segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Em nome da verdade

Por proposta do País do Burro:

"Deficientes voltam a ter mais benefícios fiscais em 2009" – Agência Financeira.

"Governo reduz impostos para os contribuintes com deficiência em 2009" – Público

“Deficientes têm redução no IRS” – Diário Económico

“Orçamento para tentar atenuar efeitos da crise” – TVI

Os títulos são estes, mas a verdade é muito diferente. É preciso divulgar junto da opinião pública o que realmente se passa com os impostos dos trabalhadores portadores de deficiência que, para além da parte do salário real que é levada pela inflação, ainda têm que enfrentar um agravamento fiscal, introduzido em 2007 pelo Governo Sócrates, em nome de uma justiça social que afastou a sociedade das suas responsabilidades de inclusão destes cidadãos.

Imagine se os seus impostos tivessem aumentado assim. E imagine que o que lia nos jornais, o que ouvia nas rádios e o que via nas televisões era o oposto da realidade que estava a viver. Para além de sentir na pele a injustiça de uma medida que limita decisivamente o seu direito à inclusão social, ainda se sentiria usado como propaganda numa campanha em que se diz que os seus direitos foram reforçados.

Os trabalhadores portadores de deficiência não têm assessores de imprensa para fazer títulos de jornal. Por isso contam com a colaboração de todos nós para a divulgação de uma verdade que não consta das notas de imprensa distribuídas pelo Governo, que os média se limitam a republicar: a tributação dos cidadãos portadores de deficiência aumentou em 2007, aumentou novamente em 2008 e ainda vai aumentar mais em 2010. O que o Governo fez foi apenas dar uma trégua de um ano nesse agravamento fiscal e adiá-lo de 2009, ano de eleições, para 2010.




9 comentários:

Barão da Tróia II disse...

Quem se rala com os deficientes, estão todos demasiado ocupados a fazer projectos para as sanguessugas subsídiodependentes que por aí andam, aos tiros na via pública, a roubar e a não pagar impostos, com casas à borla e grandes carrões.
Por isso se és deficiente e tens trabalho alegra-te porque és um felizardo, queres ajudas, vai ao Totta.
Querem saber o que é ser excluído, não vão aos bairros das minorias, falem antes com um deficiente, querem saber o que é viver no terceiro mundo, não precisam de ir a áfrica, perguntem a um deficiente!
A nossa realidade é demasiado triste, demasiado triste para ser da europa do TGV e da Ota e de Europeus e Mundiais de empurra bolas, de magalhães e novas oportunidades, a realidade de um deficiente é viver num país que o não quer, que o rejeita, que dele se aproveita para folclores e projectos que dão comer a muita gentinha.
Sabes, apesar de dentro dos deficientes eu ser um privilegiado, sou um mero amputado superior, conheço situações de dramas profundos, gente que há 20 anos anda no jogo do empurra, nesta coisa imunda que chamamos país.
Desculpa o testamento!
um abraço

antonio ganhão disse...

O mesmo se passa na escola com o apoio ao ensino especial: só propaganda!

Zé Povinho disse...

Os média estão cada vez mais dependentes do poder económico, que agora está dependente das garantias do Estado que o Governo manobra a seu belo prazer. É fácil alinhar na propaganda, fingindo noticiar algo, e ajuda bastante os accionistas.
Apetece-me perguntar se as garantias dadas pelo Estado não são afinal feitas a contar com as minhas relutantes contribuições fiscais, mas isso é um pormenor a que Teixeira dos Santos não dá qualquer importância.
Abraço com os braços doridos de tanto manguito
O Zé

Tiago R Cardoso disse...

olha lá, posso mandar o orçamento publicitário para 2009 lixar, para não dizer outra coisa ?

Anónimo disse...

nem sequer devia ser preciso defender os direitos destas pessoas, quero dizer, por natureza, justiça e clarividência deviam ser imediatamente consideradas... bem basta as infelicidades.

Zorze disse...

Porque é que a polícia demorou "tanto" tempo a actuar na Quinta da Fonte enquanto blacks e ciganos se digladiavam com armas tecnológicamente sofisticadas? Eram para que morressem. É o choque tecnológico.

A questão dos deficientes é me um pouco cara, pois conheço, histórias "reais" na primeira pessoa através de colegas, e não trabalho na Cercimb, que se fosse contá-las aqui iria arrepiar os cabelos do cú ao mais incauto internauta.

A hipocrisia é tão grande, mas, tão grande que às vezes o silêncio é o melhor conselheiro. Não vá mandar para aquela parte, directa e frontalmente quem merece de facto tal lugar. Mas, isto só sou eu a dizer.

Abraço,
Zorze

Anónimo disse...

Barão da Tróia II,

aconselho a leitura desta notícia do público

http://jornal.publico.clix.pt/magoo/noticias.asp?a=2008&m=10&d=19&uid=&id=280486&sid=55644

há por aí muita desinformação sobre o RSI e quando se juntam referências a minorias o resultado é desgraça pela certa

Anónimo disse...

o comentário anterior é meu

SILÊNCIO CULPADO disse...

Pata Negra
O embuste do marketing político que tem refinado na stécnicas para iludir a realidade.
Mas nós estamos aqui e não estamos a dormir. E a blogosfera ainda é um espaço de liberdade. Há que denunciar as situações. É o que procuro fazer no Silêncio.

Abraço acordado