Está um poeta de pedra ao fundo da avenida
mas não fala...
Não sei o que pensam as pessoas que por ali passam
mas faço ideia...
Eu também por ali tenho andado
mas já nem falo com o poeta nem com as outras pessoas...
Prefiro, quando a noite me permite,
olhar fixamente a lua alguns minutos...
Ou então, procurar uma estrela que me atraia
- desisto sempre, não têm sexo!...
... e o que será de quem das vassouras voadoras, escreve:
“ é mentira isso de vassouras voadoras.
o que acontece, é que os homens que voam,
gostam de levar com eles uma vassoura.
há tempos, eu andava lá em cima, e uma mão estranha atacou-me,
levando-me os sonhos que trazia comigo.
- por isso, é sempre bom levar uma vassoura!”
... é claro que quem pensa desta maneira, é um lunático.
Mas o poeta de pedra que está ao fundo da avenida
e as pessoas que por ali passam, não o são!
Logo, eu não sou de pedra e também não sou como essas pessoas.
Isto faz com que eu sinta dores estranhas
quando olho a vida como o poeta de pedra,
ou como as pessoas que por ali passam.
Quando estou de cabeça virada para o ar, estou bem!
Como nada me proíbe de assumir sempre essa posição,
eu posso concluir que estou bem na vida!
A minha namorada gosta de me ver com a cabeça virada para o ar
e diz-me porquê mas eu esqueço-me!
Então ela ri de mim
e diz que eu sou como o poeta de pedra que está ao fundo da avenida
e como as pessoas que por ali passam...
... é claro que quem pensa desta maneira é um lunático!
15 comentários:
Muito bom texto!
É bom ser lunático... não se sofre tanto!
Eu nem sou poeta nem sou de pedra, mas esquecido e cabeça no ar são "qualidades" que não posso negar possuir.
Abraço do Zé, bem com a vida
Pois eu percebo. Desde que aderiste ao PS que te sentes perseguido por um poeta de pedra...
Gostei do texto, embora tenha achado perturbador o não te deixarem olhar para o céu durante muito tempo...
A imagem de um poeta de pedra só podia ser sua.
É linda, forte, intensa e perturbadora.
Tudo o que a meu ver deve ser uma escrita criativa.
Viajamos com esse poeta que por ser de pedra, pese embora o seu fascínio pela Lua não retira os pés do solo. Já eu que sou carne, facilmente me transporto ao mundo da lua ou a outros e pairo a levitar algumas vezes entre o céu e a terra.
Um beijinho amigo
Maria
Tenho momentos em que me apetece estar de cabeça para o ar, pudesse eu, estar sempre assim... Ao menos não via tanta coisa que me faz mal... A maldade, por exemplo! Mas assim, também não veria o belo. Visto isto, é melhor é ter a cabeça como todas as pessoas, para poder olhar em frente! Porque é lá, que reside a esperança, (minha)!
Um beijinho.
Quem assim se expressa só pode ser Rei.
Haja o que houver nunca deixaremos que nos levem os sonhos!Com vassourada ou sem vassourada espero que continue a voar e a acreditar, para seu e nosso prazer.
Gostei do poema.
Venham mais.
Abraço
Compadre Alentejano
Pata Negra
És um lunático querido sabias? E sabes versejar. Gosto dos lunáticos assim que mantém aquela irreverência genuína e que não se deixam formatar.
Abraço despistado
muito bem Rei Pata... suficientemente sério gracejando...
abraço
O Rei anda sempre de cabeça no ar. Acreditem.
Vossa Majestade anda sempre de cabeça no ar?
Olhe a gripe ...
Ela paira no ar, apesar do nosso primeiro ministro nos tranquilizar.
Chegue-se cá, só um bocadinho, pelo menos para fazer a vacina.
Já se pode fazer a vacina da Gripe A?
Andar na Lua talvez seja melhor do que ser de pedra. Da ilusão à insensibilidade, eu cá sabia o que escolher.
Cumps
Blogue de grande originalidade, sentido de humor fino, refinado, destinado a mentes de aguçado raciocício.
Bela escrita. Alma densa.
" A minha namorada gosta de me ver de cabeça virada para o ar ".
Certamente é por acreditar poder elevá-lo ao céu.
Antes isso.
Estou com o seu amigo Guardião.
Antes isso.
Cumps. ( espero não ser invasivo, venho atrás de uma fã deste Reino. Enfim, tanto se ouve bem falar que se aguça a curiosidade. E sim, ela está globalmente certa. Parabéns pelo bom trabalho)
Tenho as minhas impertinentes dúvidas, lunáticamente falando.
5ª dimensão ...?
Abraço,
Zorze
caro pata:
é preciso portar vassouras mesmo para proteção contra a aves de rapina que importunam o vôo.
abraços desse poeta de além mar.
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