sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Leitão à sexta

Nem o texto, nem o vídeo, só por si, valem alguma coisa. Assim sendo recomendo que façam play e ouçam enquanto lêem, talvez tudo junto valha o tempo.

LETRA :

Hoje é sexta-feira, dia de leitão / Não vejo televisão /Vamos não sei para onde /Acreditamos não sei em quê / Não sei o que pensamos / Não sei o que cantamos /Votamos em não sei quem /Trabalhamos não sei para quê / Não sei porque vivemos /Não sei onde isto vai parar /Acredito na revolta dos porcos / Acredito no Alentejo como reserva / Acredito no Alentejo acima de todas as coisas / Acredito nas pessoas da paisagem / Acredito na paisagem das pessoas / Vamos todos para o Alentejo guardar gado/ Preparemos a revolução na claridade da planície

Ninguém sabe a música da canção
Hoje é dia de porcos /Hoje não há leitão /É preciso que venha a fome para abrirmos a barriga dos gordos / Não vamos cozinhar mais as suas receitas /Vamos comê-los / Vamos comê-los /Abril não vai voltar a escapar-nos das mãos/ Não precisamos de capitães / Precisamos apenas de soldados e sargentos / Eles têm as armas nós temos os números / Não vamos acreditar em salvadores / Não vamos ouvir discursos estruturados /Abaixo os poetas que estudam as palavras / Vamos dizer apenas o que nos vai na alma
Ninguém sabe a música desta canção
Acredito no Alentejo acima de todas as coisas
Oh!Oh!Oh!... Oh!Oh!Oh!
Refrão
Ninguém sabe a música desta canção
Hoje é sexta-feira, dia de leitão
Não vejo televisão

Ninguém sabe a música desta canção

No meu blogue posso dizer tudo o que me vem à cabeça

Oh!Oh!Oh!... Oh!Oh!Oh!

Refrão

Ninguém sabe a música desta canção

Hoje passei-me de vez, perdi a lucidez

No meu blogue posso ser louco completamente

E chamar porco a toda a gente

E dizer que a rainha é uma porca

Oh!Oh!Oh!... Oh!Oh!Oh!

(Vou terminar! Senti um carro!

... que diabo faz uma ambulância à minha porta?!)

Atribuio da insígnia da Ordem do Comentador da Semana

Esta semana o insígne agraciado é o António Implume do em livro. Tem o escritor, sim, o escritor, deixado pegadas da sua prosa pelo chão do real palácio da bolota. Os seus comentários partem da cumplicidade que nos une e que tem origem no gosto que ambos tecemos pela coisa escrita. Por tudo isso, e não só, é justo que lhe conceda este título como reconhecimento pela companhia que nos tem feito nos posts de salão que por aqui acontecem.

17 comentários:

Anónimo disse...

Julgava que só eu é que estava apanhado pelo clima...

Estou a pensar mandar-te um boletim de inscrição da FNAC
(Federação Nacional dos Apanhados pelo Clima)...

Atenção que tens que pagar jóia...

MARIA disse...

Majestade,

Boa noite. Bom fim de semana.

Parece-me brilhante a forma como descreve este estado de "loucura" colectiva em que se encontra este País, a nossa Gente.
Achei uma ternura da sua parte que personalizasse o discurso como se tal estado fosse seu e exclusivamente.
Bendita a sua lucidez, parece-me !

De resto, também adoro o Alentejo.
Quem sabe se o sonho revolucionário num País melhor, numa vida melhor, se torna possível e real por entre planícies do nosso Alentejo.

Apesar de tudo, as terras ainda guardam sementes de Esperança...

Um beijinho muito amigo

Maria

Zé Povinho disse...

Não conhecia a letra, mas também a mim me andam a irritar a mim, eu que nem tenho costela alentejana.
Abraço do Zé, em vias de extinção

Anónimo disse...

Também tu, portador de uma loucura lúcida.

zerui

Anónimo disse...

