quarta-feira, 26 de dezembro de 2018
Movimento relativo
Vou desligar.
Parem de me dar notícias
Porque eu já sei que as coisas acontecem.
Parem de escrever bons livros
Porque o meu ritmo de leitura é lento.
Parem de fazer bons filmes
Porque tenho uns em atraso para ver.
Parem de inventar músicas
Porque eu tenho discos que nunca ouvi.
Parem com a tecnologia
Que eu já não dou conta dos botões.
Parem de me oferecer produtos
Que eu tenho a despensa cheia.
Parem de me anunciar espectáculos
Que eu já não tenho agenda.
Parem de fazer leis
Que eu faço questão de andar legal.
Parem de fazer estradas
Porque eu já não sei por onde hei-de ir.
Parem o comboio
Porque eu vou apear-me.
Parem a camioneta
Porque me apetece vomitar.
Ainda o sinal não estava verde
E já me estavam a apitar.
Parem! Stop! Dêem-me tempo! Dêem-me espaço!
Parem que eu não consigo acompanhar!
Oh! Estou a ficar para trás!
Parem de me encher a cabeça.
Deixem-me respirar.
Respirem.
Todos os livros, músicas e filmes estão compostos.
Chega de tecnologia.
A Terra está esgotada.
Já vi todos os números de circo.
Todas as leis estão feitas e todas as cidades construídas.
Será este o caminho?! Não são estradas a mais!?
Não vou para mais lado nenhum!
Não quero mais nada!
Vou viver aqui que aqui há terra!
Vou descansar.
E tu? Ficas comigo? Ou fico só?
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5 comentários:
Só!
Fico contigo,
desde que te levantes
"Os lutadores que estão cansados demais,
perdem a batalha."
Estas duas bacoradas são merecedoras de antologia!
Embora não pareça, estás em forma... desta forma.
Comento, logo não te deixo só!
Lutamos, logo estamos com os outros que somos nós!
B(r)oas festas... como diz um amigo nosso1
Que 2019 seja um ano nOVO... mas não da serpente!, como nos avisa que nosso amigo é, como por exemplo o Ingmar Bergman em filme e o Ruy Guerra em crónica e eu, humildemente,
do Zambujal
Boas Janeiras
Boas Janeiras
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