Como o meu filho ia ter um teste de História, estive a estudar com ele e a fazer-lhe perguntas. A matéria era relativa à Idade Média. As classes sociais, o modo de vida de cada uma delas, pronto, esse tipo de coisas. Foi uma experiência muito engraçada, sobretudo para quem acompanha jornais e telejornais.
Estava eu a estudar os privilégios da nobreza e dei logo comigo a pensar que em Portugal, ainda não saímos bem da Idade Média.
Na Idade Média, a mobilidade social era praticamente nula. A nobreza vivia fechada sobre si própria usufruindo dos seus próprios privilégios.
Relacionavam-se entre si, casavam-se entre si, frequentavam os mesmos castelos, participavam nas mesmas festas e banquetes, olhando para o povo do alto dos seus privilégios sociais e económicos.
Ora, se virmos o que se passa em Portugal, temos de chegar à conclusão que no Estado há décadas dominado pelo PS e pelo PSD, existe cada vez mais uma feudalização da sociedade assim como uma organização social cada vez mais endogénica.
Um bom símbolo da nossa miséria é o casamento entre a filha de Dias Loureiro, amigo íntimo de Jorge Coelho, e o filho de Ferro Rodrigues, amigo íntimo de Paulo Pedroso, irmão do advogado que realizou a estúpida e milionária investigação para o Ministério de Educação e amigo de Edite Estrela que é prima direita de António José Morais, o professor de José Sócrates na Independente, cuja biografia foi apresentada por Dias Loureiro, e que foi assessor de Armando Vara, licenciado pela Independente, administrador da Caixa Geral de Depósitos e do BCP, que é amigo íntimo de José Sócrates, líder do partido ao qual está ligada a magistrada Cândida Almeida, directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, que está a investigar o caso Freeport.
Talvez isto ajude a explicar muito do que se passa com a Justiça, a Economia, a Educação. Sobre a Educação, a minha área, vale a pena pensar um bocadinho.
Haverá gente em Portugal a beneficiar com a degradação da escola pública? Outra vez: haverá gente em Portugal a beneficiar com a degradação da escola pública? Há. Claro que há.
Ora bem, quer entender porquê? E quem são? Quer mesmo? É fácil. Experimente a sentar-se um pouco com o seu filho a estudar História.
José Ricardo Costa, Ponteiros parados
Estava eu a estudar os privilégios da nobreza e dei logo comigo a pensar que em Portugal, ainda não saímos bem da Idade Média.
Na Idade Média, a mobilidade social era praticamente nula. A nobreza vivia fechada sobre si própria usufruindo dos seus próprios privilégios.
Relacionavam-se entre si, casavam-se entre si, frequentavam os mesmos castelos, participavam nas mesmas festas e banquetes, olhando para o povo do alto dos seus privilégios sociais e económicos.
Ora, se virmos o que se passa em Portugal, temos de chegar à conclusão que no Estado há décadas dominado pelo PS e pelo PSD, existe cada vez mais uma feudalização da sociedade assim como uma organização social cada vez mais endogénica.
Um bom símbolo da nossa miséria é o casamento entre a filha de Dias Loureiro, amigo íntimo de Jorge Coelho, e o filho de Ferro Rodrigues, amigo íntimo de Paulo Pedroso, irmão do advogado que realizou a estúpida e milionária investigação para o Ministério de Educação e amigo de Edite Estrela que é prima direita de António José Morais, o professor de José Sócrates na Independente, cuja biografia foi apresentada por Dias Loureiro, e que foi assessor de Armando Vara, licenciado pela Independente, administrador da Caixa Geral de Depósitos e do BCP, que é amigo íntimo de José Sócrates, líder do partido ao qual está ligada a magistrada Cândida Almeida, directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, que está a investigar o caso Freeport.
Talvez isto ajude a explicar muito do que se passa com a Justiça, a Economia, a Educação. Sobre a Educação, a minha área, vale a pena pensar um bocadinho.
Haverá gente em Portugal a beneficiar com a degradação da escola pública? Outra vez: haverá gente em Portugal a beneficiar com a degradação da escola pública? Há. Claro que há.
Ora bem, quer entender porquê? E quem são? Quer mesmo? É fácil. Experimente a sentar-se um pouco com o seu filho a estudar História.
José Ricardo Costa, Ponteiros parados
15 comentários:
creio que nunca saímos da idade
das trevas, e experimentar ou estudar um pouco de história
nesta altura do campeonato resulta numa má disposição, como é óbvio...
:-)
abraço
Porra, porra, não me venhas com mais histórias e ainda por cima pornográficas...
Eu acho que nem o Socas nega o facto de ainda estarmos na Idade das Trevas, afinal é ele que mais fala em campanhas negras (ele lá sabe...).
