- Hás-de ouvir Nina Hagen!
- Hás-de não, há-des! – corrigi eu no meu “português edite estrela”.
- Meninos aí ao fundo, posso saber de que é que estão a falar?! - perguntou a stora.
- Nina Hagen! – respondeu prontamente Hitler, enfatizando a pronúncia alemã, deixando metade da turma divertida, outra metade com uma perplexidade solidária à da professora.
Já não me lembro se Hitler frequentava só Filosofia porque tinha a disciplina em atraso ou se era por só lhe apetecer ir àquela aula, sei que tinha essa alcunha pelo bigode que decidira ter para provocar, adolescentemente, o “politicamente” correcto. Sentava-se a meu lado sem caderno, sem caneta e com postura. Pousava sobre a carteira apenas o livro que andava a ler.
Corria o ano de 79, eu andava a descobrir a juventude entre o punk e os anos sessenta, entre o hard rock e a música do Brasil e a Nina Hagen veio mesmo a calhar. Fugira da República Democrática Alemã com uma formação musical clássica e, entre a sonoridade punk e uma personalidade cínica, apresentava uma imagem novidade.
- Pois, mas é o facto de não perceberes nada do que ela diz que a torna ainda mais diva, que te liberta para curtires mais o som e que prova a universalidade do teatro da sua revolta!...
Hitler trocou comigo umas cassetes e uns livros. Deixámos de nos ver. Quase dez anos depois ainda renovámos a amizade num verão de malta nova, entre praias, bailes e cafés, com um "dois cavalos" da irmã mais velha dele e com duas primas minhas, novas, do “Quatre-vingt-quatorze” que detestavam as curvas do citroen e a Nina Hagen Band.
Desde então perdi-lhe o rasto mas recordo-o, sempre que falo, enfatizando a pronúncia, as poucas palavras que sei dizer em alemão: Nina Hagen, Volkswagen e carocha.
Agora estou a rever a velha amiga Nina e é dela este vídeo que vos deixo. Trata-se apenas de uma das múltiplas facetas da artista, de imagens que eu dantes só ouvia.
No YouTube há Nina a dar com um pau!....
- Hás-de não, há-des! – corrigi eu no meu “português edite estrela”.
- Meninos aí ao fundo, posso saber de que é que estão a falar?! - perguntou a stora.
- Nina Hagen! – respondeu prontamente Hitler, enfatizando a pronúncia alemã, deixando metade da turma divertida, outra metade com uma perplexidade solidária à da professora.
Já não me lembro se Hitler frequentava só Filosofia porque tinha a disciplina em atraso ou se era por só lhe apetecer ir àquela aula, sei que tinha essa alcunha pelo bigode que decidira ter para provocar, adolescentemente, o “politicamente” correcto. Sentava-se a meu lado sem caderno, sem caneta e com postura. Pousava sobre a carteira apenas o livro que andava a ler.
Corria o ano de 79, eu andava a descobrir a juventude entre o punk e os anos sessenta, entre o hard rock e a música do Brasil e a Nina Hagen veio mesmo a calhar. Fugira da República Democrática Alemã com uma formação musical clássica e, entre a sonoridade punk e uma personalidade cínica, apresentava uma imagem novidade.
- Pois, mas é o facto de não perceberes nada do que ela diz que a torna ainda mais diva, que te liberta para curtires mais o som e que prova a universalidade do teatro da sua revolta!...
Hitler trocou comigo umas cassetes e uns livros. Deixámos de nos ver. Quase dez anos depois ainda renovámos a amizade num verão de malta nova, entre praias, bailes e cafés, com um "dois cavalos" da irmã mais velha dele e com duas primas minhas, novas, do “Quatre-vingt-quatorze” que detestavam as curvas do citroen e a Nina Hagen Band.
Desde então perdi-lhe o rasto mas recordo-o, sempre que falo, enfatizando a pronúncia, as poucas palavras que sei dizer em alemão: Nina Hagen, Volkswagen e carocha.
Agora estou a rever a velha amiga Nina e é dela este vídeo que vos deixo. Trata-se apenas de uma das múltiplas facetas da artista, de imagens que eu dantes só ouvia.
No YouTube há Nina a dar com um pau!....
27 comentários:
Majestade, como foi o seu Natal, Majestade? Fiquei muito sensibilizada que me desejasse propriedades mas sabe, Majestade, a propriedade privada, segundo Karl Marx, é uma injustiça social.Desta forma eu fico contente com o que tenho. Não é muito mas dá para ir vivendo. Também não tenho pretensões a reinar.
Quanto à Nina Hagen, Majestade, devo confessar-lhe a minha fraca cultura musical. Boa voz ela tem mas não sei muito mais que isso.
Um abraço com pouca propriedade e um tanto ou quanto desafinado.
Pata Negra, Pata Negra,
que bom que é aqui voltar
e ouvir a Nina Hagen
com o vozeirão a cantar.
Pata Negra, Pata Negra
que bom que é aqui voltar.
