Já não me apetece escrever sobre o assunto mas... ainda me lembro.
Ah! Mas ainda tenho mais asco por aqueles que matam o mensageiro pela má mensagem. Pobre Ivo, de repente apareceu um país de magistrados de quarta classe e mais animador ainda: afinal, milhões de portugueses que não liam mais que as manchetes do Correio da Manhã ou os slides ilustrados do Facebook, tudo indica que leram 6000 páginas dum processo.
E pronto, deixo prosa, já mastigada, sobre o assunto e sobre o figurão:
Não, não foram os homens de Costa que desligaram a máquina a Sócrates. O golpe de misericórdia foi dado hoje, pela sua ex-namorada Fernanda Câncio, num "artigo de confissão" (ou será de traição?) que acaba por provar quanto estavam bem um para o outro.
Sócrates já mete dó. Afinal ele acaba por se tornar vítima daqueles que lhe deram os seus tempos de glória, da amante que lhe fazia festas nos cabelos, dos correligionários que o seguiam, dos jornalistas que o apoiavam, dos comentadores que o elogiavam, dos eleitores que o escolhiam e até do sistema judicial que, pelo menos parcialmente, teve nas mãos.
Ninguém me provou ainda que Sócrates é um criminoso mas já tenho a certeza de que ele é uma vítima.
Pois é minha gente, quando ele recebia vivas dos carapaus e dos armadores, não por dar de comer aos peixes mas por oferecer as redes, não por fazer bem a uns mas por fazer mal a alguns, quando ele era o salvador que aniquilava as corporações de preguiçosos bem pagos, enquanto a Fernanda dormia com ele, nós outros lutávamos nas ruas para que o seu reinado chegasse ao fim. A nós ninguém nos pode acusar de o ter apoiado.
Que Vinicius de Moraes me perdoe assim como aqueles para quem me repito. Ficam aqui as palavras dum ataque de fúria que em 2009 me deu:
Sai, Sócrates
Desaparece, parte, sai deste povo
Volta a Vilar de Maçada onde te esperam
As ossadas dos teus avós, de que és
A herança perversa. Vai, foge do povo
Monstruosa farsa, hediondo
Ministro do faz conta, boy bóbó
Coito interrompido! Sai, Sócrates
Fato cagão, cueca suja como guardanapo,
Gravata de prepúcio, câncio homo-nada
Que empestas as passerelles da vidairada
Com teu petulante abanar de ancas
Enquanto largas traques sobre as palmas
Tuas encomendas aos boys-todo-o-serviço
Sai, get out, va-t-en, henaus
Tu e tua capa de marketing de plástico
Tu e teus telepontos
Tu e teu discurso cheio de nada
E pede perdão ao filósofo
Cujo nome roubaste. Deixa os portugueses em sossego
Odioso falozinho; fecha o fecho
Das tuas peles destomatadas
Secretárias, ministrinhas, directoras, jotas de saia curta
Movendo-se à volta da tua merda, como moscas
varejeiras que depois pousam nas mesas e nas camas,
Sai, Sócrates
Arruma as botas e diz adeus ao tacho
Em saudação fascista; galga, vasa,
Contra o teu próprio umbigo
E vai viver do teu próprio valor
Na poeira suja que se acumula no teu currículo.
Adeus
Recheador de ricos, multiplicador de pobres, tu
Com quem ninguém quererá jamais aprender nada.
Parte, punheta estéril, andate via
A23, destino Covilhã,
Experimenta viver igual às tuas vítimas.
Não tens mais estômago do que o homem da rua!
Cretino só, pinóquio de esparguete, que prescreves
A crise do país sem a experimentares, só
cretino, políticu, xuxalista...
Desanda, arruma as malas, toma banho,
E telefona para a empresa de mudanças!
IV
Há 1 trabalhador que foi para o desemprego
Há 2 trabalhadores que foram para o desemprego
Há 4 trabalhadores que foram para o desemprego
Há 16 trabalhadores que foram para o desemprego
Há 256 trabalhadores que foram para o desemprego
Há 65.536 trabalhadores que foram para o desemprego
Há 4.294.296 trabalhadores que foram para o desemprego
VI
— Minha senhora, lamento muito, mas é meu dever informá-la de que a empresa não precisa mais dos seus serviços...
— Meu caro senhor, tenho de comunicar-lhe que está despedido...
— É, infelizmente a empresa diminui os lucros. É impossível manter o seu posto de trabalho...
— É a crise, meu amigo. Vá para casa...
— Você é um homem forte, com certeza que arranjará outro emprego...
