Hoje apetece-me escrever. Apetece-me fazer a web transbordar de palavras!
Por isso, o leitor acautele-se, ouvir falar de mim pode-se tornar verdadeiramente desinteressante e enfastiante! Por isso click para outra onda, ninguém lhe pede para ficar aqui, voyeurista, registando as partes fracas da minha existência cibernáutica.
Aviso-o já que o texto vai ser longo!...
Nesta linha, já estaremos só entre amigos e por isso já posso desabafar mais à vontade!
Eu sou João Rato. O “rato” pode parecer para os menos acautelados que é de família ou, para os mais acutilantes que é de quem tem a mania que é esperto. Pois muito bem, sempre fui apreciador da esperteza e da genica de sobrevivência do intruso do soalho, do sempre querido em desenho, mas a verdadeira origem do apelido “Rato” vem de “Ratão”, João Ratão, dos tempos em que eu, poeta de gaveta, serenata e bebedeira, me encantava por qualquer bamboleio fêmea que me atravessava os olhos ou o olhar! E, vê-se o filme, o João Ratão que incauto e apaixonado caiu dentro do caldeirão. Eu era esse!
Depois, os tempos foram passando e, por conveniência de serviço, fui ajeitando o assinamento para João Rato. João, sempre João, o João do povo, o mais novo, o querido dos apóstolos de Jesus.
Entretanto, atravessou-me a biografia esta coisa da blogosfera! Primeiramente criei o “Ventosidades”. Ei! Nem imaginam as mãos amigas que se enrolaram sobre as suas próprias ventas! - João! Isso é nome que se ponha a um blog?! Lembra vento, vento expulso!
E eu, João – do povo - Rato, por condição, rendi-me:
- Isso podia ser nome de blog, mas não era nome que se contivesse na minha honrosa dimensão! E vai daí, um amigo, sempre os amigos, ditou-me a solução:
- Rei dos Leittões!
Na verdade, leitão é o meu prato preferido mas longe de mim, o apetite ser motivo eloquente para determinar uma designação tão popular.
Lá em casa, eu menino, a coisa não dava para ter junta, para ter vaca ou para ter burro! Cão houve uma vez um mas se finou no entusiasmo de um dia de matança! Claro que havia capoeira, coelhos e pombal! E havia também, quatro ovelhas e a porca! Ora, é na porca que entro eu:
Eu levava lavagem, tirava o esterco, punha mato, mas sobretudo, quando o porco era para capar ou matar eu tomava ele com um tal toureio, que a turma, incluindo o pai e o avô, me elogiava de tal forma, que antes de me dar a tonteira de querer ser padre, eu queria ser mesmo é matador!
(- Vou mesmo desligar a televisão! Escrever com novela brasileira em som de fundo está-me a afectar a fluidez da prosa! Estou tossindo: Unrr!Unrr!)
A nossa casa não era casa de lavrador de parelhas, além das quatro ovelhas, só tínhamos mesmo a porca. O transporte das coisas, para o campo e do campo, era feito pelo atrelado, ora preso à mota, à bike ( reparem bem na actualização – à bike!) ou às mãos, conforme as habilitações do tarefeiro! Quando a carga mais pesada ou volumosa o justificava, a troco de meio dia, o carro de rodas de um tio ou vizinho mais solidário cumpria a ajudinha! Sim, porque nós éramos, uma família mais moderna, já não tínhamos sequer burro nem albarda, o meu pai era operário e a minha mãe, mãe e agricultora de subsistência!
A porca, se não adoecesse e eu tivesse que lhe abrir a cova, era assunto em que eu me fazia homem!
Levar a porca para vender os bácoros, até aos 24. A minha mãe com uma saca de milho e um baraço atado à perna traseira da mãe suína, e eu atrás com uma verga na ninhada! E quando vinha um carro?!... O desembaraço para arredar caminho, tinha que ser rápido que o homem era de outra condição!
Depois, no largo, a mãe deixava as deixas de preço e o "vem já" e ia fazer a sua volta, e eu ficava ali crescendo com a feira, convencido que o meu futuro passaria sempre por ali. Creio que cheguei eu próprio a vender os bácoros, talvez às vezes um tio por perto que vinha acertar ofertas, quase sempre e naturalmente a minha mãe fechava. Mas nem que fosse só a porca mãe, por bom negócio, que voltasse casa, a estrada de regresso era um tormento – fosse um burro e bastaria um arre para que ele compreendesse o alívio que é retornar ao lar.
Vem daqui a minha proximidade com os leitões. Depois, a simpatia especial por aqueles labutadores de churrasco que se auto-coroam Reis.
