sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Em alma

Uma parte de mim foi contigo
Quando partiste
Uma parte de ti ficou comigo
E viva
Ouço-te cantar e na cozinha
Vejo-te cantar e às vezes triste
Mataram os campos que viveste
A oliveira grande morreu
Num incêndio
Vivem os teus filhos
Ainda de olhos encantadas
Pelo amanhã
Mesmo sabendo que a videira
Terá sempre a cepa torta
E ainda assim sabemos-te
Reconhecida
Quando te reconhecem
Nos nossos ares
Os anos não passam
E já passaram dezanove anos
Mãe

3 comentários:

Tintinaine disse...

Este blog é como um vagalume, ora aparece ora desaparece!

Janita disse...

Fiquei comovida com o poema que dedicou à sua Mãe.
Quem já a não tem sabe; passem os anos que passarem, sempre recordaremos a nossa Mãe do tempo em que eramos crianças.

Mãe.
São três letrinhas apenas
As desse nome bendito:
Três letrinhas, nada mais,
E nelas cabe o Infinito
E palavra tão pequena
– confessam mesmo os ateus –
É do tamanho do Céu!
E apenas menor que Deus.

Escreveu: Mário Quintana

Deixo-lhe um abraço.

Pata Negra disse...

Tintinaine, obrigado pelo reparo. Sou um instável! Abraço.

Janita, obrigado pela visita e pela troca de versos.