Eu sou também uma linda peça deste povo. Deste povo que vive no monte, na serra, no vale, à beira da estrada, à beira do mar, no terceiro, no quarto, na cave, deste povo que seria igual a outros povos se não fosse este povo.
Adoro este povo! O povo que melhor fala a língua que entendo, o povo que ousou ser o segundo maior país da península ibérica. Eu sou deste povo!
Mas é este povo que adoro que me dita a desesperança, legitima o poder que o castiga, se não pelo voto, pela abstenção!
Sejamos realistas, a seguir a Sócrates virá Sócrates, ou Menezes, para nós pouco importa! Entre o voto e o não-voto eles arranjarão propaganda para “legitimar” os seus actos!
Continua compatriota, continua! Cá iremos andando, uns melhor, outros pior, é a vida!...
Não há nada a fazer, não é? Não há outro caminho, não é? Tu vai-los castigando como podes, não é? – Votas neles porque é preciso alguém que mande, votas nos iguais a eles porque é preciso mudar para o mesmo, não votas nos diferentes deles porque são iguais a eles, não votas nos muito diferentes porque seria a desgraça, não votas em ninguém porque a tua matemática não dá para perceber que, não votando, estás a votar neles e, entre o teu direito ao voto e o teu orgulho de besta que vive numa democracia, lá vais reconhecendo que a tua escolha de nada vale porque serão sempre os mesmos e que o teu futuro será sempre o mesmo, independentemente dos mesmos! A tua opção de escolha, a tua democracia, dá-te, afinal, muita escolha: escolher sempre os mesmos! E, no fim da legislatura, democrática, note-se, mais pê esse com dê ou sem dê, mais deputado menos deputado do pê sê ou pê pê, mais louça, menos louça, não há outro caminho! Privatizar as estradas, a água e o ar! Encerrar! Encerrar! Encerrar! Vigiar! Punir! Multar! Pagar! Pagar! Pagar! Mais crise menos crise e aperta o cinto oh Zé, mesmo que o tenhas penhorado! Mais oásis menos oásis e crie riqueza senhor Zé e goze-a que a vida são três dias! Mais conjuntura, menos conjuntura! Mais números, menos números!
E aqui estamos, bem portugueses, à espera de nada!
Ai, se ao menos me permitissem a esperança! Se ao menos me permitissem viver cá no monte, na serra, no vale, na estrada, no mar, no meu quarto, sem lhes dever nada!
Embora não acredite em Deus, dou-lhe graças, por não ser como eles, por sentir a revolução dentro de mim como um vírus que se pode pegar, por sentir que os meus filhos me sentem a justiça e passarão aos seus filhos as palavras de ordem:
- Nacionalizem as estradas!
- A água é de todos!
- Portugal é nosso!
Adoro este povo! O povo que melhor fala a língua que entendo, o povo que ousou ser o segundo maior país da península ibérica. Eu sou deste povo!
Mas é este povo que adoro que me dita a desesperança, legitima o poder que o castiga, se não pelo voto, pela abstenção!
Sejamos realistas, a seguir a Sócrates virá Sócrates, ou Menezes, para nós pouco importa! Entre o voto e o não-voto eles arranjarão propaganda para “legitimar” os seus actos!
Continua compatriota, continua! Cá iremos andando, uns melhor, outros pior, é a vida!...
Não há nada a fazer, não é? Não há outro caminho, não é? Tu vai-los castigando como podes, não é? – Votas neles porque é preciso alguém que mande, votas nos iguais a eles porque é preciso mudar para o mesmo, não votas nos diferentes deles porque são iguais a eles, não votas nos muito diferentes porque seria a desgraça, não votas em ninguém porque a tua matemática não dá para perceber que, não votando, estás a votar neles e, entre o teu direito ao voto e o teu orgulho de besta que vive numa democracia, lá vais reconhecendo que a tua escolha de nada vale porque serão sempre os mesmos e que o teu futuro será sempre o mesmo, independentemente dos mesmos! A tua opção de escolha, a tua democracia, dá-te, afinal, muita escolha: escolher sempre os mesmos! E, no fim da legislatura, democrática, note-se, mais pê esse com dê ou sem dê, mais deputado menos deputado do pê sê ou pê pê, mais louça, menos louça, não há outro caminho! Privatizar as estradas, a água e o ar! Encerrar! Encerrar! Encerrar! Vigiar! Punir! Multar! Pagar! Pagar! Pagar! Mais crise menos crise e aperta o cinto oh Zé, mesmo que o tenhas penhorado! Mais oásis menos oásis e crie riqueza senhor Zé e goze-a que a vida são três dias! Mais conjuntura, menos conjuntura! Mais números, menos números!
