terça-feira, 1 de agosto de 2023

Para acabar de vez com educação


 O sistema educativo alicerçado nas vontades do Estado Novo, ou melhor, fascista, pintado na esperança de Abril e sucessivamente remendado pelos ventos do quotidiano político da contra revolução, faliu. Montes de horas de aulas, carradas de matérias, milhões de vencimentos investidos em docentes, para uns ratitos saírem da montanha. E não vale a pena inventarem rankings, o primeiro prémio dessa falência vem para os jovens formatados no ensino privado! De nada serve conhecer a fórmula resolvente, as leis de Kirchhoff, o mapa do Quinto Império, as personagens dos Maias ou já ter ouvido falar de Sócrates ou do ADN se o sucesso do ensino secundário ignora o que é o IRS, o Código Civil,  o código binário, a tecnologia LED , o FMI, o movimento hippie, o socialismo, porque se capam os porcos ou o controlo do livre pensamento. 

E, como o inconsciente coletivo não quer ver isto, inventa um ensino superior menor refém de "numerus clausus", colo roto de fundos de tamanho que baste para mandar às ortigas a soberania, diplomado em fotos de pais babados ao lado dos seus filhos príncipes,
cobertos de capas pretas em dias de fitas, e fica toda a gente muito contente porque o que não falta na família são doutores.

A escola, o colégio, a universidade, o sistema nacional de qualificações, são os agentes que certificam o maior embuste dos tempos que vivemos. Todos somos muito instruídos e vemos o rei nu mas ele vai vestido e bem vestido, que cada um descubra as saias com que ele tapa os nossos olhos.

1 comentário:

Rogério G.V. Pereira disse...

Boa e acertada bacorada...
É por isso que a luta continua
enquanto uns putos escoteiros,
andam com uma cruz... às costas