segunda-feira, 22 de março de 2010

15 - 7 anos numa J7

E porque a história singular pifou por ordens várias que cada um concluirá, cumprir-se-á a história da banda com histórias no plural e não foram poucas as que ao longo de sete anos se cumpriram. O grupo não se consumava no palco, o grupo vivia muitas outras horas agrupado e, entre essas horas, foram muitas as que se cumpriram em sete anos a viajar na J7. Na J7, ao longo de sete anos os ora quatro, ora cinco, ora seis, ora sete, ora mais elementos, cansados, ensonados, sujos, mal acomodados, cumpriam uma ou mais histórias em cada viagem de ida ou volta.

– Porra! Ainda dizem que Portugal é pequeno! Fui à vila e estava a ver que nunca mais lá chegava!

Dissera uma mulher lá da terra, nos tempos em que se passava uma vida sem quase sair da aldeia onde se nasceu, quando se viu obrigada a deslocar-se à comarca que distava 17 km. Esta expressão era frequentemente repetida para o riso nos aliviar a saturação das viagens de horas que, muitas vezes, acabavam com o nascer do sol.

Cipriano, porque mais velho, era o que tinha mais histórias para serem ouvidas.

Também o ambiente de certos salões, garagens, barracões, era pesado. Num fim de série era um alívio vir à rua tomar ar fresco, fumar ou mandar uma mijada. Quando os porteiros não identificavam o artista discreto e impediam a reentrada, era um gozo ficar à porta à espera que o problema fosse resolvido para que o baile recomeçasse.

Nas imediações do recinto há sempre um sítio escuro propício à prática de certos actos. Entre sombras e clareiras procura-se o local com melhores condições para realizar vontades. Uma imensa vontade, uma aflição de expelir massas acumuladas e, um cinto desapertada à pressa, um baixar as calças e, de cócoras, a satisfação do alívio. Passados segundos, vindo das profundezas da terra, o eco de um pesado “choc” em águas paradas… Esperei outros tantos segundos pelo retorno dos salpicos na pele esfriada!... Nada!!!

- Já viste?! Podia ter caído para dentro do poço!

Custava a acreditar mas o boss Cipriano afiançou a situação de perigo até à exaustão e nós, os outros, respeitavelmente acreditámos! Até porque outra história alguém tinha para repostar:

- Vim cá fora! Procurei um sítio para mijar! De repente do escuro um cão: ão! ão!... – Ai!...
Olha se eu não fujo a tempo! O que podia ter acontecido!... Nunca mais! ...De noite só em urinóis!

Cipriano, porque mais velho, era o que tinha mais histórias para serem ouvidas. E muitas eram dos tempos áureos de França. Prova documental: 1975 - Uma banda de emigrantes portugueses actua em Paris. Cipriano é o baixo.

7 comentários:

salvoconduto disse...

Andaste para aqui a pôr o Cipriano nos píncaros, até chegaste a afirmar que tinha montado a Tresa por pura amizade e agora vens para aqui dizer que ele é baixo! Vai-te lá catar...

MADRUGA disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alberto Cardoso disse...

Quer então Sua Majestade dizer que o Cipriano era o tipo bateria. De facto ele é tão baixo que mal se vê no filme.
Alberto Cardoso

do zambujal disse...

Esse Cipriano... só baixezas...
'Inda mexe?

Tiago Soares Carneiro disse...

Bom dia!!!

Faço aqui um apelo aos meus amigos...

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Abraço
Tiago Carneiro

MADRUGA disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
opolidor disse...

sempre achei o acordeão um instrumento pesado...

abraço