domingo, 10 de fevereiro de 2019

Da Avenida da Liberdade não se vê o céu

Meu filho, meu amor, meu irmão, meu camarada, meu companheiro, quão grande é a ave Nida quando se enche da nossa Liberdade, de nós...



Companheiro

quando voltarmos a ser a razão dos que nos mandam
não te esqueças de recordar que sobrevive connosco a avenida
sob o olhar atento daqueles que nos ignoravam
e de alma erguida

Camarada
quando a guerra voltar a ser ganha pela razão
não te esqueças do tempo que passámos entrincheirados
sob o avançar cobarde dos mais fortes
e levantados

Irmão
quando recordarmos de novo a lição de história
não esqueceremos os mares outrora navegados
e que os olhos do avô eram verdes
mesmo fechados

Amor
quando as coisas voltarem a melhorar
não te esqueças da foto que temos da manifestação
com o olhar de meter inveja aos que a não viram
nem ao coração

Filho
quando chegar a tua vez
não esquecerás honrar quem te ensinou a luta
de perseguidos, presos, assassinados
por tanto filho da puta

Porque os direitos não caem do céu!

4 comentários:

cid simoes disse...

Nunca caíram do céu!

Zambujal disse...

Enorme abraço
(quase) comovido
de amigo e camarada

Rogério G.V. Pereira disse...

Tás a ver aquela bandeira vermelha
a meio da avenida?

Tás?
Não a empunhava eu
mas te asseguro
vinha logo atrás!

Justine disse...

Excelente, Luís