terça-feira, 28 de agosto de 2007

Diário de Torga 1

Albufeira, 28 de Agosto de 1975
LIBERDADE
- Liberdade, que estais no céu...
Rezava o padre nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pão de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.
- Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.
Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
- Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.

5 comentários:

Watchdog disse...

Confesso que não aprecio muito poesia. Mas tu dás-me cada "ensaboadela", lá me vais convencendo!
Se o meu amigo Urbano soubesse...

1 Abraço!

...do Pita é que não há notícias!?!

MARIA disse...

A Liberdade, é verdadeiro pão para a boca de um Homem digno.
Tem aí um verdadeiro tesouso. Obrigada por o partilhar.
Saudações
Maria

Arrebenta disse...

O Rei dos Leitões nao perde um dia que não nos visite :-)

Anónimo disse...

Não tenho dado novas mas espio o "Rei" todos os dias. Aplausos pela iniciativa de nos facultares pedacinhos da Obra de Miguel Torga.
Um abraço.

Pata Negra disse...

watcdog
nunca se confessa que não se aprecia poesia, música, sexo ou a Primavera. Diz-se que não se gosta de certa poesia, certa música, certo sexo, certas primaveras...
desculpe-me o abuso do aconselhamento!
um abraço

maria
irei partilhando sempre que a ocasião faça o momento, isto é quando calhar!
bjs

arrebenta
por aqui a porta também está sempre aberta, em certos dias pode é só haver pão duro ou sopa...
abraço


já estava a ficar preocupado com a tua ausência - nós por cá, vamos indo graças a Deus!
um abraço