Num banco do jardim, em frente ao lago, está um velho sentado à espera do Outono. É um reformado. Vive às minhas custas, portanto!... E, no entanto, o velho não paga nada por ali estar. Mas devia pagar! Não pensem que se trata de um daqueles bancos antigos de tábuas horizontais, pintadas de vermelho e com perfil de ésse invertido! Não! É um banco com “design à l’époque”, sem encosto, tipo banca de matança de porco, todo ao fundo FEDER!... Para estes bancos, deviam existir banquímetros para dar cobro ao inquestionável pensamento do utilizador-pagador.
Não pensem que o velho está ali a fazer alguma coisa. Está só a pensar.
Eu penso que nunca me irei sentar naquele banco. Porque obra de FEDER o hei-de estar a pagar?!
Eu penso nas folhas a cair. Devia de me ser descontado o tempo em que da janela do meu emprego eu vejo as folhas cair.
E era só, vou perguntar ao velho se tem nome e se sabe quando vem o Outono.
9 comentários:
Todos pagam até os reformados. Pagam os que estão vivos e até deveriam pagar os mortos devido à emergência nacional, segundo a cartilha do láparo.
Abraço Indignado do Zé
Um momento brilhante. Feliz o velho que viu chegar o Outono, a nós resta-nos um duro e frio Inverno.
Esta espécie de país passou a ser um "caso estudo"... A corrupção impera e a maior preocupação é ocultá-la!...
Abraço
Compadre Alentejano
E a quem é que o sacana do velho pediu autorização para pensar? Já lá vai o tempo em que os velhos podiam pensar de borla. Agora, quem não paga não pensa!
(ou será quem pensa não paga?)
Olha que me deixaste aqui a pensar na melhor maneira de os mandar FEDER, alguma coisa hei-de encontrar mais tarde ou mais cedo...
Para o velho ter Reforma teve que descontar ele e o patrão para a Segurança Social, todos os meses, 11% mais 23,75% do seu salário, o que dá 34,75% do salário todos os meses descontados e, em todos os anos em que o velho tyrabalhou.
É verdade, o que diz Carlos Sério. O velho vive à custa do trabalho que prestou e ao qual foi retirado montante para o habilitar a uma reforma quando o não pudesse fazer, designadamente por velhice.
Claro que por vezes as regras são distorcidas e erradamente produzem efeitos sobre as pessoas, com os quais nem mesmo elas legitimamente podiam contar. Vivemos todos às custas uns dos outros, em bom rigor, porque a ilusão de termos algo nosso, desvirtua a essência e o ser humano quando deixa de agir de acordo com ela é capaz de actos de injustiça aterradora e muito pouco humana.
Um beijinho sempre amigo Majestade .
Boa, Pata!
Grande abraço
este é tambem um governo mata-velhos, podes crer...
abraço
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