Um pouco (pouquinho mesmo) mais velho do que sua majestade, conheci a Nina já mais maduro e numa altura em que a vida não me corria muito bem, pelo que me foi fácil "agarrar" aquele som. Hoje já não me atrai tanto assim, mas recorda-me alguns momentos em que conheci alguns (poucos) verdadeiros amigos.
Abraço do Zé
Majestade
A Nina Hagen não é de todo a minha paixão.
Mas gostei da ideia de Sua Majestade.
Mau, mau Maria! Nina Hagen, Hitler, 2CV, 79...
Só me falta dizeres de que escola se trata. Já estou a tremer.
É que eu conheço um Hitler (que por acaso é um amigo meu), que tem uma irmã mais velha, que tinha um 2 Cv, que usava uma "amostra" de bigode e que tinha (e tem) a alcunha de Hitler precisamente porque adorava (adora) tudo o que é relacionado com guerra. Diz-me que o tal Hitler é actualmente professor de História...
Saudações do Marreta.
Post Scriptum: A propósito, sabias que a Nina Hagen antes do punk foi cantora de ópera? Aliás nota-se...
Nina à parte, o amigo Pata Negra deixa aqui mais um naco de poesia disfarçado de prosa. Releiam e saboreiem o texto e, por certo, concordarão comigo.
Um abraço, companheiro.
Silêncio
O meu Natal ainda não acabou. Não quero Marx nas minhas propriedades, quando muito, num ou outro livro. Eu felizmente tenho uma propriedade grande e sem muros, sem muros porque ambiciono comprar tudo à volta, mais do que uma propriedade, quero ter um Reino!
Ah!Ah! Estou a reinar e gosto de Nina Hagen!!!
Um abraço ainda com Natal
Boris, Boris, rimador
você anda-me a bailar
que figura é o senhor
que me anda aqui a rondar?!
Zé Povinho
"Hoje já não me atrai tanto assim"
mas de vez enquando sabe bem irmos lá atrás vermos os rastos que nos fizeram!
Um abraço Hagen
Ninho de Cuco
Tenho mais Nina Hagen na gaveta, quem sabe um dia, com o revelar da personagem, o Cuco ainda vira Nina!?
Um abraçi nina
Marreta,
definitivamente não falamos do mesmo Hitler, não sei o que é feito do meu Hitler mas de certeza que não é professor de História! Professor? De História?
Um abraço do estrado
Majestade , que revelação inaudita...
Vª senhoria aprecia raparigas divertidas e excêntricas .
Eu adorei particularmente a parte em que a menina imita a galinha : que talento...
Ri desde o início e sorri ao carcarejo.
Tenho que reconhecer que no carcarejo a senhora apresentou afinação e melodia, no resto da canção nem tanto...
Isto é arte, sem dúvida. Para mim, Majestade, música é que não é ...
Mas valeu conhecer. Adorei. Na verdade diverti-me imenso : que "ganda maluca "
Continuação de boas festas
Maria
Eu sou um revolucionário
luto contra o capital
e gosto de vir aqui
se não me levas a mal.
Olá, Majestade.
Peço desculpa pelo tratamento familiar mas como estamos no Natal viva a fraternidade. É a primeira vez que oiço Nina Hagen.
Um abraço sem propriedade. Fui expulsa, Majestade, e expulsa por Vossa Alteza.
Nina Hagen, recordo-o, quando apareceu com o seu "Unbehagen" foi como uma pedrada... e das grandes!
Estava ali uma punk que sabia cantar... que sabia música... e que era organizada na provocação até mais não...
O som daquele disco ficou. Um pouco como a voz da Lene Lovich!
Com ou sem cacarejos ela sabia cantar, embora a sua insistência fosse mesmo a provocação.
Quanto à propriedade do Rei dos Leittões, cuidado com os impostos, que 'eles andem aí'.
Cumps
Senhor Alberto, poesia à parte eu ainda o hei-de ouvir a pedir mais Nina!
Um abraço companheiro
Ora Maria, as galinhas cantam, se ela imita uma galinha a cantar, logo, isso é música!
Um abraço dum "ganda maluco"
Eu sou um revolucionário
luto contra o capital
e gosto do o ver aqui
a lutar pelo mesmo ideal
Nómada
Expulsa?! Não compreendo! O meu Reino é de todos e é deste mundo!
Um abraço de acolhedor
Quintarantino
Recordaste-me o nome do álbum, já o havia esquecido! Ouvi mais Lene Lovich, dessa tenho um vinil para ali todo riscado!
Um abraço dum punk que perdeu a roupa e o corte de cabelo
Guardião
eu diria que ela sabia cantar bem demais para que possa ser considerada punk!
Um abraço de pequeno proprietário
Pata Negra
Ah afinal és revolucionário e lutas contra o capital. Assim já nos entendemos. Eu alinho.
Pata Negra
Ah afinal és revolucionário e lutas contra o capital. Assim já nos entendemos. Eu alinho.
Companheiro e camarada, sobre as suas hipóteses do das duas uma, aqui fica uma certeza que eu cá tenho: o Governo da Nação há muito que é privado. "God save the Queen, this is a fascist regime...!"
Pronto, pronto, não digo mais nada, já percebi que há uma Nina entre nós :))))))
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