Hoje queria falar de gatos. Tenho encontrado com frequência blogues com fotos e mimos de gatos e gatas. Gosto de embarcar nos temas da actualidade. A minha vizinha tem sete gatos que vagueiam entre a sua casa e a minha, de modo que nós já desistimos de reclamar propriedade aos gatos, são cá do sítio e pronto! Além de não incomodarem vão dando conta das cobras e dos ratos, respeitando o Rato João e o cão que, por uma razão que só os pequenos sabem, se chama Gato - é um nome estranho para um cão mas nestas coisas de baptismos de animais é natural que sejam as crianças a escolherem os nomes.
Lembro-me de ser jovem e sonhar com uma casa na floresta que fosse protegida por centenas de gatos. O destino acabou por me trazer aos porcos mas continuo a não resistir à felinidade da vida, das coisas e das pessoas.
“Poema de amor”
adoradores de cabrões seduziram a minha vara
nem moscas, nem pombas escaparam à ira do animal homem
acarinhei duros toucinhos
reflecti grandes projectos
fui vento velando sobre todas as famílias
eu majestático sentado em tronco d’oiro
à minha direita a serpente
à minha esquerda a gata
ainda hoje a serpente dança num bar no Oriente
e a gata vagueia pelos muros da cidade
a serpente morrerá na guerra
a gata será atropelada
adoradores de cabrões seduziram a minha vara
nem moscas, nem pombas escaparam à ira do animal homem
acarinhei duros toucinhos
reflecti grandes projectos
fui vento velando sobre todas as famílias
eu majestático sentado em tronco d’oiro
à minha direita a serpente
à minha esquerda a gata
ainda hoje a serpente dança num bar no Oriente
e a gata vagueia pelos muros da cidade
a serpente morrerá na guerra
a gata será atropelada
ainda hoje um mercador de capa negra
vive obcecado pelo “poesia do indecente”
como se o rosnar do tambor
ditasse a serenidade do combate
como se o calor vagabundo
matasse a nostalgia da noite
a serpente transporta os seus soldados
a gata agasalha a sua mente
(deixaste-me só...
nas mãos da serpente
deixaste-me apenas...
ruminando a inteligência das tuas palavras)
vive obcecado pelo “poesia do indecente”
como se o rosnar do tambor
ditasse a serenidade do combate
como se o calor vagabundo
matasse a nostalgia da noite
a serpente transporta os seus soldados
a gata agasalha a sua mente
(deixaste-me só...
nas mãos da serpente
deixaste-me apenas...
ruminando a inteligência das tuas palavras)
4 comentários:
Pois a mim o tema também me parece muito actual.
Só tenho uma reclamação a fazer : deve o poema ser reformulado para ser dada à gata morte mais digna que o atropelamento.
Pobre gatinha, digo mais, daqui apelo à distinta plateia da casa para que apoiem a gata vindo aqui declarar :
POUPE-SE A VIDA DA GATA !
Sabe-se lá quantas das suas 7 vidas, essa já não terá perdido ...
maria
desde quando o atropelamento não é uma morte digna?
Depois, esse limite sete é superstição, uma gata volta sempre a nascer, tenho olhado para gatos que me parecem andar por cá desde o começo dos tempos...
obrigado pela visita
tenho ido ao blog Maria, mas demora muito tempo a carregar, existirá algum problema? alguma coisa muito pesada? vou continuar a teimar... sei que gostas de poesia e isso basta-me...
até já
É verdade eu própria tenho tido dificuldades em aceder muitas vezes, ainda não percebi bem o que estará a passar-se.
Quanto ao atropelamento, francamente, parece-me doloroso demais...
Prefiro pensar que o que mata o gato(a) é a curiosidade ...
sobre o que há-de vir, ou sobre o que há-de ser...
a curiosidade sempre mata o gato(a) ou vai matando...
Estou de volta, Poeta!
1 Abraço!
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