quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

18 - A Fábrica em fim

Não conseguimos perceber a origem do corte de energia, as ruas da aldeia continuavam com iluminação. Sobrecarga?! Curto-circuito?! Algum conterrâneo incomodado pelo ruído da fábrica em funcionamento teria vindo pela calada da noite sabotar a laboração extraordinária?! O patrão estaria para lá escondido em algum lado?! Àquelas horas da madrugada, e nas circunstâncias descritas, nem o verdadeiro operário – Cossa, nem o falso operário – eu, estávamos para investigar, solucionar ou ralar-se fosse com o que fosse. Entendemos aquilo como um sinal de Fim: acabava a noitada, o encontro, a conversa, o vinho, o trabalho, a fábrica operante e, por acordo entre o Cossa e eu, esta história da fábrica.
Despedimo-nos chochamente, como quaisquer tertúlianos no fim duma longa noite, com a satisfação do dever cumprido e a consolação de que ambos iríamos ter uma terça-feira da Páscoa na cama até ao meio dia.
Isto passou-se, portanto, há três semanas. Cheguei a casa com quase tudo escrito, decidido a levar à séria que o apagão seria o fim da história.


Hoje mesmo revi os comentários da Fábrica 17.
O André D'Abô diz que a fábrica está a todo vapor e que gosta muito destas personagens;
O Compadre Alentejano diz que está gostando muito do conto e mostra-se preocupado com a ameaça de desemprego do Cossa;
A Maria diz que o texto é bonito, a foto é bonita (Ó Maria, sou um desastre em fotografia!) e continua por aí fora com os seus sempre ternurentos, brincalhões e amigos comentários;
O Antonio Implume diz que a coisa está animada e deixa perceber, nas entrelinhas, que tem capital para me apoiar na compra da fábrica para criar uma unidade de turismo industrial;
O Marreta, o Marreta quer é sexo!
O Salvoconduto sonha com o lay-off para o Cossa que nem sequer sabe inglês;
O Guardião ficou contente porque faltou a luz revelando que sempre gostou de estar numa adega às escuras;
A Nocturna também se confessou feliz pela falta da energia e também falou da abertura de Torneirinhas às escuras;
A Milu diz que o texto era tanto espirituoso quanto ternurento e riu-se;
A Silêncio Culpado diz que não é vegetariana mas que gostou do verde da foto.
Adesenhar protestou pela palavra lay-off ser inglesa e disse que voltaria quando as lâmpadas se reacendessem.
JRD está preocupado com o nível da gasolina na mota e diz que isto é negra maravilha.
O Maceta diz que os cães também têm direito a ter um bom ano.
O Mar Arável só pensa no novo ano.
O Do Zambujal diz que continua excelente leitor.
O Herético diz que faço bem as contas. 

Por si só, embora recompensadores, estes comentários não seriam suficientes para continuar a trabalhar na fábrica. Acontece, que também hoje, recebi um telefonema do Cossa com uma sugestão prometedora:
- Está lá?! É da casa do comuna?!
- Não! Não preciso de uma máquina de purificação da água!
- Contra-senha confirmada!...Só podes ser tu! Ouve lá…
A ideia é irmos descobrir, lá para os lados de Mação, o que é feito de Laurindo, de Laurinda e de Canicha. Está combinado para o próximo sábado. Vamos ver se arranjamos história para mais uns episódios.

17 comentários:

j. manuel cordeiro disse...

Ai arranjas cada embrulhada para fechar as histórias :-) Ainda bem, com sofisticação tem mais pinta. Venha lá então a nova história. Há discos pedidos?

antonio ganhão disse...

Este fade-out é muito elaborado, mesmo cinematográfico! Falta agora, enquanto decorre o genérico, as cenas mal sucedidas, as que têm que tiveram de ser reescritas e mostram o interprete por detrás do personagem!

Quanto ao negócio, assim que recuperar o meu depósito no BPP, vamos nisso!

SILÊNCIO CULPADO disse...

