terça-feira, 3 de abril de 2007

Eternamente Yolanda

Provavelmente o leitor já foi, como eu, alertado para esta deficiência: o cinema, por de mais que se aproxime da realidade e nos envolva até às lágrimas, não ficciona o cheiro, um sentido que condimenta qualquer cenário da vida real. É provável que um dia a tecnologia nos traga a casa o cheiro pestilento dum final de batalha de um filme de guerra. Assim mesmo, a entoação que o escrevente sussurra quando deita as palavras no solo do papel, agora o écran, por demais que seja o engenho da escrita, dificilmente estabelece a comunicação que faça do leitor ouvinte (com essa intenção foram inventadas as pautas musicais).
Hoje, ao jantar distraí a mastigação com o copo que tinha gravado entre imagens “Eternamente Portugal”. Duas palavras que me são muito caras! Costumo dizer, quando a morte me ronda o prato da vida, que por demais que as agruras da dor me proponham o silêncio da ausência, a morte nunca será a minha escolha porque para ela eu tenho reservada a Eternidade! E entre estas loisas, eu sou português aqui e agora!
Vem tudo isto a propósito, de hoje não ter nada para escrever para o caro leitor, e de o tal copo, me deixar troteando sussurradamente a canção que canta:
Yolanda, Yolanda / eternamente Yolanda / Yolanda, eternamente Yolanda / eternamente Yolanda

Por isso, não tendo mais para oferecer, sugiro ao leitor, que por hábito, acaso ou afecto, ponteou hoje o Rei – dos Leittões – e que quase de certeza conhece a melodia, que a vá troteando sussurradamente enquanto continua a ciberviagem desta hora.

Por cortesia deixo a canção completa – deixo à sua liberdade o som e o cheiro.


Esto no puede ser no mas que una canción
quisiera fuera una declaración de amor
romántica sin reparar en formas tales
que ponga un freno a lo que siento ahora a raudales
te amo, te amo
eternamente te amo

Si me faltaras no voy a morirme
si he de morir quiero que sea contigo
mi soledad se siente acompañada
por eso a veces se que necesito
tu mano, tu mano
eternamente tu mano

Cuando te vi sabia que era cierto
este temor de hallarme descubierto
tu me desnudas con siete razones
me abres el pecho siempre que me colmas
de amores, de amores
eternamente de amores

Si alguna vez me siento derrotado
renuncio a ver el sol cada mañana
besando el credo que me has enseñado
miro tu cara y digo en la ventana
Yolanda, Yolanda
eternamente Yolanda

Yolanda, eternamente Yolanda
eternamente Yolanda

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