(dedico aos que também não pensam)
Não gosto dos móveis do meu quarto porque me tortura e aborrece a sua quietude. O seu silêncio, não é porque me respeitem, é vingança para que eu inveje a sua condição de matéria inerte!
Ah!!! Mas eu sou Vivo!...
Ó vaca de cama onde se deitam toda a espécie de sonhos e pensamentos!...
Ó secretária frustrada e untada com caracteres que nem sequer são de palavra e que tentas convencer-me que vou passar a vida olhos nos nós da tua madeira serrada!...
Ó guarda-roupa que tens a mania que me assustas com o teu espelho cego e mal sabes tu que fui criado à imagem e semelhança de Deus!...
Sou Vivo!...
Ó estante imunda, que nem sequer existes aquém da minha imaginação, que me chamas pobre e desconheces, por natureza, a riqueza do meu conhecimento!...
Ó cadeira emproada de orgulho por me tocares as costas e o traseiro e nem sequer te foi reservado o direito de experimentares os prazeres do corpo!...
Sou um ser Vivo!...
Ó candeeiro que nunca viste o sol nem sabes as causas físicas da electricidade e julgas dar-me luz!...
E tu, que te sentes viril por estares de cabeça e ao corrente dos sexos adúlteros cá do bairro e não passas de mesinha sem penico e com gaveta de trocos!...
Só tu, meu rádio querido, me dás sinais de vida!
Música! Música!
(hoje, mais uma vez, vou dormir dentro do meu rádio…)
Não gosto dos móveis do meu quarto porque me tortura e aborrece a sua quietude. O seu silêncio, não é porque me respeitem, é vingança para que eu inveje a sua condição de matéria inerte!
Ah!!! Mas eu sou Vivo!...
Ó vaca de cama onde se deitam toda a espécie de sonhos e pensamentos!...
Ó secretária frustrada e untada com caracteres que nem sequer são de palavra e que tentas convencer-me que vou passar a vida olhos nos nós da tua madeira serrada!...
Ó guarda-roupa que tens a mania que me assustas com o teu espelho cego e mal sabes tu que fui criado à imagem e semelhança de Deus!...
Sou Vivo!...
Ó estante imunda, que nem sequer existes aquém da minha imaginação, que me chamas pobre e desconheces, por natureza, a riqueza do meu conhecimento!...
Ó cadeira emproada de orgulho por me tocares as costas e o traseiro e nem sequer te foi reservado o direito de experimentares os prazeres do corpo!...
Sou um ser Vivo!...
Ó candeeiro que nunca viste o sol nem sabes as causas físicas da electricidade e julgas dar-me luz!...
E tu, que te sentes viril por estares de cabeça e ao corrente dos sexos adúlteros cá do bairro e não passas de mesinha sem penico e com gaveta de trocos!...
Só tu, meu rádio querido, me dás sinais de vida!
Música! Música!
(hoje, mais uma vez, vou dormir dentro do meu rádio…)
10 comentários:
E qual é a música que o rádio vai reproduzir? Assim não vale, eu fiquei curioso...
Cumps
Escreves bem que te fartas. Eh pá tens nisso futuro.
Venha a música pode ser...
"Talvez foder do Pedro Abrunhosa".
Abraço
Porra!... Que texto...
Que a música te seja boa!
Abraço (vivo)
Um bocadinho pessoano=P
Puderamos nós ter sempre um rádio onde dormir!!!!
Mas dos que dessem só música. Música nossa, boa, da que, mesmo quando nos tira o sono, apetece continuar a ouvir!
O médico bem te avisou que tens que tomar os comprimidos todos os dias. E já sabes que não podes beber álcool. Se não dá nisto: vês coisas estranhas, dizes disparates, enfim, uma tristeza.
O Amigo
Alberto Cardoso
Majestade, alinhe aí as ondas do seu rádio. Em vez de música para dormir, ponha-lhe para dançar . Depois convide os amigos.
Eu sabia que tinha uma fantasia por realizar : dançar no interior de um rádio Real.
Temos trato ?
:-)
E Nobre Alberto não dança, só vê, para castigo de tão mal avaliar as potencialidades de um rádio Real ...
:-)
Um bjinhoooo amigo
da
Maria
O Senhor Alberto tem toda a razão.
O Rei já sonha com coisas esquisitas. Agora sonha que está a dormir dentro de um rádio. Será que é música de embalar, ou um discurso sócretino.
Sua Majestade não está a respeitar a prescrição do médico Real. Não só não toma as pastilhas como estará a abusar do álcool. Será?
Um abraço do POVO.
Pata Negra
Dormir dentro dum rádio tem todas as vantagens do mundo. Temos música da boa, não daquela que nos dão os nossos governantes, e podemos adormecer embalados pelo sonho de que podemos acordar noutra galáxia. Também podemos escolher quem dança connosco porque não é qualquer um que tem capacidade para dançar ou adormecer dentro dum rádio.
Gostei do teu texto de excelência como é costume. Eu também tenho um texto, no Silêncio, que não será de excelência mas juro-te que também pensei em ti quando o escrevi.
Abraço musical
Meu verdadeiro e caro amigo de música.
Dentro de um rádio não, mas com um rádio ao lado, até que enfim que encontro alguém que me faz companhia (salvo seja)!!!nas noites musicadas... em pianinho.
É verdade, sem música não há bom sono!
E adorei a prosa, tornar animados os objectos que nos rodeiam não é nenhuma aberração, é vê-los, é senti-los.
Um abraço
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