Um luto-arma … de quem luta no escuro/
apagaram as luzes/
lutaremos dia 22 e 23 de Maio/
de Negro, mas em Maio/
“contra os mordomos do universo inteiro,
senhores à força, mandadores sem lei,
que enchem as tulhas, e bebem o vinho novo,
dançando a ronda no pinhal do rei”
Um dia os soldados mandaram nas ruas deste país;
Em outros Maios ouvi até, cantar;
Outro dia os carros pararam numa ponte;
Na Galiza, escreveram nas janelas: NUNCA MAIS;
Na Espanha Aznar perdeu por telemóvel;
Agora, um gesto simples – um pano preto
(na janela, no corpo ou ao pescoço),
pode sinalizar um NÃO determinado e vitorioso,
um sinal de esperança, uma seta apontando outro caminho,
um grito, um manguito, de certeza um sinal…
Nenhum comentador, nenhum tribuno,
nos pode convencer que não há qualquer coisa de errado na receita:
tomámos todas as mixórdias e remédios e continuamos definhando:
- bancos de sucesso, galps bem geridas, casas de muros altos,
praias com portões…
- reformas na cova, prestações de corda ao pescoço, guerras de longe tão perto de nós, que eles, sempre eles, a dizerem que o Estado tem que emagrecer enquanto engordam no banquete, da dedicação à causa pública,
na inevitabilidade da representação oficial.
Se eu pudesse compraria as Caldas da Rainha e espalharia o barro moldado
nos solares das suas portas…mas têm portões senhores! Com segurança encorpada que enclausura qualquer protestação!
Por isso, nos dias 22 e 23 de Maio, vou mostrar todos trapos pretos que existirem nas minhas gavetas!
UMA ARMA DE LUTO, NUM PAÍS ESCURO QUE TERÁ ALGURES UMA JANELA!
1 comentário:
Estou contigo!
Zé
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