Imagem retirada do blog Marcelão
Nascemos, crescemos, envelhecemos e morremos em tempo de crise.
Na boca dos abastados senhores do poder não se ouve outro pretexto para a situação que não seja a crise. A crise justifica a própria crise.
Crise atrás de crise. Crise após crise. Sempre crise.
Sempre vivi em crise. Queria viver, ao menos um dia da minha vida, em que não estivesse cercado pela crise.
Crise! Crise! Crise!
A crise é filha de uma puta que é a conjuntura!
A crise serve todos os interesses;
conforma os pobres - incha os ricos;
contém os que protestam - alivia os que mandam;
açaima os que trabalham - solta os que exploram;
justifica a miséria - tolera o enriquecimento;
dá mote aos poetas - torna brilhantes os comentadores.
Crise! Crise! Crise!
Palavra banal quando é dita, palavra que irrita, palavra que justifica.
Está instalada a cultura da crise!
Em nome de todas as razões, em nome de todos os interesses, a crise serve e a crise castiga.
Não há nada mais fácil nem mais lucrativo do que gerir em estado de crise,
serve o governo, serve os que mandam, serve os que podem,
em suma, serve a selva capitalista.
Pois então que a crise exploda de uma vez por todas!
Estou farto de ser cidadão pacífico!
Que rebentem os locais de trabalho, os locais de férias e as ruas!
Que rebentem as escolas, os hospitais e os tribunais!
Que rebente o povo antes que eu rebente!
Crise!... Crise!... Crise!...
A culpa é filha de uma puta, a conjuntura!...
Os intelectuais estão mudos, falando entre eles, num canal de televisão que ninguém vê! Falam de fins. Para eles está tudo em fins, acabaram as ideologias, as lutas, os direitos, acabou a História !
Nas veias dos políticos corre o sangue sólido de actores que trocam de papéis e de adereços, que lançam vozes na sala para ouvirem os seus ecos, que lambem os seus espelhos, que abrem e fecham o pano ao ritmos dos seus discursos, que representam personagens e fantasmas provocando a sonolência dos espectadores. Mas um espectador, mesmo entre sonos, bate sempre palmas! E, se os ratos do velho teatro lhe roerem os pés, julgará sempre que é comichão dos sapatos! Nem que esteja descalço!
E depois, nos camarotes, entre cenas de interesse, de prazer e coscuvilho, estão jornalistas, banqueiros, empresários, proprietários, juízes e generais e outros mais a sombrearem, com gestos e acenos, a pequenez da plateia submissa, reverente e admiradora, sempre disposta a sonhar com um lugar nos camarotes!...
Ai! Onde é que eu ia!? Falava da cultura da crise!...
O estado da crise já compete com o estado do tempo quando falamos para alguém sem tema de conversa. Em todas as conversas, pressente-se, que a última coisa que queremos saber é a a verdade.
- Crise? Qual crise? A financeira, a económica, a social, a política, a democrática, a do petróleo, a sectorial, a nacional, a internacional ou a da justiça?
Na boca dos abastados senhores do poder não se ouve outro pretexto para a situação que não seja a crise. A crise justifica a própria crise.
Crise atrás de crise. Crise após crise. Sempre crise.
Sempre vivi em crise. Queria viver, ao menos um dia da minha vida, em que não estivesse cercado pela crise.
Crise! Crise! Crise!
A crise é filha de uma puta que é a conjuntura!
A crise serve todos os interesses;
conforma os pobres - incha os ricos;
contém os que protestam - alivia os que mandam;
açaima os que trabalham - solta os que exploram;
justifica a miséria - tolera o enriquecimento;
dá mote aos poetas - torna brilhantes os comentadores.
Crise! Crise! Crise!
Palavra banal quando é dita, palavra que irrita, palavra que justifica.
Está instalada a cultura da crise!
Em nome de todas as razões, em nome de todos os interesses, a crise serve e a crise castiga.
Não há nada mais fácil nem mais lucrativo do que gerir em estado de crise,
serve o governo, serve os que mandam, serve os que podem,
em suma, serve a selva capitalista.
Pois então que a crise exploda de uma vez por todas!
Estou farto de ser cidadão pacífico!
Que rebentem os locais de trabalho, os locais de férias e as ruas!
Que rebentem as escolas, os hospitais e os tribunais!
Que rebente o povo antes que eu rebente!
Crise!... Crise!... Crise!...
A culpa é filha de uma puta, a conjuntura!...
Os intelectuais estão mudos, falando entre eles, num canal de televisão que ninguém vê! Falam de fins. Para eles está tudo em fins, acabaram as ideologias, as lutas, os direitos, acabou a História !
Nas veias dos políticos corre o sangue sólido de actores que trocam de papéis e de adereços, que lançam vozes na sala para ouvirem os seus ecos, que lambem os seus espelhos, que abrem e fecham o pano ao ritmos dos seus discursos, que representam personagens e fantasmas provocando a sonolência dos espectadores. Mas um espectador, mesmo entre sonos, bate sempre palmas! E, se os ratos do velho teatro lhe roerem os pés, julgará sempre que é comichão dos sapatos! Nem que esteja descalço!
E depois, nos camarotes, entre cenas de interesse, de prazer e coscuvilho, estão jornalistas, banqueiros, empresários, proprietários, juízes e generais e outros mais a sombrearem, com gestos e acenos, a pequenez da plateia submissa, reverente e admiradora, sempre disposta a sonhar com um lugar nos camarotes!...
