Desço da cruz para acalmar o Reino.
Lembro-me de, em pequeno, interrogar-me do porquê de, na minha aldeia, a Páscoa ser festejada na segunda feira e concluir, infantilmente, que tal se devia às dificuldades de comunicação do princípio da Era que só permitiram que a notícia da Ressureição chegasse no dia seguinte a lugar tão remoto.
Lembro-me de, em pequeno, acordar todos os anos, nesse dia, com o ribombar da alvorada e levantar-me excitadíssimo com o entusiasmo de quem vai viver a data principal do almanaque do sítio.
Lembro-me de ir crescendo e vivendo com conterrâneos e contemporâneos num quotidiano em que era omnipresente o horizonte que iríamos pisar na próxima Páscoa.
Já foi no meu tempo que a festa começou a dar dinheiro e, como não é terra de santos nem os santos da terra vão com contas de vigários, se decidiu que na terça feira se esbanjaria em ofertas de sardinha, broa, vinho, foguetes e acordeonistas o líquido das oferendas e lucros da segunda.
Eis, portanto, a explicação da minha ausência: no Sábado arranjo do recinto, no Domingo teste de torneiras e assadores, na Segunda a festa, na Terça a festa, na Quarta na cama até agora, a tomar conta da vesícula. Estou de cérebro entorpecido mas, ainda assim, aqui estou num sacrifício nobre de entornado, digo entronado, para pôr a paz no Reino:
- Alberto! Tu põe-te no lugar da Maria!
- Maria! Tu põe-te no lugar do Alberto!
- Eu! Estou no torno, digo Trono!
Da Festa não vos vou contar - pelo menos hoje, amanhã se já conseguir comer, talvez já conte – as coisas que a fazem ser diferente das outras, à parte de ser a minha festa.
Lembro-me de, em pequeno, interrogar-me do porquê de, na minha aldeia, a Páscoa ser festejada na segunda feira e concluir, infantilmente, que tal se devia às dificuldades de comunicação do princípio da Era que só permitiram que a notícia da Ressureição chegasse no dia seguinte a lugar tão remoto.
Lembro-me de, em pequeno, acordar todos os anos, nesse dia, com o ribombar da alvorada e levantar-me excitadíssimo com o entusiasmo de quem vai viver a data principal do almanaque do sítio.
Lembro-me de ir crescendo e vivendo com conterrâneos e contemporâneos num quotidiano em que era omnipresente o horizonte que iríamos pisar na próxima Páscoa.
Já foi no meu tempo que a festa começou a dar dinheiro e, como não é terra de santos nem os santos da terra vão com contas de vigários, se decidiu que na terça feira se esbanjaria em ofertas de sardinha, broa, vinho, foguetes e acordeonistas o líquido das oferendas e lucros da segunda.
Eis, portanto, a explicação da minha ausência: no Sábado arranjo do recinto, no Domingo teste de torneiras e assadores, na Segunda a festa, na Terça a festa, na Quarta na cama até agora, a tomar conta da vesícula. Estou de cérebro entorpecido mas, ainda assim, aqui estou num sacrifício nobre de entornado, digo entronado, para pôr a paz no Reino:
- Alberto! Tu põe-te no lugar da Maria!
- Maria! Tu põe-te no lugar do Alberto!
- Eu! Estou no torno, digo Trono!
Da Festa não vos vou contar - pelo menos hoje, amanhã se já conseguir comer, talvez já conte – as coisas que a fazem ser diferente das outras, à parte de ser a minha festa.
9 comentários:
Aleluia, Aleluia, Aleluia.
Abraço ressuscitado
Majestade, ainda bem que regressou!
Que alegria sentir-Vos de novo à frente dos destinos do Reino!
Saiba que na Vossa ausência PIB diminuiu, o Défice aumentou, aumentaram a Inflação e os Impostos, a Crise instalou-se e o Povo enervou-se ou deprimiu. Eu irritei-me, perdi o controlo e disse coisas de que me arrependo amargamente. Imagine Majestade que até me ofendi com um comentário de uma companheira e reagi de uma forma muito pouco elegante. Eu, Majestade, fiz isto! Vós que me conheceis estranhareis por certo este comportamento.
É verdade que não comi e mal dormi e que senti na minha carne o sofrimento de Vos ver ali ao pendurão no madeiro. Mas isto não justifica a minha atitude.
Como compreendereis não visito apenas o vosso Palácio. Tenho uma lista, já longa, de outras moradas que regularmente visito. Entre essas a da tal companheira que ofendi. Já lá fui várias vezes e nem a encontrei nem achei lugar onde pudesse deixar uma mensagem. Vou continuar a tentar.
Sempre ao dispor, o servo fiel,
Alberto Cardoso
:)
Muitos beijinhos, a ambos ( a Vª Majestade e ao Nobre Alberto ).
Ufa, que alívio Majestade. Estava a ver que um prego se vos enferrujara e vos retirara definitivamente a mobilidade.
Ainda bem que voltou e inteiro.
Valha-nos isso.
Hum... estas festas na sua aldeia...
devem realmente ser interessantes.
Adoro a parte em que o acordeonista , já bem regado, toca sem qualquer sombra de censura com o olho posto sobre as sardinhas dos outros... mas não para de tocar deliciosamente. Porque acordeonista bem regado é garantia de boa música :)
Ainda bem que voltou, Majestade.Escuso-me a relatar-lhe a tristeza do reino na sua ausência, tão bem descrita por Nobre Alberto.
Agora, um chazinho de boldo põe-lhe a vesícula como nova.
Precisa mesmo dela ?
:)
Beijinhos
Maria
Silêncio
Aleluia! Viva o Rei e viva o Silêncio! Talvez amanhã esteja em condições de dar uma volta pelo monte para ver o que por aí se anda a postar!
Um abraço com a boca seca
Alberto
Amanhã vais ao madeiro! Não mais de 30 chicotadas! Prepara o toucinho!
Um abraço de compaixão
Maria
Não te abraço porque ainda cheiro a sardinha! Uma padeira como tu faz falta no Reino!
Um aceno de mão
Pronto não faço barulho, só digo que ainda bem que já cá está.
Uff!!!
Um abraço
Muito baixinho, para não perturbar, as boas vindas no regresso ao trono. Os súbditos cá andam, carpindo as mágoas ou rindo-se delas que é mais saudável.
Abraço do Zé
Em respeito à ressaca e à nobre vesícula, aqui ficam apenas os desejos de um bom descanso.
Cumps
Eu cá não sou de Páscoas, mas gosto bastante dos convívios e das comemorações que se proporcionam quando se celebram certas tradições. O rever amigos, comes e bebes com fartura... são das coisas melhores que levamos desta vida.
1 Abraço Recuperador!
um "gajo" não pode beber...arrebenta com os neurónios.
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