Abdul Nawaf, 12 anos, vivia com quatro primos num abrigo, entre ruínas, na cidade de todas as notícias! Há alguns meses que nenhum deles se afastava mais de cem metros do “lar”. Resistiam física e psicologicamente a cada dia, inventavam, naquele círculo, a sua sobrevivência e a sua razão de existir. Tinham receios mas não medos! Medo tinham de dali sair porque sentiam e pressentiam os acontecimentos da sua terra em guerra! Um estrondo daqui, um grito dacolá, a proximidade do ruído de um carro de combate, ao longe um vulto de arma içada, um avião americano rasgando o céu, um cão farejando nas ruínas próximas, um gato morto…
Um dia Abdul Nawaf, fez-se às ruas transformando todos os medos em receios, e foi verificando como a cidade era feita de abrigos iguais aos seus, como eram iguais os métodos de sobrevivência dos seus semelhantes e como continuava igual a sua razão de existir! À medida que ia caminhando, ia perdendo a identidade, ia sentindo que não valia a pena viver em lado algum mas, pior que isso, que também não valia a pena morrer! Encontrou um meio-termo, deixou de falar! Continuou deambulando, entretido a observar os outros, evitando despertar olhares e foi neste passo que o narrador lhe perdeu o rasto …
Na idade dos “deza” – em inglês dos “teen” – toquei bateria num quarteto de baile! Aquilo é que era rasgar! A malta curtia com a nossa potência e houve um baile de inspecção em que até nos bateram palmas! Até levarmos a palco o nosso “I Can't Get No Satisfaction” tivemos não sei quantos ensaios. Portanto trabalhávamos muito. Aconteceu que no desenvolvimento da nossa cultura musical começámos a ouvir jazz. Foi o início da nossa decadência e o alívio do medo que tínhamos do sucesso que nos espreitava nas esquinas de cada festa! De ouvir tocar tão bem, sentimos tocar tão mal, que desistimos! Os nossos sonhos, ácidos e húmidos, veiculavam lucidez suficiente para nos receitarem rendição em vez de luta.
Pois estava eu abrigado, com três ou quatro amigos, neste cantinho da blogosfera, jogando pensamentos e coisas, indiferentes aos disparos, disparates e gigabytes da grande world wibe web quando de link em link, de click em click, me vi personagem destas duas histórias que vos contei: perdido, sem razão de escrever, encontrando por toda a parte as minhas ideias, reveladas em formas, que as minhas qualidades não ensejam nem engenham!
Um dia Abdul Nawaf, fez-se às ruas transformando todos os medos em receios, e foi verificando como a cidade era feita de abrigos iguais aos seus, como eram iguais os métodos de sobrevivência dos seus semelhantes e como continuava igual a sua razão de existir! À medida que ia caminhando, ia perdendo a identidade, ia sentindo que não valia a pena viver em lado algum mas, pior que isso, que também não valia a pena morrer! Encontrou um meio-termo, deixou de falar! Continuou deambulando, entretido a observar os outros, evitando despertar olhares e foi neste passo que o narrador lhe perdeu o rasto …
Na idade dos “deza” – em inglês dos “teen” – toquei bateria num quarteto de baile! Aquilo é que era rasgar! A malta curtia com a nossa potência e houve um baile de inspecção em que até nos bateram palmas! Até levarmos a palco o nosso “I Can't Get No Satisfaction” tivemos não sei quantos ensaios. Portanto trabalhávamos muito. Aconteceu que no desenvolvimento da nossa cultura musical começámos a ouvir jazz. Foi o início da nossa decadência e o alívio do medo que tínhamos do sucesso que nos espreitava nas esquinas de cada festa! De ouvir tocar tão bem, sentimos tocar tão mal, que desistimos! Os nossos sonhos, ácidos e húmidos, veiculavam lucidez suficiente para nos receitarem rendição em vez de luta.
Pois estava eu abrigado, com três ou quatro amigos, neste cantinho da blogosfera, jogando pensamentos e coisas, indiferentes aos disparos, disparates e gigabytes da grande world wibe web quando de link em link, de click em click, me vi personagem destas duas histórias que vos contei: perdido, sem razão de escrever, encontrando por toda a parte as minhas ideias, reveladas em formas, que as minhas qualidades não ensejam nem engenham!
Estamos de facto no tempo em que todas as palavras foram ditas! Estamos na cidade que engoliu o futuro! Estamos no país em que todos os outros são melhores que nós!
Será que vale a pena este blog!? (Não me respondam com a alma pequena do Pessoa! – estou farto de feitas!!)
Sócrates – diminui a auto-estima, traz depressão e desesperança – mas aumenta o número de visitas num blog. Por isso escrevo o seu nome a despropósito.
(Espero um comentário que me esclareça a diferença entre medo e receio.)
Será que vale a pena este blog!? (Não me respondam com a alma pequena do Pessoa! – estou farto de feitas!!)
Sócrates – diminui a auto-estima, traz depressão e desesperança – mas aumenta o número de visitas num blog. Por isso escrevo o seu nome a despropósito.
(Espero um comentário que me esclareça a diferença entre medo e receio.)
1 comentário:
Bolas, que o rapaz (ou deverei dizer Rei) é difícil de contentar!
Quando sentires a auto-estima a resvalar vai ao bla bla blart! e lê o que aí está postado sobre o Rei.
É bem melhor do que escrever sócrates. Da mesma forma que a melhor música (por exemplo o jazz)não é a que tem mais audiência também não são os melhores bloggers os que têm mais visitas!
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