Viva o Rei e a sua loucura.
Loucos andamos nós todos com esta política, com este país.
Vamos para o Alentejo. É terra de boa gente e de boa pinga.
Será que a revolução vai nascer no Alem Tejo!?

Anónimo disse...

Olá Majestade.
Também eu gosto do Alentejo e gosto tanto que até casei com uma alentejana!!! Mulher danada, que desmente todas as anedotas sobre alentejanos lentos a pensar e a agir, por quem me apaixonei há trinta e muitos anos, mal que se tem agravado com o passar do tempo.
Falo do Alentejo (e da minha alentejana) porque a referência ao Alentejo é o que se pode aproveitar no «poste» de esta 6.ª feira-13, comprovadamente dia de azar.
Apresento os meus cumprimentos a Sua Alteza Real, com votos que recupere rapidamente a sanidade mental.
Alberto Cardoso

antonio ganhão disse...

Sinto-me emocionado! Receber esta insígnia em plena revolta dos porcos e num momento de invulgar lucidez mental de S. Majestade, é efectivamente uma honra. Aqui deixo a todos um copo de três de um bom tinto Alentejano.

Pata Negra disse...

salvo-conduto-atum
Apanhado pelo clima?! Aquecimento global? Ar condicionado? - tudo isso está ultrapassado - é a crise! - dito isto, não pago a jóia! Aliás, um Rei nunca paga a jóia!...
Um abraço nóia

Pata Negra disse...

Maria
Maria
Maria
Num reino o rei é único - queres maior solidão do que a de ser único?
Estou atacado pela loucura lúcida!
De resto, adoramos o Alentejo e é isso que nos mantém assim: a trocar umas bocas por aqui!
Um abraço mariano

Pata Negra disse...

Zé Povinho,
pobre do Zé que não tiver uma costela alentejana! Pelo que me tens dado a conhecer, é mais do que uma costela, é uma lombada!
Um abraço zé-alen

Pata Negra disse...

Zé Rui
Essa da loucura lúcida é tema para mais um sarau
Um abraço à volta de um copo de três

Pata Negra disse...

Lili
Passem o poder de aquém para além Tejo, para o deserto (como já lhe chamaram) e a jangada de pedra mostrará um novo mundo
Um abraço do canecas

Pata Negra disse...

Cardoso
Meu servo-freio, Rei(o) e releio e não encontro serviços que me apontem o sanatório. Não haverá maior consolo do que ter alguma coisa que nos ligue ao Alentejo, se for o amor, é quase muito!
Com que então não aproveita nada deste "poste"? Deu-me como Rei posto?! Saiba meu servo que a um Rei tudo se permite, até o de passar loucp, nu, de reino ao fundo do cu, assim... porra!... isto sabe a decadência de Roma!... Não há nada a fazer! Venham os barbáros! Venham os bárbaros tirar-nos da idade média! da classe média!
Um abraço sem vontade de recuperação mas com vontade de recoperar

Pata Negra disse...

Implume
Qual emoção qual carapuça escrevinhador!? Qual honra!? O barco é o mesmo, aqui todos bebem do mesmo tonel!
Choremos sim! Choremos pelo bento que nos leva, ou nos cobre com a folhagem, todas as palavras que pousamos para alimento da passarada! Já nem os pássaros esgravatam! Há sementes perdidas na imensa planície da blogosfera! Oh!oH!Oh! Está-se-me a ir outra vez a lucidez!
Um abraço semi-inconsciente e livros que nos apertem

samuel disse...

Deve ser o público a chegar... qualquer transporte serve.
Bom concerto! Alta cantiga!

Camolas disse...

"O Alentejo é a última utopia
Todos os pássaros voam para o sul..."

Anónimo disse...

quando como presunto ou quiçá uma bela choriça... quase me chegam as lágrimas, mas depois não há hipótese, mastigo mesmo...

abraço