— Sua folha de serviço é exemplar, dar-lhe-emos uma carta de recomendação...
— Veja, você já não tem nada para dar à empresa... talvez com formação...
— Compreendo que não tenha outro rendimento. Sou seu patrão, não sou seu pai...
— Há muito operário na mesma situação. Você não está só...
— Era o nosso melhor colaborador. Mas a crise é internacional e não perdoa...
— Qual quê, meu caro, não se assuste prematuramente. Ainda tem uma vida à sua frente...
— Parece que o engenheiro também vai fora...
— Uma trabalhadora exemplar... E depois, tão linda...
— Que coisa! Logo agora que empresa estava cheia de encomendas...
— Se não aceitar as condições, somos obrigados a despedi-lo...
— Não me diga? A auto-europa...
— Não só... e a general motors?...
— E atenção para a última notícia. Mais três mil trabalhadores despedidos esta tarde...
— SÓCRATES ESTÁ DESPEDIDO
Sócrates já mete dó. Afinal ele acaba por se tornar vítima daqueles que lhe deram os seus tempos de glória, da amante que lhe fazia festas nos cabelos, dos correligionários que o seguiam, dos jornalistas que o apoiavam, dos comentadores que o elogiavam, dos eleitores que o escolhiam e até do sistema judicial que, pelo menos parcialmente, teve nas mãos.
Ninguém me provou ainda que Sócrates é um criminoso mas já tenho a certeza de que ele é uma vítima.
Pois é minha gente, quando ele recebia vivas dos carapaus e dos armadores, não por dar de comer aos peixes mas por oferecer as redes, não por fazer bem a uns mas por fazer mal a alguns, quando ele era o salvador que aniquilava as corporações de preguiçosos bem pagos, enquanto a Fernanda dormia com ele, nós outros lutávamos nas ruas para que o seu reinado chegasse ao fim. A nós ninguém nos pode acusar de o ter apoiado.
Que Vinicius de Moraes me perdoe assim como aqueles para quem me repito. Ficam aqui as palavras dum ataque de fúria que em 2009 me deu:
Sai, Sócrates
Desaparece, parte, sai deste povo
Volta a Vilar de Maçada onde te esperam
As ossadas dos teus avós, de que és
A herança perversa. Vai, foge do povo
Monstruosa farsa, hediondo
Ministro do faz conta, boy bóbó
Coito interrompido! Sai, Sócrates
Fato cagão, cueca suja como guardanapo,
Gravata de prepúcio, câncio homo-nada
Que empestas as passerelles da vidairada
Com teu petulante abanar de ancas
Enquanto largas traques sobre as palmas
Tuas encomendas aos boys-todo-o-serviço
Sai, get out, va-t-en, henaus
Tu e tua capa de marketing de plástico
Tu e teus telepontos
Tu e teu discurso cheio de nada
E pede perdão ao filósofo
Cujo nome roubaste. Deixa os portugueses em sossego
Odioso falozinho; fecha o fecho
Das tuas peles destomatadas
Secretárias, ministrinhas, directoras, jotas de saia curta
Movendo-se à volta da tua merda, como moscas
varejeiras que depois pousam nas mesas e nas camas,
Sai, Sócrates
Arruma as botas e diz adeus ao tacho
Em saudação fascista; galga, vasa,
Contra o teu próprio umbigo
E vai viver do teu próprio valor
Na poeira suja que se acumula no teu currículo.
Adeus
Recheador de ricos, multiplicador de pobres, tu
Com quem ninguém quererá jamais aprender nada.
Parte, punheta estéril, andate via
A23, destino Covilhã,
Experimenta viver igual às tuas vítimas.
Não tens mais estômago do que o homem da rua!
Cretino só, pinóquio de esparguete, que prescreves
A crise do país sem a experimentares, só
cretino, políticu, xuxalista...
Desanda, arruma as malas, toma banho,
E telefona para a empresa de mudanças!
IV
Há 1 trabalhador que foi para o desemprego
Há 2 trabalhadores que foram para o desemprego
Há 4 trabalhadores que foram para o desemprego
Há 16 trabalhadores que foram para o desemprego
Há 256 trabalhadores que foram para o desemprego
Há 65.536 trabalhadores que foram para o desemprego
Há 4.294.296 trabalhadores que foram para o desemprego
VI
— Minha senhora, lamento muito, mas é meu dever informá-la de que a empresa não precisa mais dos seus serviços...
— Meu caro senhor, tenho de comunicar-lhe que está despedido...
— É, infelizmente a empresa diminui os lucros. É impossível manter o seu posto de trabalho...
— É a crise, meu amigo. Vá para casa...
