O cão apareceu morto e caiu o vaso que estava no parapeito da varanda do quarto da avó que também já morreu.
Naturalmente que por uma questão de respeito não vou revelar aqui o nome do cão nem a natureza da planta.
Dizem que o tempo chuvoso e as temperaturas altas desta altura do ano são propícias à ocorrência de tornados mas felizmente as forças de segurança estão atentas a todas as manifestações.
Era um cão de família, não era um cão polícia e a natureza da planta quedada não está relacionada com a natureza deste desabafo.
Além do cão e do vaso que tombaram, também tombam folhas, bêbados e soldados. O governo abana mas não tomba. Às tempestades das ruas, avenidas e dos povos, suceder-se-á um inverno imprevisível. Nem o professor Marcelo, nem o Marques Mendes, nem o Paulo Portas, nem o Nuno Rogeiro sabem o que vai acontecer! Ninguém sabe o que vai acontecer! Sabe-se apenas que a vida e o mundo vão mudar.
E agora vou trabalhar para o quintal. Vou enterrar o cão e pôr a planta a secar no chão da eira. Está um dia triste e eu estou contente. Logo à tarde vamos assar umas castanhas e provar o vinho novo.
4 comentários:
Gostei da história! Curta, incisiva e, sobretudo, com um final feliz.
Já chegou o São Martinho? Oh, e eu que não tenho vinho novo na adega nem castanhas. :(
Se o cão morreu de velhice
o destino cumpriu-se
Se o vaso caiu
sorte, que não se partiu
Mas azar o meu
não tenho janela,
nem vaso para cair dela
nem vinho na adega
e quanto a castanhas
o burro caga
e eu apanho-as!
Boa?
Tive que me rir, mesmo sem vontade!!!
Marcelo um emplastro que só olha para o próprio umbigo num bailado de exibição.
É de uma imbecilidade intestina transportar para a rua com os microfones a varrer-lhe o descaramento uma situação de discórdia entre presidente de um país e diplomata visitante que só deveria ter lugar na reserva de um gabinete.
Isto é pior do que cair das alturas na lama do fundo de um poço.
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