De vez em quando o português médio encaixa que isto ou aquilo não se deve fazer, que determinada palavra não se aplica ali ou não existe e zás, toca de corrigir militantemente todos os faltosos saloios e mal formados. É assim com os bonés, as gravatas e as meias brancas, é assim com os “hades”, os “prontos” e os “desdemente que”. Estes mesmos psitacóticos (vão ver ao dicionário se existe ou se foi criada agora), antigamente aficionados do “efectivamente”, começam agora todas as frases pelo “é assim”, pela mesma razão porque fazem “liftings” (também não vem no dicionário da porto-editora) , e arejam a sua bagagem vocabular com o sempre aconselhável “paradigmático”.
Hades não, hás-de! Perguntarão os linguistas rasos se acaso o interlocutor não se estará a referir ao deus dos mortos da mitologia grega? “Hades lá ir ter? Não poderá significar pela tradição secular - ou por superioridade cultural – que vais acabar por ir parar ao cemitério?!
E o “prontos”?! Porque terá de ser entendido em vez de “pronto”? Estamos prontos sem o “estamos”? Em última análise, e já que o abuso é frequente porque não adoptá-lo, ou se quiserem operá-lo, de modo a transformá-lo de adjectivo em advérbio passando a ter um “s” como os demais “antes”, “depois”, “mais”, “menos” e “apenas”?!
E por falar em advérbios! O “desdemente” parte-me todo! Gosto de ouvi-lo sair das bocas do povo! Arrepio-me de contentamento!
Prontos, desdemente que me aceites como falo, hades comprender que sou igual a ti.
Hades não, hás-de! Perguntarão os linguistas rasos se acaso o interlocutor não se estará a referir ao deus dos mortos da mitologia grega? “Hades lá ir ter? Não poderá significar pela tradição secular - ou por superioridade cultural – que vais acabar por ir parar ao cemitério?!
E o “prontos”?! Porque terá de ser entendido em vez de “pronto”? Estamos prontos sem o “estamos”? Em última análise, e já que o abuso é frequente porque não adoptá-lo, ou se quiserem operá-lo, de modo a transformá-lo de adjectivo em advérbio passando a ter um “s” como os demais “antes”, “depois”, “mais”, “menos” e “apenas”?!
E por falar em advérbios! O “desdemente” parte-me todo! Gosto de ouvi-lo sair das bocas do povo! Arrepio-me de contentamento!
Prontos, desdemente que me aceites como falo, hades comprender que sou igual a ti.
15 comentários:
Mais um acordo ortográfico.
Hades parecer um dicionário. E prontos, digo eu!
E prontos, lá hadem ficar para as calendas os posts que vinha ler!
Desdemente que eu tenha tempo... lá irei.
Ahahah!!!
Um abraço
Hades cá vir de Inverno!
Diziam as Figueirenses quando no verão,os namorados,se atiravam às suecas.
Beijokas
Então é assim, porque não hasdes tirar a merda do som ao raio do relógio que penduraste aqui ao lado que nem sequer é tic tac e que irrita pra carago?
Desdemente que o tires volto cá, se não não ponho cá mais os pés, prontos.
É assim, eu não me acredito que o autor do blog caia nestes erros, prontos!
Concertezamente, majestade!
Abraço do Zé
Gosto de línguas vivas , de modos de falar diferentes,detesto a uniformidade, o padrão , o modelo.
Não descorçoemos e empontemos-nos no caminho do vento.
Este apontamento linguístico agrada-me e, digo-o, com satisfação. O meu professor de língua portuguesa, o saudoso Prof. José Pedro Machado, dizia frequentemente que "os meninos têm que saber escrever e ler como deve ser"... ele sabia que, independemente de sermos poetas ou serralheiros, a língua tem normas, tem sensibilidades...
Portanto, não chamemos a Edite Estrela...
abraço
Prontos, deitem às urtigas o corrector ortográfico...
Cumps
O português no seu melhor!! eheh!! Eu proponho que se organize um prontuário de todas as calinadas orais que se ouvem ou se vêem escritas na nossa televisão da boca dos mais ou menos ilustres portugueses!!
Abraço
Pata Negra
A evolução da lingua tem que fazer-se também por via popular. E é com o povo a falar que fica linda e bonita, e prontos.
Ainda hades fazer um poema com estes vocábulos todos desdemente que não os ponhas na boca de políticos. Eles não merecem.
Abraço e prontos.
Boa, boa! Abaixo a Edite Estrela!
Um abraço escafodido!
A modos que a língua portuguesa é deliciosa...
=D
E o "na certeza porém..."? Adoro este!
Gostei do blog.
Cumprimentos
Majestade,
Por aqui mesmo quando a linguagem muda, desdemente dê história, vale sempre por mais uma.
E sabe vossa Majestade que pesar dos pesares sempre me prendo à sua escrita.
Que é bonita!
É bonita !
e é Bonita!
( sabe aonde fui buscar isto? a uma cantiga que o Cossa me cantou em brasileiro ortograficamente acordado - http://www.youtube.com/watch?v=GvpNFxkJg4g)
Muitos desdementes felizes para si.
Maria
Que grande "desgrácia"... AHAHAHAH
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