Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os carácteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte: o país está perdido!
Alguns terão acabado de pensar, "eu já li isto!" Uns terão pensado, "coisitas do Pata Negra!" Outros terão concluído "cheira-me a plágio! O Rei não tem letras para escrever umas frases destas!". Pois bem, eu podia muito bem ter escrito algo parecido! Acontece que isto foi escrito, nos tempos em que os meus quatro avós nasceram, por alguém quase tão talentoso como eu, um tal Essa - d'As Farpas, 1871.
(ignorantes e sem talento são os que escrevem "essa" com "ç" e "Fócrates" com "s"!)
15 comentários:
Quer dizer que o Fócrates já tem 150 anos? Silho da Cuta que se preservou em criolina com uma palhinha para respirar.
Essa das Farpas está sempre actual.
Será que este povo não tem emenda.
Qualquer pardalito sobe ao poleiro com uma facilidade incrivel.
E vamos a Essa.
Ora "Essa", já sabia que o principio se mantém ainda hoje, apesar de mais requintado, sofisticado, tecnológico e em banda larga, "É preciso degradar para depois desacreditar" e não é que surtiu efeitos, na justiça, na saúde, na educação enfim na nossa sociedade...
Abraço
Analógicos ou digitais, os agiotas continuam felizes a explorar. Nada os atinge, não há peste suína que os leve.
até parece que esta terra não tem emenda...mais fácil é botar meias solas.
Adormecemos num sono letárgico. Nada nos move, ao menos houvesse silêncio, mas nem isso.
Há quem lhe chame Sebastianismo.
O Eça foi o melhor "Zandinga" de todos os tempos, pois conseguiu prever com uma antecedência de 150 anos, o descalabro que ocorre hoje no nosso país.
Um abraço
Compadre Alentejano
Joshua
Para mim o homem já governa há uma eternidade.
Lili
Teremos de morrer, geração após geração, sempre com a mesma gente a governar.
Rebola
A arte é deles, nós apenas fazemos o pão nosso de cada dia. Fui ver quem és - estamos na mesma camioneta.
Portaria?! Eu tenho vídeo porteiro!
Ogre
Fui ver quem és - estamos na mesma camioneta. A merda não é analógica nem digital, é mal cheirosa.
Polidor
Meias solas? Eu proponho umas andas!
Camolas
Só haverá silêncio quando lhes cortarmos as orelhas. Sebastianismo? Sebentianismo!
Compadre
E eu sucedo a Eça porque prevejo que daqui a 150 anos continuaremos descalabrados.
Um abraço a todos e não tarda vou-me embora
Boas...
"As Farpas" estarão sempre atuais, ou não fossem elas escritas por um português para português ler... eheh
abr...prof...
- A propósito: se o Eça tivesse decidido escrever a sua obra, não em português mas em inglês técnico, teria a projecção que merecidamente tem?
- Olhe que não! Olhe que não!
Fiquei-me com o Eça, escrito deste modo, porque dobrar o "S" não acarreta boas recordações. Pobres touros que sofrem a cada lide com as farpas que lhes colocam no dorso, melhor seria guardar as ditas para castigar quem bem as merece.
Cumps
O Eça, esse sim, era um visionário. Um Nostradamus Lusitano! Daqui a 150 anos surgirá um outro marreta que irá aplicar as mesma palavras.
Saudações do Marreta.
Pata Negra
A História repete-se.
Abraço
Nuno
As farpas estão actuais as garrochas é que estão flácidas.
Anónimo
O Essa era eça de mais para ser fócrates.
Guardião
os touros não merecem mas os bois sim
Marreta
Daqui a 150 anos citarei com o mesmo esmero as tuas sábias palavras
Silêncio
Já não é só a história que se repete, tb os dias.
Um único abraço para vós todos meus fiéis súbditos
Se a História se repete,
é urgente criar um antivírus
para eliminar de vez
esta raça virulenta de políticos...
Solução final = o Voto
abraço
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