sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Leitão à sexta

É a última vez que vou falar da crise - palavra do meu lado político!
Mesmo em tempo de crise, enquanto houver porcos com parafuso e porcas com rosca, nunca nos faltará o leitão, ainda que desaguemos em efémeros orgasmos suínos.

Três notas sobre a crise.
1- Só agora percebi que os que sempre combateram o papel social do Estado defendem que o mesmo deve apoiar o capitalismo quando este diminui os seus lucros.

2- A crise é uma criação dos gordos para comerem, até ao esqueleto, os magros. No passado: trabalhávamos, produzíamos, ganhávamos, gastávamos. No presente: não gastamos, não ganhamos, produzimos, trabalhamos. Afinal não sou só eu que não percebo nada de economia, parece que já nem os mais rebuscados economistas acertam uma. Mais do que pela especulação, a crise foi criada pelas palavras, e a cada palavra que se diz mais se acentua. Ora um sistema que se afunda somente pelas palavras é um sistema sem futuro, a não ser que o seu afundamento seja uma maquiavélica encenação para se regenerar na forma dum monstro impiedoso que nos pretende escravizar. Perguntam-me, o que tem isto a ver com porcos?Tudo!

3- Vou continuar a trabalhar sim! Mas que não apareça por aqui alguém a dizer que nada faço porque irá levar com um tijolo na cabeça.

16 comentários:

Anónimo disse...

Queres ver que ainda vais para uma dessas manifestações que costumam esperar o Sócrates?! Não te esqueças do tijolo, sê consequente com as tuas palavras, o homem já disse uma data de vezes que não fazes nada!..

A propósito, emprestas-me um tijolo?

antonio ganhão disse...

Mas claro, depois do deficit (que era uma crise e uma seca), temos agora a crise (a propriamente dita), eu cá por mim espero sempre pela última moda, portanto também não pego nesta!

Anónimo disse...

o capitalismo tem força de regeneração própria... eles habituaram-se a roer a carne e os ossos e não sabem digerir de outra forma.

abraço

Anónimo disse...

Olá Majestade.
Como é o Seu lado político a prometer não voltar a falar de crise, está visto, daqui a dois dias voltará ao tema para não prejudicar a ideia que todos temos dos políticos.
Como admirador incondicional de Sua Alteza Real subscrevo, sem hesitar, as três notas que achou por bem acrescentar ao seu comentário inicial. Aproveito para solicitar o esclarecimento de uma questão que me ocorre desde o primeiro dia deste blogue e que é a seguinte: onde é que Sua Majestade vai buscar as belas e sugestivas imagens que, invariavelmente, acompanham os seus inigualáveis textos? Farto-me de «navegar» na net à procura de algo semelhante e não encontro. Será que são imagens só acessíveis aos predestinados?
O humilde servo
Alberto Cardoso

José Lopes disse...

Crise, qual crise? Neste paraíso rosado onde a verdade da mentira é uma constante da política de sarjeta que se vai praticando, enquanto se autorizam uns quantos negócios regados com um Porto à borla, que é como quem diz um Freeport. Cuidado com o tijolo, que material desse não é para desperdiçar e alvos é o que não é difícil de encontrar.
Cumps

samuel disse...

Um tijolo? Não será um desperdício?

Abraço

Nocturna disse...

Majestade,
Isto não vai lá com um tijolo. Ou arranjamos um canhão , ou mais pacificamente nunca mais votamos neste gentinha. Com estes governantes que têm tanta pena dos «banqueiros coitadinhos», trabalhamos , ficam-nos com o dinheiro, enchem-se e dizem-nos para fazer sacrifícios.
Crise ? para nós sim, que os aturamos e nos temos força para os afastar da gamela do poder.
Um abraço nocturno de cabeça completamente perdida.

Jorge P. Guedes disse...

"Crise" é coisa que eles criaram para convencer a malta de que governar é muito complicado.
Uns mesitos antes dos papelinhos no caixote, vão distribuir uns rebuçaditos e dizer que foram capazes de "vencer a crise".

Olha, crise, é c _ _ _ _ e não ter papel p'ra limpar o c _

Um abraço domingueiro.

Anónimo disse...

"Desligue a televisão e trabalhe" ?!?!?

E que tal, desligue a televisão, largue o trabalho e viva? É que o trabalho é como a crise, andam a convencer-nos que o trabalho dignifica, que sem trabalho não há conforto, e afinal vai-se a ver e o trabalho serve é para alimentar os mesmos que nos falam da crise.

abç

Compadre Alentejano disse...

A política é uma grande porca, com todos os seus porquinhos à volta, incluindo o Sócrates...
Um abraço suíno
Compadre Alentejano

SILÊNCIO CULPADO disse...

Pata Negra
Para nos rebelarmos contra a injustiça não há diferenças de sexo, de religião ou de cor da pele. Os humanos têm muito a aprender com os suínos que, para além de inteligentes, são autênticos.

Vou estar 15 dias ausente mas vou deixar no Silêncio um post tipo 3 em 1 sobre a toxicodependência num contexto do capitalismo selvagem que nos deixa sem alma e escravizados.

Abraço revoltado

SILÊNCIO CULPADO disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
MARIA disse...

Majestade, sem dúvida nenhuma a crise instalou-se dolorosamente na nossa vida.
Não há instrumentos à vista que permitam sequer sonhar uma solução feliz para esta crise. Uma solução que seja...
O desânimo instala-se a todos os níveis.
Ainda nos resta a música numa LISTA de incontornáveis dificuldades.
Saiba Vª Majestade que por maior que seja a crise, o meu lado não político, sempre o terá no topo da lista dos amigos a quem se quer todo o bem.
*
(http://www.youtube.com/watch?v=aV99ypbCidw)

*
Um beijinho amigo
Maria

Zorze disse...

De tijolo em tijolo se vai construindo o edifício.

Abraço,
Zorze

Savonarola disse...

A crise serve de desculpa para muitos falhanços do governo e do Estado, nomeadamente na área do desemprego. Estão a fazer alguma coisa para o combater?

Um abraço anarquista

alex disse...

Sua Magestade
Se me permite eu gostaria de pôr mais lenha na fogueira aqui vai uma homenagem ao Sócrates:
Que a terra lhe seja pesada.
Que lhe apodreça o corpo e os olhos fiquem vivos,
Se lhe soltem os dentes e a fome fique intacta
E a alma, se a tiver, que lha fustigue o vento
E arrase com ela a memória gravada
Na lembrança demente dos que o choram.
ArY dos Santos
um abraço