- Lembras-te irmão, de quando eras flor...
e chamavam por ti e não respondias,
pela simples razão de que as flores não falam nem ouvem?
- Ah, agora eu compreendo:
o pai nunca mais cortou as uvas
desde que a mãe morreu!
De então para cá:
eu fui a Primavera do Sol desonrada
com a putez impotente do avô materno,
eu fui o Verão frio nas praias do mal,
o Outono assassino da tal lucidez...
e vem aí o Inverno,
e eu ainda não acredito no Natal...
- Não! Da vingança humilde aos cornos de marfim
e das rosas que deixei cair, não me arrependo!
- Quem pode acreditar,
que no sangue do amor navegue o ópio,
ou que na seiva das plantas o Sol se esconda para dormir a Noite?
- Eis-me chegado à Terra do Não.
Traído dei por mim no mar turbulento e civilizado,
e naufraguei aqui,
Terra do Não...
- Aguardando a chegada de algas marinhas,
morrendo de mãos dadas aqui,
Terra do Não...
5 comentários:
Digo Sim! A esse belo poema da Terra do não.
Abraço
Na Terra do Não já nem o Natal resiste a tanta asneira duns gajos que teimam em nos lixar.
Abraço do Zé
Se a terra do não fosse mais divulgada
a canalha não andaria à solta
Abraço
perdemos a "idade da inocência"...
... mas continuamos a sonhar.
gostei da "bacorada".
abraço
Gostei mesmo do teu poema, que poema é.
E tanto gostei que lhe mudaria uma palavra para ainda gostar mais... mas digo-te logo.
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