Naquele tempo quem queria viver no campo sem viver do campo tinha poucas opções. Alfaiate era um ofício reconhecido. Ir ao alfaiate não era todos os dias, vestir bem era apenas necessário para ir à Igreja ou à sede de concelho. O vestuário era poupado e aproveitado até ao último trapo. Não havia criança sem remendo no cu ou nos joelhos.
Eis senão quando, num de repente, começam a aparecer as bombazinas e as gangas. Um jovem trabalhava para conseguir dinheiro para ter umas calças de ganga. Depois pedia à mãe que as lavasse muitas vezes para ficarem russas e dadas ao corpo.
- Ó Gaspária, mas porque é que as calças do meu Carlitos têm escrito Luís em todo o lado? Ele "teria-as" roubado?!
A lavadeira mal tinha passado pela escola e era toda de acordos ortográficos: Lois, Luís, era tudo a mesma coisa.
Sou conservador, não me sinto bem com umas calças de fazenda, não vou em marcas. Sou dos poucos que ainda usam calças Lois.
Post para matar o tempo e o espaço.
8 comentários:
Majestade, a mim também me apetece matar qualquer coisa.
Não visto marcas.
Andar por aí a desfilar com o nome de uma marca afixada a qualquer zona do corpo, é publicidade que não faço a ninguém.
A minha avó dizia-me " o que é bom por si se vende "
Confesso e admito esta fraqueza: se eu visse Vª Majestade despojado de suas reais vestes, apenas in Lois, o que seria de nós ?
De nós, reino, entenda-se.
Não pode confundir o povo. Já bem basta a conjuntura.
A Lois não veste o Rei.
Mas se vestir será certamente muito bem ...
Durma bem.
E eu que tenho umas calças Lois tãoooooo antigas lol
Vim aqui recalcitrar-TE por causa de um convidado que tenho lá em casa, mas fui apanhada, confesso.
Olha mas do primeiro gostei muito dos cavalos. Eram tão menos!!!!
A tactica mudou mas o fim, enfim...
Agora o que me impressionou mesmo foi o ... Teixeira dos Santos!
Não era o TS a abastecer a viatura?
E eu, como faço?????
Gostas de Lois, usa Lois e ninguém tem nada com isso, não queiras saber de marcas, claro!
Afinal jã não sei se vale a pema recalcitrar, acho que vais lá mesmo.
Um abraço
Pata Negra
Sou do tempo dessas Lois. Davam felicidade.
Agora já nada dá felicidade. O consumo, consome-nos. Nada satisfaz. Por isso as pessoas são tão indiferentes.
Há que restaurar aquela igualdade de tratamentos que nos aproxima.
Abraço
"A lavadeira mal tinha passado pela escola e era toda de acordos ortográficos: Lois, Luís, era tudo a mesma coisa."
Excelente, brilhante.
Olá!
Muito obrigada pelo poema,fiquei comovida!
Quanto às Lois, ele era as Tois, Zois,Zouis,que nas feiras tentavam fazer concorrência às ditas.Mas qual quê as verdadeiras eram um must!!!
Beijokas e aparce sempre
E Lois já era bem bom! Naquela altura ter umas Lois ou umas Lee já era "in", já que as Levi's eram mesmo para quem tinha muita guita.
E havia as Mako Jeans e as Queens e as Wrangler. E as McRogers, made in Feira dos Ciganos, produzidas no Norte, e que anos mais tarde (por volta de 1990) num estudo comparativo com outras calças de "marca" feito pela revista Pro-teste da DECO, ficaram em 1º lugar, à frente de Levi's, Chevignon, El Charro, Uniform, etc, calçames que na altura com o preço de umas davam para comprar pelo menos 10 McRogers!
Também nunca fui maluco para dar 100 aéreos por umas Levi's, mas as minhas calças preferidas desde puto são mesmo as Lee que têm uma ganga muito boa e duradoura. Tenho para aqui uns pares que já devem ter uns 15 anos.
Viva o general Lee!
Saudações do Marreta.
Já agora, onde é que ainda as compras? Deixei de as ver nas lojas de gangas. E Wrangler, as minhas preferidas?
Abraço
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