sexta-feira, 23 de junho de 2017
Uma história que trago comigo
Pedro gozava a beira rio. Preparava a cana, lançava a linha, pescava um peixe, assava e comia. Quando lhe voltava o apetite, repetia os gestos e de imediato um outro peixe lhe mordia o anzol. Pedro passava-o pelas as brasas, preparava o petisco, saboreava o alimento e de seguida passava ele pelas brasas, descansando o dorso nas margens do seu rio.
Um vizinho da fisgada, admirado com tamanha sorte não resistiu a enfileirar conselhos:
- Pedro, com a tua sorte, podias pôr duas canas e recolherias o dobro de peixe!
- Mas pra quê?!
- Duas? Podias até pôr uma data delas!
- Mas pra quê?!
- Pra quê!? Tivesse eu a tua sorte, comprava uma moto de três rodas com caixa atrás e venderia uns peixes por aí!
- Mas pra quê?!
- Oh! Mas que coisa! Eu com a tua sorte empregaria até uma data de pessoas por minha conta e teria peixe para dar e vender!
- Mas pra quê?!
- Lá estás tu! Com a sorte que tu tens poderias até ter uma frota de carrinhas frigoríficas a vender peixe por toda a região!
- Mas pra quê?!
- Então para quê?! Poderias ganhar muito dinheiro, teres uma vida regalada e deitares-te ao sol descansado!
- Mas não é isso que eu estou a fazer?!
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15 comentários:
João, conhecia e gosto da história. Nela o que faz raiva é que não nos podemos refastelar conforme o Pedro, graças a Deus, se refastela, come e descança.
Por isso trabalhamos e ganhamos pouco sem que nos possamos deitar, embora o desejemos. Quanto ao teu livro, julgo que ainda não há um computador com o qual nos possamos deitar, cheirar as páginas e meter num bolso como num quarto para folhear. Como o Pedro, quereria lê-lo deitado ao sol, com um longo e fino caule de erva entre os dentes.
Abraço livre de livra livro!
PALAVROSSAVRVS REX
Homem sensato este Pedro, que bom seria se todos fossemos como ele.
Abraço
Quantos sonhos, quanta ambição, quantas arrelias e tanto trabalho, quando muitas vezes a paz e a felicidade pode ser tão mais simples de alcançar .
Abraço
Nada na vida se faz sem sorte...
O ser humano complica muito as coisas, ou pelo menos, muitos complicam demais o que é simples.
Abraço do Zé
Reia Pata
Pedro tem razão, ele trabalha e come seguindo o princípio "quem não trabuca não manduca". É o que ele faz, sempre que quer comer estende a cana e quando o bandulho dá horas, estende a cana... os outros que façam o mesmo - estendam a cana.
abraço
A sorte e a simplicidade conjugadas.
Cumps
Esse Pedro não sabe o que é uma boa vida...
Majestade,antes de mais:
Será que o que vem à cana de Pedro é mesmo peixe ?!
Espada?
Taínha?
Depois, esse amigo do Pedro quer é desmoralizar-nos perante os manos parceiros da U E : esvaziar os mares, fazer de Portugal o peixe pescado em Portugal e depois que será deles, taditos, que já esgotaram os respectivos mares?!...
Aí tem : trabalhar demais tem as suas contra indicações. É como as receitas. Se pomos açúcar a mais, a coisa mela.
Desgraça ....
Sabe... sou peixe ...
NB:
um beijinho amigo.
É... Muitos de nós já têm tudo, mas só alguns reparam nisso.
No lugar do Pedro eu faria exactamente o mesmo!
Mas conheço alguns donos de camiões frigoríficos que fazem nada e têm muitos Zés e Pedros a trabalharem para eles...
Abraço.
Já conhecia a versão africana... que era com uma palmeira sob a qual dormitava um Pedro africano. Os argumentos eram a condizer assim como a resposta... "mas eu já estou a descansar!!! Há tantos anos!!!
Já agora... o patrão dizia para o empregado se despachar, trabalhar mais depressa. Este respondeu... não precisa, patrão, trabalho não acaba, tem logo outro para fazer!!!
Um abraço recalcitrante
Meg
A história é conhecida, tem várias versões e a tua é muito bem contada o que ajuda a que cada um a recorde... e a traga consigo e a divulgue. Ajuda a pensar!
Abraço
esse o final feliz da história
pode muito bem acontecer que o Pedro esteja a estas horas internado num manicómio! o que é bem feito - quem o manda pensar!
ora, toma!
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