sábado, 3 de junho de 2023

E àquela hora

Eram seis menos cinco. Estávamos na praia da Vieira de Leiria. Depois de olhar o relógio, de imediato aproximámos bocas e começámos um relacionamento que duraria até ao meio dia do mesmo dia.

Por isso, recordar-te-ei sempre como "A da hora". Haverá certamente muitos que deram o clique da paixão pelas seis da madrugada mas é difícil que tenha existido mais alguém que acabasse uma relação pelo meio dia.

Fora noite e festa, fora música e luzes apagar e a acender numa discoteca na Foz do Lis. 

- Se nos encontrámos na foz, não faz sentido subir o rio, nem nos faremos ao mar para nos perdermos no oceano! 
Disse eu num impulso romântico de poeta instantâneo. E tu: 
- Aqui também não fico, faz muito vento!

E vi-te partir, cabelo ondulando em plena harmonia com o som da ondas e todas as curvas e movimentos do teu corpo andante.
Era meio dia menos cinco, mais exatamente. Adjetivamente fiquei atlântico.

Ingressei na marinha mercante. E tu Dora? Certamente viverás nas Cortes que é onde nasce o rio.

4 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Assim, de repente
julguei que a Dora
fosse
uma sereia de água-doce

Sou mesmo lunático!

Janita disse...

Seis horas de paixão? Nada mau!!
Se calhar a outra, "A do Stop", foi paixão de menos dura.

Boa noite, Dom Pata Negra. :)

Anónimo disse...

Deixa-me viver convencido que sou mais lunático que tu. Pink Floyd "the lunatic is on my head". Tão lunático que já nem sei porque revivo estes amores imaginários.
As melhoras para ti com o abraço daqui. Rei Pata.

Anónimo disse...

Janita, já nem me lembrava dessa! Sempre foi um homem de efémera s paixões. Abraço majestoso.