Sentimento de desgosto pelo bem alheio. Houve até um filósofo de cátedra que escreveu título de livro sobre o tema, apontando-o como - mais um - defeito do desgraçado português. Não nos bastavam tantos, por tantos dos nossos apontados, ainda mais este! Pois eu não acho que o mal deste país seja a inveja, mas mais a mania que tanta gente tem que deles os outros tenham inveja.
- Tu tens é inveja!
- Ele tem é inveja!
- Eles têm é inveja!
Inveja de quê?! Desfaz o teu orgulho e decompõe em peças aquilo que te leva a pensar que os outros têm inveja de ti! Eu não te vou sugerir partes, porque acabaria por tocar as tuas partes mais fracas e tu ficarias vazio da tua frágil vaidade, passando, tu sim, a ter inveja!
Eu tenho tristeza por ver que outros mais quietos do que eu se bamboleiam ostentosos, enquanto eu, legítimo cidadão me consumo na triste vida do homem pobre - dizem eles, por minha culpa, minha tão grande culpa!
Se algum defeito eu tenho é o de não suportar a vaidade e de acreditar, por tradição, no mau-olhado! Eu franciscano assalariado por destino e crente no poder dos teus olhos pela sua frieza!
Mas tu! Desatrela-te da tua vaidade e faz-te igual aos outros, “streapa” o teu rabiosque de dentais e convence-te que os teus órgãos são iguais aos de outros - só não têm é feitiço! Convence-te que a tua “invejável” situação não é autêntica, construída por oposição à desgraça de outros.
Se o fizeres, não viverás eternamente convencido que os outros têm é inveja!
A minha marrã pariu hoje sete bácoros, por favor não passes no meu pátio!
1 comentário:
"Se algum defeito eu tenho..."
Li bem?
SE ALGUM DEFEITO EU TENHO!! S E A L- G U M D E F E I T O E U T E N H O! !!!
Ó pra ele, o convencido. Vaidoso é o que tu és. E invejoso também.
(Parabéns à marrã e muitas felici- dades para os bácoros - que em breve serão leittões. Mais uns tantos súbditos para ti)
Zé
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