quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A Salvação está na Terra ou no Céu?

 Nos últimos dias têm surgido uma série de velhas notícias que, de vez em quando, saem das profundezas da terra para animar a malta: é gás no Algarve, é petróleo em Peniche, é ouro no Alentejo, é água de Colónia natural em S.Pedro do Sul! Enfim, coisas que podem trazer-nos a salvação da economia mas que podem também trazer-nos o perigo de bombardeamentos da NATO.
É claro que o governo, com receio que isso acabe com a crise, já acautelou que os tesouros serão explorados por franceses, ingleses, americanos e outros amigos e que a água de Colónia é dos alemães. Mas, nunca se sabe, às duas por três, não agrada aos amigos das onças o modo como o Coelho lida com os tumultos ou o Cavaco com as vacas e, vai daí, resolvem atirar bombas de salvação do céu, cobrando-nos, obviamente, os custos do foguetório em gás, petróleo e ouro.

Os amigos de hoje podem ser os inimigos de amanhã.

7 comentários:

O Puma disse...

Há sempre canalhas que escapam

aos desrtos

do Zambujal disse...

As palavras certas, o tempero da ironia adequado, a foto ajustada.
Perfeito.
***** (como a velha Macieira... havia de *** para os fracalhotes e as senhoras).

Grande abraço

Zé Povinho disse...

O país está a ser vendido a pataco e os "amigos" que nos "ajudam" são todos "desinteressados".
Abraço do Zé

maceta disse...

esta ninhada tem que ser eliminada com rapidez...

JFrade disse...

E daí, os inimigos de ontem podem ser (foram! são!) os amigos de hoje.
JFrade

Zé Marreta disse...

A> análise política está correcta, mas creio que a salvação está no mar, de preferência em apneia.

Saudações!

Anónimo disse...

Anda um gajo ensimesmado com esta merda toda, eu que já tenho idade mais que suficiente e com um invejável curriculum de salazarismo, guerra colonial, 25 de Abril sempre ou de vez em quando, 25 de Novembro o caralho, fmi´s, Soares, Cavacos mais toda a corja infecta que saltou da latrina mal o carcanhol das europas entrou por Vilar Formoso aos turbilhões, eu, que a esta hora poderia e deveria como tantos outros estar a gozar de uma choruda reforma antecipada ou na reserva territorial por incapacidade intelectual, ando aqui a chatear-me com políticos e economistas ranhosos, que se isto fosse um lugar frequentado por gente com algum pingo de vergonha nas ventas e coluna vertebral de aço inox, nunca teriam passado da junta de freguesia de santa pachacha de assobio ou da contabilidade da única mercearia de Algodres de Baixo.
Como sou masoquista, vou vendo ouvindo e lendo as escarradelas dos ilustres comentadores que poluem o éter, cada qual com a sua solução mágica para arrumar de vez a crise, tipo tira agora o coelho da cartola que já vais ver como é que te vão ao traseiro.
E como sou, na opinião de tão desbragadas criaturas, um dos muitos milhões de responsáveis que andaram a viver acima das suas possibilidades, pergunto se esse porventura meu pecado foi assim tão grave que tenha agora de levar com o inferno, o purgatório e o Vítor Gaspar em cima como castigo e penitência.
Por isso peço desculpa por ter comprado uma casinha a crédito quando os bancos andavam a oferecer empréstimos ao desbarato, ter comprado um carrito de merda a suaves prestações mensais aproveitando uma promoção da treta que a marca oferecia, ter trocado o meu velho televisor por um Lcd pago em 10 vezes sem juros, ter comprado um frigorífico novo quando o velho deu o peido-mestre, e isto só para citar o mais relevante.
Pois, sou culpado da crise, e o que deveria ter feito era ter entrado para um partido do arco do poder, militado na jota, aparecer, qual emplastro, ao lado do líder, atirar umas bojardas para a comunicação social e ganhar um lugar de deputado, secretário de estado ou até de ministro, com algumas alcavalas pelo meio em administrações de empresas públicas, público-privadas e bancos da treta, somando meia-dúzia de pés de meia em negócios de alto valor acrescentado na minha conta bancária na Suiça, e vivendo à grande e à francesa em moradias de luxo rodeado de veículos topo de gama e putas de todas as cores, feitios e sexos.
Tem muita razão a senhora Merkl em exigir-me o pagamento de dívidas que eu nunca tive, especialmente aquelas contraídas com a aquisição de coisas que a senhora me obrigou a comprar, têm muita razão os que apontam o dedo à minha exagerada despesa com o SNS, principalmente quando fiquei doente, e o meu abuso das instituições de ensino, pois deveria ter permanecido alegre e analfabeto evitando gastos inúteis ao estado.
Para quem andou tantos anos a levar com crises em cheio nos cornos, embora com alguns muito pequenos intervalos respiráveis, mais crise menos crise pouco importa a quem já está malhadiço, calejado e habituado. No fim vamos todos voltar à terra e ao mar como quer o sr. presidente, que é onde está o nosso futuro.
Enterrados bem fundo ou a nadar junto à costa até os tubarões darem conta do que ainda sobrar.
Ainda bem que somos governados por gente tão inteligente e preocupada com o nosso bem-estar.