E aqui estamos, bem portugueses, à espera de nada!
Ai, se ao menos me permitissem a esperança! Se ao menos me permitissem viver cá no monte, na serra, no vale, na estrada, no mar, no meu quarto, sem lhes dever nada!
Embora não acredite em Deus, dou-lhe graças, por não ser como eles, por sentir a revolução dentro de mim como um vírus que se pode pegar, por sentir que os meus filhos me sentem a justiça e passarão aos seus filhos as palavras de ordem:
- Nacionalizem as estradas!
- A água é de todos!
- Portugal é nosso!
24 comentários:
Ora aqui está um leittão de pata negra (pena que não seja presunto de porco preto)que regressa em força ao chiqueiro nacional.
Infelizmente o vira o disco e toca o mesmo é muito próprio das pocilgas lusitanas.
Saudações do Marreta.
P.S.: Não seria possível arranjares-me um "Eu vou à Pala" mas mais pequenino para caber na lateral do meu blog?
Se conseguires, a gerência agradece. É que eu destas coisas, e com a minha idade avançada, não percebo muito.
Ah! E já fui à Pala!
Bom eu percebo o que queres dizer e se é tudo o que eu penso não consigo concordar com tudo. Vou votar em branco. É um voto validamente expresso.
Marreta
Nem num post scriptum se deve pôr PS! Não fui eu que fiz o selo, foi um bloguer dos nossos, vou ver se consigo apequenar isso!
Um abraço
Silêncio
Votar em branco é um voto digno!
Não votar enquadra-se na máxima do "quem cala consente!"
Um abraço a cores
Aguardaremos, firmes e resolutos, as instruções de Vossa Majestade...
como? ai não se pode? isso é caciquismo... então, perdoará Vossa Alteza, mas em convindo vai nulo...
Rei dos Leitões/Pata Negra
Como vês já há vários blogues a derirem à Pala. Nómada, Sete Pecados, etc. Mas há quem esteja em apuros como é o caso da Amigona (vê o comentário no prémio Amizade do Silêncio). Eu também tive dificuldades em copiar a imagem da pála tal como é. Ficava fixa.
O mais importante para que se acredite num país mais justo é que cada um de nós, per si, se empenhe nessa construção.
É que isto de estarmos à espera que sejam os outros a fazer e quando os outros são partidos, instituições e formas de poder totalmente descredibilizados...
Vamos à Pala. Ir à Pala quer dizer: aperta a minha mão.
Eu já estou na Pala.
Beijinhos
Rei dos Leitões
Que prazer em conhecer-te. Simpático o teu espaço.Isso da Pala é que não entendo. Para que é que serve e o que é?
Os leitões tem a lingua mais limpa que certos politicos, pelo menos não falam nem prometem , cumprem o seu dever, gostosos para comer, os politicos nem isso
Saudações amigas
Será importante criar um elo entre os blogues que se identifiquem sobre alguns aspectos. Mas não é clara a filosofia ou intenção que está subjacente a esta manifestação(!?). Gostaria de perceber melhor.
Oh Majestade
Importa-se de colocar aqui num post como é que se copia esta imagem e se põe a catrapiscar? Eu fiz uma vez e não consigo repetir. A Amigona e outros não conseguem copiar porque fica fixa.
Silêncio,
para uma operação dessas, de crapitanço, talvez o melhor seja recorrer à garrafinha do e-mail!