Abraço do Zé
Majestade
Idade das Trevas, Idade da Ganhuça, da Pouca Vergonha ou de um sem número de adjectivos que aqui poderiamos escrever.
São tudo pelo do mesmo animal e comem todas da mesma gamela.
E o povo é que se lixa.
Um abraço meio desanimado
Nocturna
P.S. E o relógio ? Só eu é que gostava dele ?
Pois eu acho que não devemos estudar história! Induz-nos ideias perigosas...
Se o Sócrates te lê, manda logo retirar a História dos programas de ensino e o Dr ao Mento.
História... essa coisa perigosa e peçonhenta, que leva as pessoas a analisarem a fundo o passado para poderem contextualizar e perceber o presente. Ciência social subversiva, tumor na nossa sociedade, que cria cidadãos esclarecidos e cultos. Qualquer dia, essa coisa até poderá criar umas criaturas que, imagine-se, não acreditam nem se deslumbram com as sábias palavras do senhor engenheiro e presidente do Conselho de Ministros.
Pois por mais uma grande coincidência também andei a estudar História com o meu filho no fim-de-semana: a mim calhou-me a parte da Revolução de 1383-1385, uma das minha preferidas. Ainda assim note-se que:
- durante a conspiração o próprio povo teve que ser enganado (boato que matavam o mestre de Avis);
- a coisa teve que ser feita por dentro, ou seja, teve que ser um parente da realeza, com acesso ao paço da Rainha e ir lá em pessoa liquidar o Conde Andeiro;
- assim que a burguesia se instalou no poder, toca de distribuir títulos uns aos outros para se tornarem na nova nobreza;
Quer isto dizer que mesmo nas mais gloriosas revoluções a que Portugal assistiu, o poder foi sempre seguro pelas classes dominantes e o povo nunca passou da cepa torta: passado pouco tempo lá ia ele nas caravelas a sofrer de escorbuto e a servir de escudo aos senhores colonizadores.
Um abraço com os manuais de História em cima da cabeça!
É isso mesmo, ainda não saímos da idade das trevas. Andam todos a papar-nos, e a gente a ver...
O feudalismo está entranhado na política e vice-versa...
Um abraço
Compadre Alentejano
Lá voltamos à trilogia CORRUPÇÃO/COMPADRIO/LAMBE-BOTISMO.
É isto que nos (des)governa, não há decadas, mas sim há séculos!
Saudações do Marreta.
da triste triste história de um país à beira de um ataque de nervos.
por isso hoje vou estudar hist´ria de arte com o meu filho....talvez me salve de tanta coincidência.
gostei.....muito.
abraço.
Pata Negra
Ganda post meu!... Isto assim é que é falar! Casamentos endogâmicos, isso já se sabia. A destruição da escola pública isso também se está a ver. O nepotismo nos empregos qualificados, isso também é mais que evidente.
Manipulação da comunicação social, isso nem se fala. Olha lá, mas as trevas não chegam a todo o lado, ou chegam? Aos nosso blogues não chegaram e a muitos outros também não. Ainda não desisti da Pála.Talvez nesse dia se faça luz.
Abraço
Amigo Pata-Negra,
E não é que me deste um nó no pensamento!!!
Pensando bem, deixa lá ver... é melhor voltar a ler e, já agora, vou-te roubar este texto.
Um abraço almareado
(acho que é assim que se diz cá pela moirama)
Por mim, podem casar-se à vontadinha e encornaram-se uns aos outros.
Estou-me nas tintas para esses tios e tias.
O meu sangue é encarnadinho.
um abraço
Post de excelência, meu caro!
Pois, os Reis e as Princesas, os Nobrées e a Padralhada.
Haja livros de história.
A Idade das Trevas, da escuridão.
Quem acende a luz?
O esquema é igual, só mudam os nomes.
No dia 21 de Dezembro de 2012 veremos o que irá acontecer.
Para gáudio, nada acontecerá. Mas talvez, uma cosquinha de qualquer coisa ocorrerá.
Abraço,
Zorze
"Relacionavam-se entre si, casavam-se entre si, frequentavam os mesmos castelos, participavam nas mesmas festas e banquetes, olhando para o povo do alto dos seus privilégios sociais e económicos."
A única diferença, é que hoje o povo já não é assim tão parvo, como já foi! Nada nesta pretensa "nobreza" nos deslumbra! Já agora, que ninguém nos ouve... e as vezes que estes distintos senhores contratam putas caras, porque o que têm em casa, não lhe enche as medidas, já que o casamento não passou de um inteligente negócio? E elas? Bom, e elas? Recomenda o bom senso que fique por aqui, se não ainda faço um argumento para um filme tragicómico...
Quanto ao resto, é a vida! O que fazer, já que sempre assim foi?
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