Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define como perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer,
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro…
É a hora!
(Fernando Pessoa)
Ontem tivemos uma hora! Fizémo-la! Fizémo-la acontecer!
No meio do nevoeiro nem foi notícia! Felizes os que a viveram porque os que a ignoraram nem sequer vão estar preparados quando a verdadeira hora acontecer!
No meio do nevoeiro nem foi notícia! Felizes os que a viveram porque os que a ignoraram nem sequer vão estar preparados quando a verdadeira hora acontecer!
6 comentários:
Muito bom o acrescento pessoal, a conseguir ser melhor que o Pessoa...
Um grande abraço
o país a arder e com cheiro a esturro; a lenha tem que servir tambem para outro efeito...
abraço
Ontem fomos intervenientes no processo histôrico da luta de classes,que vivemos aqui e em toda a europa.Esta ê um barril de pôlvora,principalmente nos paîses do Sul.
Quem é esse Pessoa cujos versos li neste post? É que o fulaninho não sabe as regras básicas de um poema que são (como aqui tenho repetido vezes sem conta) a rima e métrica. Ora na pseudo poesia que li aparece uma tentativa falhada de rima (as terminações das últimas palavras estão todas fora do sítio) e métrica nem vê-la. Já disse e repito: um texto, só porque é, digamos, sincopado, isto é, em vez de ser corrido é apresentado aos bocadinhos, cada bocadinho em sua linha NÃO É POESIA!!! Chamem-lhe gaguês se vos aprouver mas poesia é que não. E quem defender o contário pode ir tomar no coiso.
Crisâtemo Ciclomotor (Primo da Rosa Mota)
http://www.youtube.com/watch?v=6UP--oY3dFg
A bela interpretação de Amélia Muge impressiona.
O poema de Pessoa retrata a alma de muitos dos portugueses, hoje.
Um abraço entre o nevoeiro.
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