quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Fúria de loucura mansa

É o vento que me leva.
O vento lusitano.
É este sopro humano
Universal
Que enfuna a inquietação de Portugal.
É esta fúria de loucura mansa
Que tudo alcança
Sem alcançar.
Que vai de céu em céu,
De mar em mar,
Até nunca chegar.
E esta tentação de me encontrar
Mais rico de amargura
Nas pausas da ventura
De me procurar...

Miguel Torga

3 comentários:

M A R I A disse...

Tão especial como só Torga sabia ser. Cada vez mais me apaixona a escrita de Torga e tudo o que vou conhecendo da sua personalidade.

Obrigada, não conhecia este poema. Gostei muito.

Jorge P. Guedes disse...

Torga, imortal !

Um abraço.

jrd disse...

Diria antes a loucura mansa da fúria que todos temos. Até um dia...

Abraço