No Brasil, o poder da TV afrontou a democracia. Ao mesmo tempo que uma parte da classe política corrupta conspirava nos corredores levando a cabo o golpe, ao mesmo tempo que os mais favorecidos, perdendo favorecimento em resultado da aplicação de políticas de distribuição de riqueza, se manifestavam em faustosas manifestações de avenida, obrigando amas e usando as suas crias para encher as câmaras, a televisão brasileira, tomando o partido dos seus donos, aplicava descarada e porcamente as técnicas de informação e desinformação, no que era seguida jumentamente pelas televisões portuguesas. Bem sabiam que a informação alternativa não chegaria para lhes fazer frente porque a opinião pública que conta só vê telejornais e manchetes de jornais.
E assim, se inculcou na superfície das massas a ideia generalizada de que a crise do Brasil era um caso de corrupção generalizada ao nível do governo, combatida por gente limpa com direito ao poder e apoiada pelo povo brasileiro.
Com o mal feito e a destituição praticamente concretizada, os media, percecionando a sua desacreditação, começaram gradualmente a virar o bico ao prego e, afinal as coisas já não são bem assim... e começaram até a passar imagens tímidas de manifestações em defesa dos democraticamente eleitos.
Feitos os estragos, ficarão as imagens de camisolas amarelas vestidas por gente de bem, num país onde tanta gente vive mal, fazendo declarações de raiva em terras de samba, empunhando temores de demónios comunistas aonde ainda há tribos comunitárias. De lição servirá que a direita, quando se manifesta, pode não ser tão autêntica como a esquerda mas pode ser mais eficiente.
Tão eficiente que o estímulo e a receita atravessaram o oceano e vieram para cá. Nem se deram ao luxo de mudar a cor das camisolas.
A pretexto do que era somente a determinação de fazer cumprir uma lei, assanharam as unhas das suas ideologias que deram como mortas e ressuscitaram-nas.
Diremos nós, de ideologia viva: "Bem vindos! É isso mesmo! A questão é ideológica!". Aceitaremos até, para marcar divisões, que também os pregadores dos jornais televisivos vistam farda amarela ilustrando as notícias do assunto. Desprezaremos o facto de alguns amarelos tenderem para os laranjas que é cor base do partido cuja base ideológica nega a ideologia.
A pretexto do que era somente a determinação de fazer cumprir uma lei, assanharam as unhas das suas ideologias que deram como mortas e ressuscitaram-nas.
Diremos nós, de ideologia viva: "Bem vindos! É isso mesmo! A questão é ideológica!". Aceitaremos até, para marcar divisões, que também os pregadores dos jornais televisivos vistam farda amarela ilustrando as notícias do assunto. Desprezaremos o facto de alguns amarelos tenderem para os laranjas que é cor base do partido cuja base ideológica nega a ideologia.
Mas do que se trata meus senhores, o que leva as televisões a dedicarem horas a manifestações de centenas de pessoas quando se apressam a esquecer multidões de milhares, é que os porta vozes e os pais e as mães das crianças que arrastam pelas mãos, são da sua direita!
E olhem o Brasil! Quando a direita se manifesta não é por haver liberdade nem democracia, é porque não as toleram!
Cuidado com as camisolas amarelas, vejam a facilidade com que os media tomam a sua cor, a forma como manuseiam a mentira, a falta de princípios com que usam as crianças. Vale tudo, nem que seja o 13 de maio.
Fotografia que anda por aí!
3 comentários:
Boa patada!
(amarelos, laranjas desbotadas.
não passarão!)
pois é, meu caro
Dona Televisão é uma sabichona - e quem nela manda não brinca em serviço.
que nunca a voz nos doa.
abraço
Gostei. Muito!
Vamos então à ideologia. É que há os que a têm e não a escondem, os que a têm e a escondem, os que (dizem que) não têm ideologia... que é mais descarada forma de ter ideologia e de a esconder (às vezes de si próprios).
forte abraço
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