Teoricamente reunia todas as condições para dar um bom padre:
dava para a escola, não tinha jeito para o gado, tinha uma voz que nem um padre. Além disso era menos uma boca lá em casa e um padre na família aliviava os encontros com o Além, além do prestígio que criava entre a vizinhança.
Mas mal que as carnes me começaram a incomodar, a vocação começou a dar sinais de resvalo. Para mim a castidade era um pecado porque impedia a vida.
Os nãos da freira afinal, disse a sentença, não eram de prazer mas de recusa pelo que fui preso por violação e foi feito desmancho por ordem do bispado.
Pena cumprida e ex-seminarista, procurei no mocebo da Serra aliviar a minha culpa, mas quanto mais se me erguia o entusiasmo de consumar os actos, maior era a culpa e a onania de recurso ainda mais a acentuava.
Quando a insistência e a prática me começaram a dar sucesso, eis que as sabidas pecadoras, começaram a reclamar métodos de temperaturas e borrachas que para mim não eram mais que armas mortíferas.
Cópulas e cópulas tentadas eis que a primeira vingou. Mas, quando se soube que era certo que a criança ia nascer com os dentes tortos, com o aval do abade, concordou-se que era melhor não dar vida à imperfeição.
Longe de nós recorrer a médicos pagos pelo estado, a curiosas, ou a pílulas:
Badajoz é uma cidade maravilhosa!
A minha história é uma história de Vida. Sou pela Vida, se eu mandasse por cada espermatozóide que se cria teria que nascer uma criança. Abaixo a contracepção e todos os que não procriam! Abaixo as mulheres que recusam o coito aos transeuntes! Abaixo as famílias com menos de dez filhos!
Parece que no próximo Domingo vai haver um referendo. Para quê? A lei actual é suficiente para garantir que ninguém nasça com os dentes tortos ou com pai violador e além disso Badajoz fica aqui tão perto.
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