Cá por coisas, nunca foi meu hábito falar por aqui de educação. Mas, porque me deslizei na mensagem anterior, porque sinto um silêncio ensurdecedor, vou escrever.
Há pouco mais de dois meses a votação parlamentar de projectos parlamentares pela suspensão do actual modelo de avaliação de desempenho de professores, deu tema aos jornais, fez desfilar a boca de comentadores, entusiasmou blogues do ramo e até foi discutido em cafés e em salas de professores.
Hoje, sobre a votação de diplomas idênticos, em situações idênticas, paira um silêncio suspeito! Idênticas, quer dizer, o governo já não é o mesmo e, pior que isso, já nem há sinais dos tradicionais opinadores. No parlamento foi assiml:
- O PCP, igual a si próprio, adaptou às circunstâncias um novo diploma e desmascarou o PSD.
- O BE, como é seu hábito, pegou na iniciativa do PCP e acenou aos media.
- O PS, com sentido histórico, deixou claro que continua a não ir com os professores.
- O CDS, à sua maneira, desenfiou um nim para não desagradar ao noivo.
- O PSD, igual a si mesmo, confirmou que ganhou o jeito de desdizer o que dizia há meses.
Para os que votaram contra e para os conformados do senso comum, o argumento é que estamos no fim e já vem aí outro modelo para avaliar os malandros dos professores. E fico com o exemplo de Santana Castilho que é mais ou menos assim: "se a receita está errada é sempre um erro tomar a dose até ao fim".
5 comentários:
As políticas das direitas
estão a evoluir muito
até o PS é oposição silenciosa
NÃO PERCEBO NEM O ESPANTO NEM A INDIGNAÇÃO: É POLÍTICA, APENAS POLÍTICA (À PORTUGUESA, CLARO).
JFrade
Era previsível, mas virá o momento de alterar o receituário ...
É que o que tem que ser... dizem...
Tem muita força!
Um beijinho amigo
Maria
Excelente "post". Como muitas vezes demonstras, também sabes falar muito a sério.
Grande abraço
Cada partido fez o que se esperava que fizesse - e é assim desde que cada um deles existe.
Há há cem anos, à ordem de Salazar todos se auto-dissolveram - excepto o PCP...
Um abraço.
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