domingo, 14 de outubro de 2012

Os meus braços


A esperança que eu tenho está só nos meus braços
Os braços que eu tenho são apenas dois
Os dois filhos que tenho querem ter dois filhos
Quero apenas três coisas:
outro país
o meu país
e o meu direito
e o meu direito é que o meu país seja outro país
Cresce nas ruas o que não cresceu nas igrejas
Cresce nas cidades o que não cresce nos campos
Crescerá nos meus filhos a esperança porque eu não me deixo morrer
Vou estar em todas as ruas da cidade semeando cereais

Ah! Eles vão ter de se haver connosco!

Nós somos o povo! Eles são apenas um abcesso de nós.
Dói-me um dente! Dói-me mesmo muito um dente!
Não há dor como a dor de dentes!
Tenho cá uma vontade de morder!

Os meus braços trabalham
Os meus braços amparam
Os meus braços erguem-se de punhos fechados
Os meus braços erguem-se de mãos abertas
As minhas mãos têm cinco dedos
o médio é para os mata-esperanças

7 comentários:

Maria disse...

Que esse dedo fantástico não se canse de tanto o esticares. Eu faço o mesmo!

Beijo.

jrd disse...

Cada vez mais sao precisos dedos médios bem apontados.

Abraco

cid simoes disse...

E dar os braços a outros braços e abraços aos que connosco abraçam o mesmo caminho de braço erguido e punho fechado.
'Um forte abraço!'

André D'Abô disse...

Caro Pata:
Cá estou de volta à blogosfera e daqui de além-mar, ofereço meu braço com dedo médio erguido para os mata esperanças.
Um abraço,

Olinda disse...

Os nossos recursos para os mata-esperancas,tambêm passam por aî,sim.

maceta disse...

Não chegam os manguitos para esta quadrilha, são precisos os punhos dos braços...

abraço

José Lopes disse...

Esse dedo existe em cada uma das mãos pelo que o gesto se pode multiplicar, e eu dou uma ajuda, juntando mais dois...
Cumps