Rei dos Leittões só com um t?! Não dois tês:
O google sempre, incrédulo a perguntar -será que quereria dizer Rei dos Leitões?
Depois alguém que pergunta -ouvi dizer que tinhas um blog? Qual é o endereço?
- Rei dos Leitões!
O amigo diz:
- Eh pá tens um blog e não me disseste nada?! Faço ideia! Como é que se chama?
- Rei dos Leittões, com dois tês.
Se o leitor é amigo, estará ainda a correr o scroll lock e a pensar com o seu dedinho rolante -onde é que isto vai parar?? Se tem como intento um fim, evita de continuar! Faça-me um obséquio, deixe um comentário com o texto “fui dos tais” – deste modo poderei quantificar os que passaram muito além da quinta linha!
A minha saudosa mãe tomou sempre como rumo para os seus filhos, um futuro com comida. Como poderia ter sonhado, que o facto de me ter delegado parte da responsabilidade da suinicultura, teria dado origem a tão intelecta reflexão sobre a justificada génese dum nome de blog! Talvez seja mesmo a comida que nos faz banais!
Hoje comi mesmo bem!... Tinha a dispensa cheia de garrafões de plástico! Fui ao ecoponto! Que vergonha! Tudo cheio! - Vamos mas é ao Luso enchê-los e com a volta ainda ganhamos para o gasóleo!
Na volta Bairrada! Um velho amigo! Apostas de quem está mais evoluído!
- Eu sou Blogguer! Não digo que tenha dezenas de visitas por dia, mas pelo menos tenho algumas unidades!... Rei dos Leittões com dois tês.
- Com dois tês!? Compro-te um T!
Neste momento perdi o fio ao post! Perdi também o argumento para esta extensão! A ideia que determinou esta abordagem estava relacionada com direitos de marca, pesquisa em portais e um restaurante de seu nome Rei dos Leitões. Acontece que pelo caminho meteu-se um velho amigo querendo comprar um dos tês e eu perdi o foi à meada. Resta-me uma saída, sair e…
Não teríamos um país diferente se Sócrates se escrevesse com dois tês?
- Sócrattes! Sócrattes! Sócrattes!
Repito até à exaustão! Pois não é verdade que a minha teoria se confirma! Nos últimos dias tem descido desesperadamente o número de visitas ao Rei. Será que é porque eu não tenho tratado o dossier Sócrates? Isto é, não tenho trabalhado pelo país e tenho-me espraiado nas minhas imberbes divagações.
8 comentários:
fui dos tais!?
Assim é que é caramelo!
Vês não custou nada!
fui dos tais
azar o meu: fui dos tais
Zé
Por razões já antigas mas que, ciclacamente, se repetem estou triste, deprimido, revoltado, indigado (porquê a mim? onde errei? quando é que esta merda acaba? quando é que terei sossego?) e meio perdido. Amanhã (hoje) lá vou eu, pela enésima vez, tentar resolver um problema que já dura doze anos e parece nunca mais acabar. Porque nasci e vivi num ambiente rural com matanças de porcos e de carneiros (pela Pascoela porque era festa na aldeia), feiras e mercados (e a história da tia avó que tinha uma galinha doente, com a crista descolorada mas que pintou com mercuro-cromo para lhe dar um aspecto saudável para a tentar vender mas cuja galinha morreu em plena feira. Ou da outra vez que levou 2 figos, os primeiros a amadurecer, e que um potencial cliente «provou», gostou e pediu 2 dúzias...) repito, porque creci num ambiente rural, compreendo e aprecio o que aqui escreveste. Mas, na verdade, compreendo e aprecio a generalidade dos textos que vais pondo no teu blog. E se, por vezes, te provoco é por mera brincadeira. Fiquei preocupado quando puzeste em causa a utilidade de continuares com o Rei dos Leittões e só uma avaria na minha máquina me impediu, em tempo útil, de te dizer, de te "exigir" que continuasses. Talvez não tenhas a audiência que desejavas, mas os que te lêem gostam e voltam sempre. Por mim, na maioria das mensagens que envio, convido os destinatários a visitarem o Rei dos Leittões. (que raio de nome e que raio de amigo que te convenceu a usá-lo).
Um Abraço Amigo
Zé
Zé obrigado pelo "fui dos tais" e as sinceras melhoras! Se as coisas são cíclicas, são utrapassáveis!
Um abraço!
Vida dificil, joão Ratão.
Foste galo de capoeira, músico, tanta coisa.
Hoje, continuas um lutador.Ainda bem.
shau-shau
continuo a cantar que nem um galo.
lutador não: guerrilheiro desarmado!
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