sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Leitão à sexta

Hoje foi uma sexta feira normal de um normal mês de Janeiro de um anormal ano de 2009. Como normalmente, senti-me um normal cidadão, com uma vida normal num país anormal.
Há muito tempo que não ía ao cinema, não por falta de qualidade do cartaz mas sim por falta de qualidade do público (sempre existiram jovens que apenas exibem a sua coragem no escuro mas, agora, é demais ou então, eu não tenho paciência!...).
Acontece que a fita em exibição não me deixou alternativa.

Que esta corte seja um ponto de encontro onde apenas se galhofa!

Queremos lá saber que a república esteja a cair de podre, nós até somos, à nossa maneira, monárquicos!

Queremos lá saber que a crise se estenda dos valores morais aos valores patrimoniais, nós até convivemos bem com o deboche à volta de um porco com meros cinco quilos!

Queremos lá saber que nos governe a corja do homem que roubou o nome ao filósofo ou o bando da mulher que roubou o nome ao vinho do porto, nós até não falamos de filosofia e só bebemos palhete!

Esta blogosfera anda muito entusiasmada a falar de política, de poesia, a revelar fotografias e filmes de youtube, nós, aqui pelo reino, vamos bem graças a Deus.

Queremos lá saber dos pormenores do quotidiano político, para nós os anúncios de medidas, os números, os estudos, as tricas, as conferências de imprensa são bolas no relvado.

Aqui só há uma postura, empurrá-los, empurrá-los, empurrá-los! Ouvi-los? Dizem que vão acabar com os pobres?! É porque estão a pensar em matá-los! Dizem que vão pôr toda gente no lugar?! É porque estão a pensar em nos amordaçar!

Contra esta gente já não se combate com palavras ou actos avulso. Só com uma grande marcha que varra o país dum canto ao outro!

Enquanto a malta não se junta, o Rei, que a si próprio se coroou Rei dos Leittões, vai bostando, digo, postando e entretém-se a coçar as fantasias da Madre Leittoa.

(Amanhã vou


Atribuio da insígnia da ordem do comentador


E, como gosto de andar à boleia, aproveito a ocasião para condecorar o realizador da fita, o Jorge P.G., o Sineiro do Sino da Aldeia, do Bigodes de Gato e de outras andanças. Vem, por hábito, à corte com palavras bem dispostas, certeiras e suficientes. Distingue-se também de outros fidalgos porque trata Sua Majestade, Alteza Real, por "King".

Ainda no que toca a comentadores e comentários, o Sineiro tem por hábito ou princípio responder a todos os comentários que fazem nos seus blogues. Aproveito para reconhecer a nobreza do gesto que eu tanto desejaria imitar mas que não consigo. Pelo facto de não o fazer sinto-me mal educado mas não me devem faltar desculpas - penso que o mesmo se passa com outros companheiros.

15 comentários:

SILÊNCIO CULPADO disse...

Majestade

Este país sem trambelho pouco concerto já tem. Por isso vamos à Pala mostrar a nossa União e o Orgulho de não pertencermos à Raça vendida e carcomida pela traça.
Bem atribuído o prémio ao Jorge Sineiro, o melhor realizador de sempre e que, para além do prémio que lhe dás, merece também o da bota de ouro e o prémio da Fifa.
Abraço

Anónimo disse...

Espera aí que eu também alinho, vou buscar a moca vamo-nos a eles!

Tiago R Cardoso disse...

Queremos lá saber de desgraças...

Continuo a pensar no leitão à Bairrada, não sei porque...

Entretanto, um abraço e bom fim de semana.

José Lopes disse...

Eu já nem estranhei quando li que a bófia temia o proliferar de "grupos de extrema esquerda" nos bairros problemáticos, que "ameaçam a segurança do país". Eu ía jurar que mais adjectivo, menos adjectivo já ouvi frases do género neste país, já faz algum tempo, está claro.
A extrema esquerda e os anarquistas voltam a ocupar lugares de destaque nas preocupações da segurança... Bafiento o discurso, mas ainda assim actual.
Cumps

Pata Negra disse...

Silêncio
Voltaremos à Pala, mas para isso temos de dar tempo ao pelotão que arrume a caserna, que se farde na ordem e que se prepare. Cada dia que deixamos passar, mais se torna difícil a tarefa de enfileirar a parada! Se a panela ferver muito, temo que já não tenhamos lugar na fervura e, então, perderemos o nosso lugar na história!
Um abraço do rei de coisa nenhuma

Pata Negra disse...

Salvoconduto
Poderemos acertar com a moca na merda mas dificilmente acertaremos nas moscas com ela! E o pior são as moscas!
Um abraço mafu

Pata Negra disse...

Tiago
Um leitão à Boavista (só para quem conhece!)
Um abraço e não tarda muito

Pata Negra disse...

Guardião
Bafiento discurso? Qual? O meu?!
Eu estou podre de pobre e de revolta!
Um abraço guardião do reino de aquém

antonio ganhão disse...

Um dia normal no reino da porcalhota... não feches a pocilga e ele ainda enche, com tanto porco por aí!

Pata Negra disse...

Deixa a pocilga encher! Também ser trabalhar com a especulação! Estes porcos ainda hão-de tender bom dinheiro!
Um abraço com o pé cagado

Anónimo disse...

estamos sempre entre a espada e a parede com esta bicharada...

abraço

Anónimo disse...

Ninguém quer acabar com os pobres; precisam de metade deles para atacar a metade que se revoltar.
Hoje já houve bastonada em Almada. E no Casal de São Brás, vai ser igual?

Jorge P. Guedes disse...

AH, GRANDE KING!

Quem assim escreve merece o título!

Eu, que apenas me limito a dar-lhes pancada gozando-os com alguns bonecos, sinto-me pequenino e desajeitado. Já lá não vai este reino da mixórdia com palavras nem imagens, não...
Dizes bem, só uma vassourada gigante nos poderia livrar de tanta corrupção, de tanta perfídia, de tanta mentira, de tanta lata para enganar os ignorantes e os menos instruídos.Quanto ao título que me concedes, King, espero ser digno dele e ser-te leal sem suserviência. Como, aliás, sei que gostas e praticas.

Um grande abraço nesta noite de festa.
E não te preocupes em devolver-me a "gentileza", foi apenas uma graça, basta saber-te de espinha direita.

Jorge P. Guedes disse...

ERRATA: "...sem subserviência"

Mas por que raios é que não me habituo a ler o que escrevo, pá?!
PORRA! (com tua licença)

Camolas disse...

"A galopar, a galopar , hasta enterrá-los en el mar"

(excerto de poeta que não lembro, integrado numa canção de Paco Ibañez)