Vamos conseguir catrapiscar!
Gil
Não é clara a filosofia porque está em fase de aclaração! Precisamos de ti!
Para ser mais claro, anda por aqui e por aí uma malta que está a tentar clarificar-se numa manifestação à Pala, sabe-se que existem ideias e objectivos comuns, procuram-se formas de encontros, mas nada é muito claro. Pensamos que cabe a cada um com todos tentar aclarar!
Um claro abraço numa ideia enevoada.
Valente,
cuidado com as palavras, ao Rei ninguém o come!
Um abraço com patas
Alex,
as palas são para guardar o sol!
Com o tempo iremos entender-nos, não consigo ser claro!
Um abraço e palas
Caro amigo, sugiro uma visita ao meu espaço, tenho um desafio literário a propor-lhe. Abraços.
Entendo totalmente o teu sentimento de revolta com o rumo que o chiqueiro leva, pois a coisa cheira cada vez pior.
Eis como eu vejo o significado do seu gesto -
A pala da indignação, assim poderia chamar-se.Uma espécie de mural onde um grupo de cidadãos conscientes não escrevinham contra o poder instituído, nem contra ninguém específico. Manifestam-se contra o que lhes vai mal na vida, na vida dos que lhes estão próximos e que é passível de comprometer a vida e o futuro dos respectivos filhos.
Escrevem, designadamente , que gostariam de ver nascer crianças no seu País em segurança e local próprio.
Que as estradas são de todos e não devem ficar a risco de saldo de acções a adquirir por qualquer um.
Que a cultura e o património são bens a proteger.
Que as pessoas merecem viver com dignidade, ter pão todos os dias do ano que não sejam natal e não morrer sobre o respectivo local de trabalho indignamente ...
Mas também para escrever que no Portugal destes dias difíceis, Oposição não é quem se senta ao lado do poder no Parlamento, é quem sofre e sem indiferença nota o sofrimento dos outros.
Em síntese, vejo -o como um SIMBOLO de Consciencia e de Indignação.
E honra-me muito ter como amigo uma pessoa com a coragem de o lançar . Porque dar o primeiro passos de muitos pequenos passos é sempre o que mais coragem requer...
Fácil é segui-lo.
Ou melhor, seria, se eu acedesse aos códigos da imagem.
É que não acedendo, como diz bem a sua amiga Silencio não fica bem colocar-se...
Acredito que outros blogs tenham realmente o mesmo problema.
Um bj
Maria
Um excelente post que manifesta alguma desilusão com o estado das coisas e um saudável inconformismo que nem sempre se nota no nosso povo. Eu também acho que com estes políticos não vamos a parte nenhuma, a não ser para o buraco, por isso continuo a votar em branco como já é meu hábito.
O desagrado anda por aí, a forma de agregar e manifestar esse desagrado ainda é difusa, mas é nossa obrigação tentar unir as vontades, pelo menos no essencial, que é uma sociedade mais justa e solidária.
Cumps
Compreendo a desilusão mas qual é a alternativa? Uma ditadura?
Às vezes sinto-me tão só e isolado, mas afinal, chegado também aqui, ao Rei dos Leitões, vejo que dizem o mesmo que eu. Sentem o mesmo que eu. Têm a mesma revolta, a mesma insubmissão, a mesma insurgência surda das palavras engasgadas, espirradas.
Portugal é nosso, apesar do estado de esmagamento em que estamos e o atrevimento que têm em sopear-nos de todos os modos: cortar, privatizar, extinguir, pressionar, taxar, multar, restringir, extinguir o ser português, comprimi-lo contra o oceano.
Quanto mais será necessário resistir à vara porcina que nos rege?!
Pata Negra
Hoje é o dia do "Olá". O dia em que internacionalmente de comemora o world hello day, num grito universal de unidade em prol da paz e da justiça. Tu és o primeiro a quem digo olá. E quando te digo olá eu quero dizer tudo. Mesmo tudo. Mas sobretudo quero caminhar contigo em busca de pessoas que queira caminhar.
Olá!
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