Pata Negra

Laurindo,Laurinda e Canicha prometem cenas emocionantes.
Mas mesmo que não os fosses buscar a fábrica só por si é uma boa fazedora de histórias. Histórias que falam de pessoas reais, intemporais, de gente simples, directa que sabe o que quer e de patrões que se aproveitam bem lá do fundo da sua concupiscencia de quem deles dependem para sobreviver.

Continua com a fábrica fiel Pata Negra e aqui me tens diariamente a carburar contigo.


Abraço

José Lopes disse...

A fábrica mesmo coma crise lá vai laborando e produzindo material de qualidade.
Essa da adega às escuras não era para revelar...
Cumps

Zorze disse...

Aqui venho sempre à confiança.
Dispenso a máscara, mesmo na Fábrica.

Abraço,
Zorze

Nocturna disse...

Majestade,
Assim é que é !
Com Laurindo,Laurinda e Canicha e o Cossa (não vale a pena disfarçar , eu adoro o Cossa) isto vai ficar animado.
Agora outro assunto: vejo acima que se pôs a contar o tempo que falta para o Lopes da Mota se demitir. Santa ingenuidade !! Esta gente não larga o tacho, só se formos nós a correr com ele.
Abraço
Nocturna

P. S. Continuo inconsolável à procura do relógio.

Zé Povinho disse...

Ainda bem que a fábrica ainda não é desta que fecha, como vai acontecendo com quase tudo por aí.
Reparei no contador risonho, que foi uma óptima ideia, mas convenhamos que gente deste tipo, sai duma para outra, onde ainda venha a ser útil...
Abraço do Zé

MARIA disse...

Só mais um episódio ?!...
Hum... acho que se Vossa Majestade quiser tem história para a vida, e de mais sete gatos.
Falando em histórias, foi a Mota de Vª Majestade que ficou sem gasolina e espera que a MOTA a sair de cena seja outra ?
Ora Majestade, não se vê logo que a coisa está tão escura e para tanto lado que até está difícil encontrar portas para sair, saídas...

Um beijinho amigo

Maria

samuel disse...

Pois então, siga a história!

Abraço.

André D'Abô disse...

caro pata:
acho que será mais difícil fechar essa fábrica do que o foi para abrí-la. essas coisas passam a operar por si próprias. viram mesmo um motor imóvel, do tipo daquele do qual falava o velho aristóteles ao explicar o mundo, a vida, a realidade, sei lá.

Marreta disse...

Ui, essa viagem traz água no bico. Para dar continuidade à saga, só pode ser com sexo...
Aquilo vai ferver lá para os lados de Mação.

Saudações do Marreta.

Compadre Alentejano disse...

Então vamos lá ver o que é feito dessa gente...Espero que estejam bem!...
Um abraço
Compadre Alentejano

lili canecas disse...

Bem, vamos lá de Mota até Mação.
Majestade, como eu gostava de o acompanhar mas, pelo que percebo, os dois lugares já estão ocupados por V. Majestade e o Cossa.

Milu disse...

Ainda não tinha visto este post! Mas ainda bem que o vi, para lhe poder agradecer e dizer-lhe que você é um grande amigo, uma pessoa altruísta, por assim dizer! É bom ter amigos como você! Aliás, amigos como tu, porque assim é que está bem!
Um beijo.

Bruno disse...

A Maria Pinto Lheira, mais o Zé Fodias, saíram esta tarde para ir aos saldos.

Olinda disse...

"...da-se!..."Andei um pouco ausente desta narrativa,e agora lendo com continuidade a estôria do Cossa,do Torneiras e da filha dentista,da aposta de cem mil rêis nao cobrados,e a noite etîlica do Cossa e de sua magestade e a patroa-sem-cuecas e sei lâ que mais,vejo que assim,de seguida,me deu mais gozo ler todo este enredo bem imaginado.Vamos aos outros intervenientes,que sabe-se lâ por andam andam.

Bom Ano

Zé Marreta disse...

18 fábricas?