A minha terra foi “promovida” de aldeia a vila e de vila a cidade.
Depois fecharam a escola, o centro de saúde, a esquadra da polícia e uma multinacional.
Até o padre se foi!
Ah! Mas não pensem que a minha aldeia deixou de ser cidade: abriu entretanto um mini-hiper-marché, um banco espanhol, um centro de inspecções, e uma empresa municipal!
As pessoas vão emigrando mas mandam para cá algum dinheiro e por isso continua-se a comprar, a ir ao banco, a andar de carros e a rezar pela nossa grande empresa municipal.
A ter fé no nosso presidente fala-se até em construir um grande centro comercial, um teleférico para o castro e uma IC de ligação à capital!
É claro que eu conheço o nosso autarca e sei que as suas promessas nos dão esperança mas não são de fiar!
Em quem acredito mesmo é no governo de Lisboa! Depois da IGV, vão-nos oferecer um TGV, um OTA e baixar o IVA aos patins em linha para mais facilmente sairmos daqui!
Só um homem com nome de filósofo podia ter uma ideia tão genial:
- Fechem as portas das casas desses provincianos para que impedidos de entrar se abram ao mundo e procurem a cidade dos nossos empreendimentos ou um emprego nas longínquas instâncias do nosso esquiar!
Conclusão: vou aguentando por aqui mas talvez um dia arranje emprego nos Alpes num hotel, que atenda portugueses, e tenha que comprar um T2 em Lisboa para os filhos estudarem, a mulher ir ao médico, fazer limpezas e quiçá me trocar!
1 comentário:
A minha terra segue o mesmo caminho. Será o destino? Mas que porra é esta? Temos de arrepiar caminho.
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