Ai! Onde é que eu ia!? Falava da cultura da crise!...
O estado da crise já compete com o estado do tempo quando falamos para alguém sem tema de conversa. Em todas as conversas, pressente-se, que a última coisa que queremos saber é a a verdade.
- Crise? Qual crise? A financeira, a económica, a social, a política, a democrática, a do petróleo, a sectorial, a nacional, a internacional ou a da justiça?
17 comentários:
A pobreza não está em crise, pelo contrário, aumenta as suas fileiras a cada dia que passa, porque como disse e bem, a crise só existe para quem dela tira lucros e facilidades.
Não há crise nenhuma, é preciso é correr depressa com a cambada que nos lixa até mais não poder.
Cumps
Está em marcha a preparação da IV GRANDE FARRA BLOGOSFÉRICA. Inscreve-te! Contribui para o PIB, promove a produção nacional! Junta-te à confraria do barril!
Saudações do Marreta!
P.S.: eu volto!
Muito bom. Muito pertinente. Como sempre. Eu acrescentaria que a crise é a melhor desculpa para quem se satisfaz com o que existe, porque ter melhor dá trabalho e a inércia alicerçada na crise é tão mais fácil. Sem culpas.
Um abraço
Há sempre crise, pena é que é sempre para os mesmos. E os portugueses votam sempre nos mesmos.
Cumprimentos
E pronto, depois de ler esta brilhante declaração de guerra ao estado de crise permanente... é que eu entrei mesmo em crise de passividade!
Um abraço(sem crise).
isso! mas a mais grave é a crise dos valores, das ideias e é por aí que todas as outras se reproduzem...
abç
Grade momento de revolta, estavas revoltado.
Então é desta que nos fazes uma visita?
Vá lá, tira o pó-pó da garagem, enfia-lhe algum pitrol e ala até ao deserto
Abraço
Majestade.
Se me permite acrescento um pormenor, que para mim não é de somenos, ao intróito da sua dissertação sobre a crise (essa grandessíssima fdp que nunca mais nos larga – a nós os pequeninos). Com a Sua licença, passaria então a ser assim:
Nascemos, crescemos, [REPRODUZIMO-NOS (É DOS POUCOS MOMENTOS QUE ALGUNS TÊM DE PRAZER NA VIDA E QUE, POR ISSO, NÃO PODE SER ESQUECIDO)], envelhecemos e morremos em tempo de crise.
No que concerne ao resto do texto, deixe que Lhe diga Majestade, que se me fosse permitido, eu assinava como meu.
Longa vida para El-Rei e El-Real Família.
Alberto Cardoso
Majestade.
Se me permite acrescento um pormenor, que para mim não é de somenos, ao intróito da sua dissertação sobre a crise (essa grandessíssima fdp que nunca mais nos larga – a nós os pequeninos). Com a Sua licença, passaria então a ser assim:
Nascemos, crescemos, [REPRODUZIMO-NOS (É DOS POUCOS MOMENTOS QUE ALGUNS TÊM DE PRAZER NA VIDA E QUE, POR ISSO, NÃO PODE SER ESQUECIDO)], envelhecemos e morremos em tempo de crise.
No que concerne ao resto do texto, deixe que Lhe diga Majestade, que se me fosse permitido, eu assinava como meu.
Longa vida para El-Rei e El-Real Família.
Alberto Cardoso
Pois que rebente esta merda toda e que afogue em esterco e excremento a crise e todos aqueles que com ela e dela se vão alimentando.
Eu estarei lá com uma pá para recolher a merda que servirá de adubo para alimentar uma nova geração de culturas.
Saudações pré-explosivas do Marreta.
Ah ganda maneta, perdão, marreta!
Dá-lhes com a pá, qual padeira de Aljubarrora, que eu ajudo!
Crise ? Qual crise ?
Portugal o País moderno e desenvolvido.
País baluarte da ética nos negócios e justiça salarial.
Até fizemos uma legislação laboral que defende os trabalhadores.
Somos um exemplo para o mundo.
Abraço,
Zorze
Guardião,
a cultura da crise é precisamente valerem-se da pobreza para justificarem mais pobreza. Isto não é malta de começar a correr com um tiro para o ar.
Um abraço guardião e atento.
Marreta,
pois...
Charlotte
A crise é uma invenção dos que dela vivem para que nela vivamos.
Será que tem sentido? O que eu disse!...
Um bejo
Odysseus
Talvez desta vez existam sentidos de voto capazes de provocar alterações.
Um abraço de braço no ar
Jorge P.G.
Bons olhos te vejam passivo e sem crise. Os sinos não tocam a crise mas tocam os defuntos.
Um abraço com crise (hemorroidal)
Martelo
Elas nascem das lavas.
Um abraço e um prego
Tiago
Pequeno momento
Até já
Ferroadas
pois...
Alberto,
referes-te aos poucos momentos em que esquecemos a crise.
Um abraço à espera de novos momentos
Marreta,
Marreta! Marreta! Marreta!
Empresta-me a tua pá e eu farei deles todos marrecos!
Um abraço sem merda à mistura
Salvo Conduto
Não sei se existirão pás para tantos costados!
Um abraço são e salvo
Zorze
Já vi que somos da mesma camioneta!
Tenho de lá passar pelo teu sítio com a disponibilidade "intelectual" que ele merece.
Um abraço de pá na mão
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