— Você é um homem forte, com certeza que arranjará outro emprego...
— Sua folha de serviço é exemplar, dar-lhe-emos uma carta de recomendação...
— Veja, você já não tem nada para dar à empresa... talvez com formação...
— Compreendo que não tenha outro rendimento. Sou seu patrão, não sou seu pai...
— Há muito operário na mesma situação. Você não está só...
— Era o nosso melhor colaborador. Mas a crise é internacional e não perdoa...
— Qual quê, meu caro, não se assuste prematuramente. Ainda tem uma vida à sua frente...
— Parece que o engenheiro também vai fora...
— Uma trabalhadora exemplar... E depois, tão linda...
— Que coisa! Logo agora que empresa estava cheia de encomendas...
— Se não aceitar as condições, somos obrigados a despedi-lo...
— Não me diga? A auto-europa...
— Não só... e a general motors?...
— E atenção para a última notícia. Mais três mil trabalhadores despedidos esta tarde...
— SÓCRATES ESTÁ DESPEDIDO
38 comentários:
durezas e realidades, mas os que sentem na pele, nas carreiras interrompidas sabem o peso.
abraço
Democracia ameaçada
Luz da escuridão,
Paz na contra mão;
Democracia de traças,
corroendo uma nação.
Liberdade sem voz,
Igualdade desigual.
Cuba condicionada,
Gente subordinada;
Reféns de uma minoria,
Assolando a multidão.
Minoria de altar,
Multidão sem lugar.
Cidadania formal,
De direitos abstratos;
Vivendo a agonia,
Desigual democracia.
Democracia ameaçada,
Política corrupção.
Malas cheias de dinheiro,
CPI do mensalão;
Sanguessugas invisíveis,
Sugando uma nação.
Todo o povo tem razão só o Socrates é que não.Gostei mto do que li---força majestade---bota tudo abaixo.Será que os que se seguem serão melhores? Já não confio em ninguem...e o Jardim Gonçalves? Eu quero ir prá ilhaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!
MUUUUHAHAHAHAHAHA
Já sabes. Adorei!
Eu também adorei.
É um texto soberbo que revela uma sincera preocupação de cidadania para com um número de Portugueses cada vez crescente, infelizmente, sem trabalho, sem meios ou recursos para fazer face às suas necessidades e de suas famílias.
Gostei particularmente do tamanho do estômago. Mas olhe que dizem que a qualidade é que mais conta .
:-)
Falando a sério, com a dignidade que o seu escrito impõe, este é
um texto que nos honra porque o chamamos amigo e Rei e só poderia ser por si escrito.
A falácia da situação está na data de nascimento da criatura. Então Vª Majestade ignora que a mesma nasceu sob o signo da Virgem ?
Qual 7 de Junho ?!?...
:-)
Um beijinho amigo e parabéns. É um texto de excelência impressionante que deixa adivinhar a sua substância mais humana e solidária .
Maria
Que eu não entre neste verbo...
Granda poeta!
Será que o povinho o despede mesmo?
Beijokas
O Pinóquio feito de pau até que era simpático, ao contrário do gajo que é uma Maçador, oportunista e fingido que se está borrifando para o Povinho, no qual ele não se revê.
Abraço do Zé.
7 de Junho,caí a máscara ! Ou o princípio do fim da farsa!
Onde está escrito ...caí deve ler-se caiu.
Abraço
Um abuso por uma muito justa causa, gostei bastante.
Olá Majestade
Parabéns!
Eis um poema que expressa toda repugnância e raiva que os portugueses que pensam por si sentem pela «coisa» que, nos últimos anos, tem vindo a pôr e a dispor das nossas vidas e da vida dos nossos filhos. A pôr e dispor, reclamando-se como socialista e agindo a bem dos já ricos, prejudicando os então já pobres e arrastando os “remediados” para a miséria.
A «coisa», para mim, revelou um facto que desconhecia: é possível produzir um aborto ao fim de nove meses de gravidez.
O fiel servo,
Alberto Cardoso
Pata Negra,
Simplesmente, excelente!
Poderia ser o início de uma petição ou algo mais...
Abraço,
Zorze
R.I.P. - N. desconhecido
M. 27 de Setembro de 2009
Saudações do Marreta.
P.S.: O Marreta necessita de ajuda lá no pasquim
Pata Negra
Venho ver-te. Por onde andei faltaram-me as tuas palavras e é hora de agirmos.
Agirmos pode não ser uma grande coisa mas apenas a capacidade de olhar em volta, de interpretar sinais e de, naturalmente, darmos um chuto no traseiro do Sócrates.
