depois, tendo razão quanto â "malta toda", a quem é que falta equidade? ou a equidade está no nivelar por baixo e não na "igualização social no progresso" de que falava o Tratado de Roma? e esquece, deliberadamente, que não se trata da "malta toda".
Aliás, neste processo, há mais mentirosos que coxos...
Mais uma vez, o Rei se mostra â altura do reinado.
Um grato abraço

do Zambujal

O Puma disse...

Vozes ao alto na boca das sementes

Manuel Veiga disse...

a verdade vem sempre acima, dizem-me!...

abraço

Kruzeskanhoto disse...

Independentemente da razão que poderá assistir aos professores as contas não são essas. Nunca se pode aferir a coisa pelo vencimento liquido. Se assim fosse teria de contar com os efeitos nos ordenados do IVA, ISP e restantes impostos...