segunda-feira, 16 de julho de 2012

Férias?!


O meu pai nunca teve férias. Nunca teve um dia de férias. Mesmo quando Abril lhe atribuiu o direito, trabalhava na mesma, num mês recebia três.
Nós tínhamos férias mas eram escolares. Nas férias grandes aprendíamos as coisas que não se aprendem na escola. Quando chegava a Outubro estávamos tão fartos dos trabalhos das férias que desejávamos o regresso às aulas.

De modo que só comecei a gozar férias quando tive um emprego. Nos primeiros anos passávamos um mês fora, depois começámos a ir só três semanas, depois a quinzena, depois dez dias, depois a semana, o ano passado não fomos e este ano vamos quatro dias. Está tudo bem! Vamos! Mas vamos com medo que para o ano nos tirem as férias ou o trabalho!... 

Porque diabo têm os patrões de pagar os dias que os trabalhadores estão em férias?! Já há mentes a colocar questões destas. Não admira, estamos a viver um retrocesso histórico sem precedentes. Eles avançam quando pressentem medo. Eles têm as melhores armas, nós somos muitos mais, temos os números.
Amigos, companheiros e camaradas: isto só se resolve na rua.


13 comentários:

maceta disse...

damos os dedos e comem-nos os braços se deixarmos...

abraço

Zé Marreta disse...

Bem visto. Na rua e à marretada.
Mas isto até está bom em termos de férias. Nunca houve tantos com tantas férias prolongadas.

Saudações!

João Ferreira disse...

Caraças! Fui memo agora lá fora, à rua, para resolver esta coisa das férias e não vi ninguém. Ainda mandei parar um carro e, quando expliquei o que queria, tive que fugir porque os três matulões que lá iam queriam bater-me. E disseram que eu estava bêbedo e outras coisas piores que não posso contar. Talvez amanhã de dia tenha mais sorte.
João Ferreira

jrd disse...

Quando não nos tiram os empregos, tiram-nos as férias.

Abraço

Anónimo disse...

...porque não podem tirar as férias aos desempregados.

Zé Povinho disse...

Na rua e na marra, que aquela gente não conhece outra linguagem que não seja a do medo.
Abraço do Zé

Rui Carvalho (sem ofensa) disse...

Quando a Igreja fez vingar a Senhora de Fátima, outras Senhoras, outros Santuários, foram ficando sem “fregueses”. Para a maioria dos crentes a Senhora de Fátima passou a ser a Senhora de todos os milagres. Usando uma imagem já utilizada, digamos que a Senhora de Fátima, qual eucalipto, “secou” todas as santas ao seu redor e poucos continuaram devotos das suas santas de antigamente. Mas mesmos esses vão a Fátima!
Dir-me-ão: a Senhora da Agonia, a Senhora de Matosinhos, a Raínha Santa, a Senhora da Boa Viagem, o S. Bentinho e outras de santos e santas ainda são importantes. Tirem-lhes os comes e bebes (e pagas) associados, os carroceis, o fogo de artifício e verão o que lhes acontece. E, na verdade, para a maioria dos que lá vão, a Senhora de Fátima é que é capaz de todos os milagres.
Mas a que propósito vem este chorilho de disparates? Vem a propósito da secundarização dos blogues a favor do facebook (e do twitter?), as nossas senhoras de fátima da blogosfera. Como os eucaliptos, secaram os blogues. Basta comparar a quantidade (e a qualidade - agora é a despachar) dos comentários de há 3 ou 4 anos com os de hoje.
Sigo desde o início o Rei dos Leittões, sempre gostei dos seus posts e também tinha prazer em ler os comentários dos que também o visitavam. Agora, apesar dos posts não demerecerem dos de então, os comentários são telegráficos, a despachar, sem jeito. Anda toda a gente a coleccionar amigos no facebook, a inventar perfis, a indicar as suas preferências musicais, literárias e outras, sem tempo a perder com os dinossauros que insintem nos blogues. Para mim o facebook é uma mentira imensa, ninguém é o que lá dizem, todos querem ficar bem na fotografia e para isso mentem descaradamente e omitem tudo o que possa prejudicar a sua imagem. Não há maus, nem cínicos, nem loucos no facebook. É tudo boa gente…
E o que fazem os bloguers? À mingua de visitantes, perante a porcaria dos comentários, desistem, deixam de dizer as coisas interessantes que têm para dizer e todos ficamos a perder.
Faço sinceros votos para que o Rei dos Leittões não desista. Se continuar a ser ignorado pelos que dantes o visitavam, nem que eu tenha que inventar quatro ou cinco identidades diferentes, comentários não lhe hão-de faltar.
O admirador confesso,
Rui Carvalho (que tal esta “identidade?)

M A R I A disse...

Boas férias e um beijinho amigo.

Rui Carvalho disse...

Até esta M A R I A está a fugir. Longe vão os tempos do Majestade e dos comentários longos, inteligentes e com graça que era um gosto ler.

do Zambujal disse...

Belo texto e uma reflexão de um tal "Rui Carvalho" (ou duas) que são para... reflectir.
É como em tudo. Só há que não desistir se estamos convictos, Ainda que, sempre!, com dúvidas.
Como dizia o José Gomes Ferreira, o homem com mais dúvidas a partir de algumas certezas.

Abraços

samuel disse...

Multiplicam-se os gigantescos festivais de verão e os programas de televisão com "gente bonita" em férias... e até parece que não se passa nada de realmente sério...

Abraço.

Jota disse...

Subscrevo as palavras do Samuel, parece que nada se passa, o pessoal gasta rios de dinheiro (sim, ainda há gente que pode pagar) em festivais onde a cerveja e as consequentes bebedeiras são regra, as TV's invadem-nos com gajas boas, "cantando" pimbalhadas ridículas em locais paradisíacos onde era suposto podermos estar TODOS. Enquanto isso, a malta vai-se entretendo com o trafulha do Relvas (o sistema sabe-a toda), pouco se interessando pelo retrocesso civilizacional a que esta cambada de bandidos nos obriga.

Olha camarada, dá uns mergulhos por mim.

Abraço a 42º à sombra

Chefe da Secretaria da Lusófona disse...

Isto está tudo tramado: agora são os alcoólicos anónimos que querem iquivalência a enólogos.

Não têm o curso mas..... têm muita experiência !!!!!!