sábado, 8 de abril de 2023

Cru. Sem imagens. Sinto o que sinto e isso basta--me.

Deus, a Criação, a herança, a sorte, as circunstâncias, não me deram voz para cantar ópera ou ser cantor, dedos para ser do piano, do violino ou da braguesa, pernas de bailarino, mãos para fazer escultura ou ser pintor, língua para escrever ou ser de letras. Mas sou da arte, por acolher todas as expressões, por ser poeta ainda que o seja apenas e só na forma de sentir.

Eu sou do campo, consigo conviver com o cheiro a estrume e as unhas estragadas. Eu sou da fábrica, aguento o ruído da engrenagem, a roupa com óleo e o cheiro a fumo. Eu sou do povo, gosto de erguer o punho e de dizer que a luta é de classes.

Claro que não quero esconder que também sou  dos que escrevem e às vezes leem. Em suma: poeta, trabalhador e comunista! É o que eu sou! Assim! Sem vergonha! Disposto a pagar a existência dos que passam pela vida  a cantar, a dedilhar cordas, a dançar, a pintar a vida, a contar histórias ou até, e porque não, a discursar. 

Já nem falo de poetas! Porque poetas somos todos! Bem vistas estas linhas, isto quase que parece uma poesia! Digo eu mas sou suspeito!

Peito: rima forçada.

4 comentários:

Janita disse...

Poderia ser Poesia, sim!...

Aliás, já li por aqui um poema.
Rimando ou não
para ser poesia só tem
de existir emoção.

Boa Páscoa. :)

Tintinaine disse...

Estranha leitura para o dia de Páscoa! Poeta não sou e comunista nunca serei!

Rogério G.V. Pereira disse...

Gostei!

Tintinaine não gostou...
Não admira, não é poeta
e não sabe que de poeta, comunista e louco
temos, de tudo isso, um pouco!

Boa?

Maria João Brito de Sousa disse...

Poeta sou e também comunista, ainda que sem cartão. Para mim, o que aqui li foi poesia.

Abç