Precisamos de soluções novas com gente que não tenha o rabo preso.
Gostei deste poema e o Vinicius já te perdoou.
Abraço
Abraço
Excelente adaptação onde a grandeza de Vinicius não sai beliscada.
Faltou fazer referência aos Funcionários Públicos que são colocados em Mobilidade Especial, ou seja, os despedimentos camuflados deste (des)governo, que também não entram nas estatísticas.
"Voltar a Vilar de Maçada"?!
Não creio, porque segundo rezam as crónicas dos cafés locais, o Inginheiro a fazer de conta, é completamente ignorado pelos seus conterrâneos, o que é uma Maçada para o seu nariz emproado e arrogante.
Por aquelas bandas já não engana ninguém.
abraço
Porra, que é bom!...
Fiz muitos recitais a meias com o Mário Viegas, em que ele dizia a "outra" versão...
Arrepiante!
Abreijo
Este é o REI de quem eu sou a sua mais humilde súbdita !!
Indignado e sem paciência para mais do mesmo.Pegou no varapau (neste caso o ceptro) e zurziu sem piedade. Nunca lhe doam as mãos !
Pena que a maioria dos portugueses continue na habitual mesmiçe e pareça drogado e sem vontade de acordar.
Temos mesmo que vir para a rua gritar.
Um abraço
PS.A Comenda e o Prémio já lá estão, V. Majestade sabe a razão do atrazo.
NOTÍCIA NO SAPO
«Sol está a ser impresso com título "O Polvo" apesar de providência cautelar (SIC)
O Tribunal Cível de Lisboa aceitou hoje o pedido de providência cautelar para evitar a revelação de mais escutas no semanário Sol. Ainda assim, o jornal estará já a ser impresso com uma manchete cujo título é "O Polvo".»
OS HOMENS(?) DE MÃO DO SÓCRATES AINDA MEXEM...
Alberto Cardoso
Pata Negra
Grandes calores te deram, mas acalma-te Majestade. O sócretino bem tentou tapar o sol com a peneira mas não há providência cautelar que tape o Sol.
O homem vai mesmo embora. Não há outra saída. E que a blogosfera nunca se cale nem seja amordaçada.
Abraço
O Rei, hoje, está cá com uma pica.
Depois destas palavras sentidas e ressentidas, e depois de tantos meses passados tudo está bem pior. Espero que daqui a pouco tempo não precises mais de as evocar.
Abraço
Sou mais um dos que assina por baixo para a queda do dito, e gostei do texto poético que já tem assinatura.
Abraço do Zé
Pata Negra de cinco bolotas.
Sócrates, vai e não voltes mais!
Vai ser lenbrado como o pior primeiro-ministro de Portugal...
Um abraço
Compadre Alentejano
Será que o punheta de grilo precisa de GPS!
Desculpem camaradas, mas o mal não estará no sistema? Que vale o Sócrates ir embora (e não vai demorar muito) se é substituído por outro pouco melhor, igual ou pior?
Seja quem vier a podridão, o compadrio, a cunha, a corrupção, as felgueiras, os isaltinos, os valentins, os varas, os penedos, as casas pias e muitos eteceteras (como sou analfabeto não sei se é assim que se escreve), continuarão a polvilhar este país.
O mal, quanto a mim, está no sistema e naqueles que vegetam à sua volta e comem à sua custa.
Se não mudar o sistema a merda continuará.
Paz à sua alma.
lol
lol
lol
Pata Negra, Meu Irmão. Nesta confusão sei que me entendes.
"Recheador de ricos, multiplicador de pobres, tu
Com quem ninguém quererá jamais aprender nada."
Infelizmente.
Claro que não desisto de votar.Pelo menos consigo dizer a mim própria que com o meu voto não foram para lá.
Abraço resistente. E saudoso.
Uma repostagem que demonstra como é preciso desejar MUITO para que gente dessa caia da cadeira.
Cumps
Não pondo em causa a alegria causada que até motivou uma re-inauguração, temo que a ampulheta se vire ao contrário e o gajo volte ao topo...
Saudações do Zé Marreta agora em http://tribunadomarreta.blogspot.com/
Mantém o entusiasmo que vai ser preciso despedir o outro que vem a seguir...
Não fosse Rei,não escreverias assim...
Certamente ...
:)
DESPEDIDO?
Porra!
Ainda tem bom corpinho para trabalhar...
que chibatas tão bem zurzidas no coirão!
(não te quero como inimigo rss)
abraço
❤️
sempre actualizado/ável.
Forte abraço
Boa malha
Abraço
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