O meu amigo Zé Que Não Sei Quem É topou-me um deslize e vai daí atirou-me um comentário cuja resposta elevo à categoria de “Postagem do Dia”.
Agarra ele na frase do “post” precedente, o da “Inveja”, no lugar comum de se dizer, pior escrever: - “Se algum defeito eu tenho…”
Pensando bem, o meu amigo Zé Que Não Sei Quem É, apanhou-me em flagrante, de tal modo, me pôs a pensar nesse defeito que eu tenho de estar interiormente convencido que não tenho defeitos, embora eu, como toda a gente, assuma o contrário nas conversas fiadas.
É que quando se trata de enunciarmos um qualquer nosso defeito, a circunstância e a forma acabam sempre por lhe deixar um ligeiro aroma a qualidade. Mas é esta contradição entre a nossa interioridade sem culpa maior e a nossa camuflada forma de a verbalizarmos socialmente em defeitos pouco condenáveis que nos mantêm a tão necessária auto-estima.
Visto assim, o facto de eu dizer “se algum defeito eu tenho” deixa de ser defeito porque é tão comum à maioria quanto o auto-elogio dos bons defeitos.
Mantenho contudo a falta de ter escrito e publicado a frase suicida “se algum defeito eu tenho” e reconhecer que o Zé Que Não Sei Quem É terá muitos defeitos, entre eles, os do apelido de família.
Por oportuno deixo uns parágrafos que escrevi há uns anos para não sei que pasquim:
“É comum dizer-se: "eu o que tenho a dizer digo-o directamente às pessoas!"; "eu não sou daqueles que passam a vida a dizer mal dos outros!";"depressa esqueço o mal que me fazem!"; " eu por bem sou o melhor mas por mal ...!"; e outras mais coisas do género que toda a gente diz e com as quais toda a gente parece concordar. Pois eu tenho a impressão que cultivo um pouco de todos esses defeitos, o que confirmo, aliás, pelo facto de ceder à tentação, escondido por detrás destas letras, de dizer mal, de não esquecer o mal que me fazem, de ser mau para os que me são bons e de ser bom para os que me fazem mal”
Oh Zé Que Não Sei Quem É, não te intimides com tão longa resposta, porque não foi defeito teu o teu reparo, defeito foi o meu de não ter reparado na barbaridade que escrevi e que me custa a assumir publicamente embora cá no fundo seja quase uma onania.
4 comentários:
Olha que quem fez esse comentário não fui eu
Zé
Vamos lá a ver se nos entendemos: no teu texto referes-te a mim como o amigo "Zé Que Não Sei Quem É" e algumas linhas abaixo reconheces(?) que eu terei "muitos defeitos, entre eles, os do apelido de família". Quem é que te autoriza a intuir que eu tenho muitos defeitos? E desde quando é que o meu apelido de família, de que muito me orgulho, pode ser tido como um defeito? Não me estarás a confundir com outro Zé, o tal "Pinto de Sousa"? Mas eu não sou esse Zé. Eu sou Eu, nada de confusões. Mas se pensavas que eu era esse-outro, como poderias considerá-lo "amigo"?
É melhor ficar por aqui. Basta de perguntas embaraçosas.
Um abraço amigo.
Zé (Silva?)
Ter como apelidos "Que","Não", "Sei", "Quem" e "É" não é defeito?
Alguém que ousa apontar como pecado dizer-se "se algum defeito eu tenho" está por defeito a reconhecer os seus múltiplos defeitos.
Só conheço de cor os nomes completos dos meus amigos - para o caso: "Zé Que Não Sei Quem É"
se há alguém com estes apelidos seguido de Silva pode ser primo ou enteado mas não é o próprio
Avancemos porque há coisas mais urgentes a merecer os teus comentários, sempre bem vindos.
Zé
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