sexta-feira, 9 de março de 2007

Abaixo os Professores

Neste momento, é óbvio para todos que a culpa do estado a que chegou o ensino é dos professores. Só pode ser deles, aliás. Os alunos estão lá a contra-gosto por isso não contam. O ministério muda quase todos os anos, por isso conta ainda menos. Os únicos que se mantêm tempo suficiente no sistema são os professores. Pelo menos os que vão conseguindo escapar com vida.
... Há razões objectivas para que os culpados sejam os professores. Reparem: quando falamos de professores, estamos a falar de pessoas que escolheram uma profissão em que ganham mal, não sabem onde vão ser colocados no ano seguinte e todos os dias arriscam levar um banano de um aluno ou de qualquer um dos seus familiares. O que é que esta gente pode ensinar às nossas crianças? Se eles possuíssem algum tipo de sabedoria, tê-la-iam usado em proveito próprio. É sensato entregar a educação dos nosso filhos a pessoas com esta capacidade de discernimento?
... Ser professor, hoje, não é uma vocação, é uma perversão. Antigamente havia os professores sádicos, que espancavam alunos; agora há os professores masoquistas, que são espancados por eles.
Ricardo Araújo Pereira - Visão Nº731
Parece-me evidente que o ódio da ministra e dos colunistas do regime começa a dar os seus frutos: a desautorização dos professores através do linchamento da classe na praça pública traduz-se num convite à participação de todos nesse processo - todos querem bater no ceguinho! Mas os mais trágico deste desmoronar do pilar central do sistema educativo é que o ceguinho não quer ver!

2 comentários:

Anónimo disse...

Professores, médicos e polícias
não servem para nada!

Anónimo disse...

Do blog "A Origem das Espécies" retirei este texto que achei interessante.

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O bom selvagem.
Vai um grande protesto, pelo país fora, contra a violência sobre os professores. Justificadíssimo. Mas, como acontece ou tem acontecido em matéria de educação, isto já estava previsto. Durante anos, a «escola centrada no aluno» e os mestres das «ciências pedagógicas» transformaram criancinhas em monstros irresponsáveis, ignorantes e prepotentes. Houve, ao longo destes últimos vinte anos, centenas de casos de professores agredidos e impedidos de reagir. Quando uma reportagem televisiva mostrou – com imagens cruas – exemplos dessa violência exercida sobre professores pelos alunos do secundário, logo algumas boas consciências protestaram contra, imagine-se!, a captação dessas imagens; mas não contra a violência, contra «o estatuto do aluno» e outras alegrias do sistema escolar. [No ensino superior, a imagem também é alegre: portões fechados a cadeado (com aplauso do Magnífico Reitor de Coimbra, evidentemente), dirigentes associativos que defendem o direito ao «chumbo» porque «não há condições» para terminar o curso em «tempo normal», faculdades esventradas pelo abandono e cheias de lixo.]
A escola «centrada no aluno» é uma festa para os sentidos, mas pouco edificante quer em matéria disciplinar quer em matéria científica ou pedagógica, com técnicos do Ministério da Educação que têm das escolas uma vaga ideia ou apenas uma «recordação teórica».
Embora nada disso (nem a ideia dos «territórios socialmente problemáticos»), isoladamente, possa explicar uma média (oficial) de duas agressões por dia nas escolas portuguesas, é o sistema de protecção corporativa que está em causa. A escola quer ignorar palavras como «disciplina», «autoridade» e «recompensa». O aluno é o «bom selvagem». Está aí. Aguentem-no.